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27/07/2007 - 10:57

Aposentado, não tenha medo da tecnologia

A tecnologia não é um privilégio dos jovens. Se um dia já foi verdadeira, essa premissa caiu em desuso, sobremaneira motivada pela popularização do que se convencionou chamar de “novas mídias” em nossa sociedade. A velocidade espantosa de algumas mudanças pode assustar, ao mesmo tempo em que aguça a curiosidade de um número cada vez maior de pessoas, de diferentes faixas etárias. Aos poucos, o computador pessoal vai deixando de ser um estranho aos que já foram adeptos das máquinas de escrever e das calculadoras de bolso. Quem já usou uma máquina dessas percebe facilmente que o tempo passou, e que a revolução da informação chegou há alguns.

Mas não é só o PC de Bill Gates que chama a atenção. Nos últimos dez anos, os telefones celulares deixaram de ser aparelhos caríssimos e pesados e para se transformar em utensílios capazes de tirar fotografias, tocar canções e transmitir vídeos com um simples toque ao teclado. Centenas de músicas digitais já podem ser armazenadas em um aparelhinho do tamanho de isqueiro, dispensando os CD’s e os já praticamente extintos discos de vinil das vitrolas de antigamente – ou da Antigüidade, se preferir, dada a evolução dos produtos atuais em comparação com o que havia de mais moderno num prazo curto de tempo, como cinco décadas atrás.

No passado, a impressão que se tinha era a de que as descobertas dos cientistas e grandes empresários levavam um tempo até se popularizarem e caírem no gosto da população. Sem dúvida, o fator impeditivo era o preço das mercadorias, que demorava a baixar e a atingir os menos afortunados. A TV é um caso exemplar. Apesar de ter sido lançada no início dos anos 50, só viria a se popularizar duas décadas depois. Hoje em dia todos têm acesso às novidades. Um monitor de tela plana é lançado no mercado a um preço mais alto, às vezes proibitivo. Ocorre que seis meses depois a mesma fábrica lança um novo modelo e joga o preço do anterior lá embaixo.

Há quem exagere nesse culto à tecnologia. Gente jovem, decerto. Os mais velhos se contentam com bem menos, o que não significa que se prendam às parafernálias de outrora para divertir-se no mundo virtual. A Internet que o diga. Nos últimos anos, muita gente que se sentia sozinha conseguiu arrumar boas companhias através de salas de bate-papo, correio eletrônico e softwares de comunicação instantânea. Atualmente, é possível acompanhar o crescimento de um neto à distância, munido apenas de um PC, uma câmera de vídeo portátil e um par de caixas de som. É só marcar um horário e ter som, voz e imagem à disposição. Se o preço ainda não é tão baixo, já se transformou em algo acessível para um número considerável de pessoas.

Muitos colegas aposentados já se dão ao luxo de passar tardes inteiras na frente de um computador fazendo pesquisas, lendo reportagens e até jogando xadrez com gente do outro lado do mundo. No início, a tarefa parece complicada, com botões novos e diversas instruções a seguir. Não entre em pânico nessas horas. Apenas lembre-se que o computador funciona através da lógica. Com o tempo, você adquire prática e perde definitivamente o medo da tecnologia - ou tecnofobia num linguajar moderno - e aí começa a diversão.

Esse contato com a tecnologia pode até não ser melhor do que jogar conversa fora com os amigos no banco da praça. Mas é uma opção a mais para, inclusive, facilitar algumas tarefas do dia-a-dia, como consultar o saldo no banco, o benefício do INSS, os filmes que estão em cartaz no cinema perto de casa e até o horário dos jogos de futebol na TV. Em comunidades virtuais como o Orkut, que imagino você já deve ter ouvido falar, reencontra-se amigos dos quais não se têm notícias por décadas.

Toda essa revolução está ocorrendo diante de nossos olhos. Se você tem curiosidade ou vontade de aprender um pouco mais sobre esses aparelhos que fazem a cabeça dos jovens, vá em frente. Peça a uma pessoa de confiança, um filho(a) ou um neto(a), que lhe dê as instruções básicas e depois faça do jeito que achar melhor. Não existe razão para ficar assistindo a essas transformações como um mero espectador, passivamente, se tem chances de participar e fazer parte desse processo. O máximo que pode acontecer é você se cansar disso tudo. Aí é só apertar o botão “desliga” e tirar o aparelho da tomada.

. Por: Milton Dallari, consultor empresarial, engenheiro, advogado e presidente da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp. O e-mail para contato é o [email protected].

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