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12/04/2011 - 09:27

A delicada questão da correção das “orelhas em abano”: qual a idade apropriada para operar?

Quem tem “orelhas em abano” sabe como é difícil conviver com o problema. As orelhas proeminentes afetam a auto-estima do paciente. Os comentários feitos por colegas de classe incomodam a criança que apresenta “o problema”, que se sente “diferente”, discriminada do grupo.

“Crianças com ‘orelhas em abano’ são alvos de piadas e chacotas na escola e não passam despercebidas pelos colegas em lugar nenhum. Viver a infância sendo chamado de ‘Dumbo’, ‘açucareiro’, ‘morcego’, ‘fusca de portas abertas’ e de muitos outros apelidos pejorativos pode fazer muito mal para a auto-estima. Pais e educadores precisam estar sempre atentos, para que os ofendidos sejam poupados do constrangimento ininterrupto, que prejudica o desempenho escolar, compromete a auto-estima e o relacionamento, em casa e na escola, destas crianças”, defende o cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.

Para terminar com o constrangimento social, a otoplastia, cirurgia para correção de deformidades na orelha externa, é o caminho indicado. Geralmente, ela é realizada entre os 7 e os 14 anos de idade, quando as orelhas já atingiram o tamanho definitivo. Adultos também podem se submeter à operação, mas por possuírem cartilagens mais rígidas, em 15% dos casos há recidivas, mas a cirurgia pode ser refeita.

As orelhas em abano são um distúrbio caracterizado pelo aumento do ângulo entre a orelha e o crânio. A medida padrão de espaçamento das orelhas varia entre 30 e 45 graus, ou seja, um espaço de até dois centímetros de abertura visto de trás. No entanto, pode ocorrer o apagamento da dobra mais externa da orelha - chamada de anti-hélice - o que produz uma abertura maior da parte superior da orelha.

“Cerca de 5% das pessoas apresentam a anomalia, que ocorre mais freqüentemente em meninas. Não se sabe qual é a origem do problema, mas é possível afirmar que, nem a posição do feto no útero, nem qualquer dificuldade na hora do parto são responsáveis. Trata-se de uma malformação hereditária, em geral, com vários casos na mesma família e todos parecidos”, explica Ruben Penteado.

Desconforto-O problema, detectado já no nascimento, incomoda muito aos pais das crianças. Alguns, antigamente, submetiam o filho à “tortura” de ficar, dia e noite, com uma touca ou esparadrapos colados à cabeça. “Estas receitas caseiras não adiantam nada, já que a orelha possui uma estrutura elástica. Mesmo depois de muito tempo dobrada em um sentido, ao ser solta, ela volta à posição natural”, alerta o cirurgião plástico.

“Como em grande parte das indicações estéticas, na área da cirurgia plástica, a indicação da otoplastia deve partir da vontade do próprio paciente. O papel do cirurgião plástico é estabelecer que tipo de tratamento é o mais indicado para cada caso e mostrar que a cirurgia é uma opção terapêutica, com limitações e riscos”, explica Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Para o médico, os pais nem sempre devem tomar a decisão de realizar a otoplastia, o mais cedo possível, porque, às vezes, o tamanho da orelha parece grande, porém, conforme a criança vai crescendo o rosto se torna mais simétrico e a imperfeição desaparece.

"Além disso, é fundamental que a criança demonstre insatisfação com a própria aparência. As orelhas proeminentes não costumam causar qualquer transtorno às crianças até os cinco ou seis anos. A partir dessa idade, as críticas começam a ferir. Os comentários dos coleguinhas, por exemplo, passam a ter um peso maior e as brincadeiras de mau gosto com relação às orelhas se tornam mais cruéis, chegando a comprometer o bem-estar da criança, que pode apresentar distúrbios emocionais e comportamentais: desde ansiedade, depressão, déficit de atenção até queixas somáticas”, explica Ruben Penteado.

Como é feita a cirurgia? Uma avaliação clínica e laboratorial pré-operatória é fundamental para estabelecer se o paciente está em boas condições para se submeter a um procedimento anestésico e cirúrgico. A otoplastia é realizada para aproximar a orelha da cabeça, corrigindo a forma e o "desenho do órgão”.

“O procedimento cirúrgico é feito através de um corte interno na pele atrás da orelha. A pele é descolada da cartilagem e fixada na nova posição com pontos internos” explica o médico.

A anestesia pode ser local ou geral. A escolha do método de anestesia, sempre em comum acordo com o anestesista, levará em consideração o tamanho da cirurgia, as condições clínicas, psicológicas e a idade do paciente.

A otoplastia é normalmente realizada em caráter ambulatorial, com alta hospitalar algumas horas após a recuperação da anestesia. O paciente vai para casa com um curativo e ataduras. Os cuidados pós-operatórios variam segundo a complexidade dos procedimentos efetuados.

O pós-operatório- “Haverá um inchaço maior nos primeiros dois dias, que gradativamente vai diminuindo. Os pontos externos são retirados entre 6-8 dias e, em geral, este é o tempo suficiente para que o paciente retorne às suas atividades sociais e/ou laborais”, esclarece Ruben Penteado.

O cirurgião também ressalta que pelo menos três meses são necessários para se observar o resultado final do tratamento.

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