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12/04/2011 - 10:42

Novo capitalismo selvagem

Com a visita da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, à China, o mercado internacional começa a olhar com outros olhos para os dois países – pudemos notar isso até mesmo com a visita de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, no final de março. Entretanto, o mais importante desse encontro refere-se às questões de relações comerciais entre as duas nações.

O aumento exponencial do comércio entre Brasil e China fez com que os nossos empresários preocupem-se não apenas com questões econômicas e políticas, mas sim com a cultura.

Cogita-se até a necessidade de aprender mandarim, a língua oficial de um país com milhares de idiomas e dialetos. Normalmente, o tempo de aprendizado do mandarim gira em torno de seis anos, bem diferente do inglês e espanhol, que conseguimos ter fluência na metade desse período. Além disso, ainda não é em qualquer escola de idiomas que há o acesso ao mandarim. São poucas as instituições que oferecem esse tipo de aprendizado.

No entanto, o fato principal é que ao novo profissional que negociará com empresas chinesas não basta apenas – se pode se dizer apenas – falar o mandarim. Ele precisa ter conhecimento da cultura do país asiático, tanto com relação aos negócios quanto às tradições.

Para se ter uma ideia do potencial desse novo mercado – se podemos chamá-los ainda assim – mesmo durante a crise financeira, que afetou a economia mundial durante 2008 e meados de 2009, a China continuou tendo crescimentos espetaculares em comparação ao resto do Planeta. Em 2007, seu PIB cresceu 11,7%; em 2008, 9%; 8,7% em 2009; e cerca de 10% em 2010.

Em contrapartida, a economia brasileira, no mesmo período, não teve a mesma expansão: 5,4% em 2007; 5,1% no ano seguinte; retração de 0,2% em 2009; e, em 2010, 7,5%. Porém, o País manteve-se como um dos menos atingidos pela turbulência. Assim, as relações comerciais entre as duas nações ganharam mais força neste período. Agora, com a visita da presidente e cerca de 300 empresários brasileiros, o comércio bilateral deve aumentar ainda mais.

A crescente demanda de profissionais que conheçam a cultura chinesa – que é tão diferente da nossa – já é percebida em grandes empresas exportadoras brasileiras. Além da procura por colaboradores que conheçam esse idioma (normalmente, descendentes ou até chineses que moram no Brasil desde pequenos), as organizações estão “importando” mão de obra para trabalhar aqui.

É fato, e todos sabemos, que cada nação tem uma maneira peculiar de fazer negócios. As diferenças são mais visíveis ainda entre as culturas ocidental e oriental. A agressividade comercial do empresário chinês, bem como seu estilo “capitalista selvagem”, faz com que Mao Tse Tung se remexa no túmulo.

. Por: Olavo Henrique Furtado é professor de Relações Internacionais da Trevisan Escola de Negócios coordenador de pós-graduação e MBA da mesma instituição. | E-mail: [email protected].

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