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08/04/2011 - 09:05

CVG-RJ recebe presidente da AIDA-Cuba

O professor especializado em Direito de Seguros, Alejandro Vigil, falou sobre os desafios do setor em seu país.

Após passar por um período de estagnação no mercado de Seguros, Cuba volta a crescer e apresentar números atraentes do setor. A economia do país, ainda pouco atrativa para os estrangeiros, tem crescido, embora a passos curtos. Só em 2009, o setor acumulou a receita de 198 milhões de pesos cubanos, além de registrar um crescimento no PIB de 2,1%. Em visita ao Brasil, a convite do Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro, o professor de Direito de Seguros da Universidade de Havana, Alejandro Vigil, falou nesta terça-feira, 5, no auditório da Funenseg, sobre as possibilidades de Cuba fechar novos negócios e desenvolver as operações de Seguro.

Na mesa principal, nomes como o do Superintendente da Susep, Paulo dos Santos, do mediador do ingresso de Cuba no órgão internacional, o advogado e presidente do CILA, Sérgio Mello, e do anfitrião do evento - o presidente do Clube Vida em Grupo (CVG-RJ), Lucio Marques, marcaram a importância do evento para o setor securitário brasileiro.

Enquanto isso, a presença na plateia de líderes do setor, como o Vice-Presidente da SulAmerica, Oswaldo Mario, do Diretor de Seguros da entidade carioca, José Luiz Florippes, do presidente do Conselho Consultivo do CVG-RJ, Danilo Sobreira, e do diretor comercial da Primavida, Enio Miraglia, expandiu a troca de experiências e informações entre as operações de Seguro no Brasil e em Cuba.

Orgulhoso de receber o cubano, Lucio Marques falou sobre a importância de ouvir o que um especialista de outro país, com muito potencial para atuar no setor, tem a dizer. “São experiências diferentes, e vale a pena para todos nós, líderes do mercado de Seguros brasileiro, trocá-las. Temos muito a aprender com Cuba, com o professor Alejandro Vigil. Embora menor do que o mercado brasileiro, o país latino possui um grande potencial para atuar no segmento com sucesso, o que vai ajudar a desenvolver a economia cubana”, opinou.

ABC cubano- Simpático, e arriscando até algumas palavras em português, o presidente da AIDA-Cuba, Alejandro Vigil, explicou sobre as leis que regem os contratos de Seguros no país, elaboradas pela Superintendência de Seguros de Cuba. O professor disse haver duas empresas estatais que comandam as operações – a Esen, que opera no ramo de Pessoas, e a Esicuba, que atua nos riscos industriais. “A penetração do mercado de seguros em Cuba não é alta e este é um dos nossos grandes desafios. Hoje, em Cuba, há uma associação única de contratos de seguros. Pelo menos no que diz respeito à lei, é bastante atualizada é focada no futuro”, disse. Embora ache positiva a atuação da Superintendência Cubana, ele lamenta que ela não consiga atuar na resolução de conflitos, como acontece com a Susep, no Brasil. “A nossa instituição tem um problema sério, pois não conseguimos que ela atuação da resolução de conflitos, e por isso eles seguem na esfera jurídica”, contou. Vigil falou ainda sobre a vigência dos seguros em Cuba, que só duram um ano, podendo ser renováveis. “A necessidade de renovar de ano em ano vem justamente com a baixa atuação dos Seguros no país. Não temos como fazer projeções de um período maior”, completou.

Grandes projeções- Quem pensava que Cuba era discriminada por todo o mundo, se engana. Na lista dos cinco melhores parceiros comerciais do país estão Venezuela, China, Canadá e Espanha, que detém 52% do intercâmbio comercial. Outros como Holanda, Alemanha, Itália, Rússia e até o Brasil vêm atrás, com porcentagens menores. Este último, por exemplo, atuou como financiador do maquinário que desenvolveu as técnicas de cultivo de milho e soja cubanos. Além disso, o BNDEs toca uma das maiores obras de infraestrutura do país, a construção do Porto Mariel, que terá sua primeira fase concluída em 2014. A atuação da Petrobras no território cubano também fortalece os laços comerciais entre os países.

Intercâmbio- Presente no evento, o Superintendente da Susep, Paulo dos Santos, ficou admirado com a organização das operações de Seguro no país latino e disse estar disposto a estudar um intercâmbio econômico. “As definições da Superintendência do Brasil são muito parecidas e assim como eles, estamos brigando muito para desenvolver o mercado. Vamos pensar num convênio de troca de experiências e informações, resgatar as relações de confiança no mercado”, disse.

Seguros obrigatórios- Na lista de seis seguros obrigatórios em Cuba, apenas três estão em vigor. O Seguro de Responsabilidade Civil, que corresponde apenas a 0,6% do mercado securitário cubano, é obrigatoriedade no caso de Portadores Privados, aqueles que transportam pessoas e/ou cargas. O Seguro Automotivo para veículos com matrícula diplomática e consular, que podem causar danos a terceiros e bens alheios, também é regra em Cuba. A terceira cobertura obrigatória é o Seguro de viagens, com coberturas de gastos médicos para os viajantes estrangeiros e cubanos residentes no exterior que ingressem no país. Esta medida foi tomada justamente para evitar que cubanos que residem em outros países voltassem às origens somente para usufruir do sistema público e de excelência cubano. Na lista dos que não estão em vigor, estão a cobertura de Responsabilidade Civil para danos causados a terceiros de prestadores de serviço marítimo-portuária, de baixa incidência, o seguro obrigatório contra incêndios e o R.C para danos causados acidentalmente por terceiros. Este último, iniciou justamente após as tragédias em plataformas de extração de petróleo nos Estados Unidos, e começa a dar os primeiros passos pelo território cubano.

Cuba na AIDA- A palestra, além do bom momento que o mercado de Seguros de Cuba começa a atravessar, foi motivada pelo ingresso do país na Associação Internacional de Direito de Seguro – AIDA, após 40 anos de negociações. O responsável pelo feito, o presidente do Comitê Ibero Latino Americano da instituição, Sérgio Mello, presente no evento, falou sobre as semelhanças de cubanos e brasileiros. “Quando fui a Cuba, me surpreendi. Vi gente culta, bem preparada, uma cultura riquíssima, cidadãos atentos e desejosos de uma mudança, querendo pôr em prática tudo o que aprenderam. O Brasil deve estar alinhado com Cuba para ajudar no que for preciso para o país se desenvolver”, disse.|VTN

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