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13/04/2011 - 10:54

Clínica pioneira de atendimento à insuficiência cardíaca é criada no Espírito Santo

Uma equipe multiprofissional realiza o tratamento de pacientes portadores da síndrome na Santa Casa de Misericórdia de Vitória. A iniciativa ajuda a reduzir o número de internações e melhora a qualidade de vida.

Síndrome relacionada a várias doenças, a insuficiência cardíaca atinge no Brasil cerca de 6 milhões de pacientes. Estima-se ainda que outros 6 milhões de brasileiros a tenham, mas ainda não saibam. Dados comprovam que essa é uma das enfermidades que mais mata e incapacita seus portadores, a maioria deles com mais de 60 anos. Alguns desses pacientes necessitam de repetidas hospitalizações, alcançando, às vezes, mais de seis internações por ano, o que acarreta altos custos para o sistema de saúde, já que demandam medicamentos específicos e equipamentos caros, como certos tipos de marcapassos.

Atenta a isso, a Santa Casa de Misericórdia de Vitória, hospital-escola da Emescam, implantou um ambulatório multiprofissional pioneiro no Estado, a Clínica de Insuficiência Cardíaca, como é conhecida em nível mundial. O intuito é reduzir o número de internações, melhorar a qualidade de vida, orientar pacientes e famílias, reduzir custos, além de estimular a adesão ao tratamento, que é uma das maiores dificuldades no controle da síndrome.

Em atividade desde julho de 2010, a Clínica de Insuficiência Cardíaca atende até o momento 120 pacientes cadastrados, que são assistidos por quatro monitores (alunos da graduação de Medicina da Emescam), professores voluntários da instituição e outros professores e funcionários da Santa Casa. Atuam na equipe os cardiologistas Luiz Fernando Machado Barbosa (coordenador do projeto) e Thiago Melo Jacques e a enfermeira Andressa Corteletti. Está em fase de agregação à equipe outros profissionais como nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, educadores físicos e cirurgião cardíaco.

“O atendimento feito por uma equipe multiprofissional cria o diferencial em termos de resultado, pois se sabe que, nesses casos, um cardiologista faz um melhor atendimento que um clínico geral, e que uma equipe completa com cardiologista, enfermeiro, assistente social, psicólogo e nutricionista faz um atendimento melhor do que o do cardiologista sozinho”, afirma o coordenador Luiz Fernando.

Além das consultas marcadas, a clínica ainda faz o monitoramento por meio do telefone de seus pacientes cadastrados e realiza reuniões de rotina com enfermos e familiares. A primeira reunião deste ano foi realizada no dia 25 de fevereiro. “Se na sua evolução o paciente se sentir mal e necessitar de atendimento com maior presteza, não haverá necessidade de marcação de consulta, pois, dentro da filosofia da Clínica de Insuficiência Cardíaca, a sua demanda ao atendimento será espontânea; basta se dirigir à Santa Casa e procurar a enfermeira responsável”, explica o coordenador.

A Insuficiência cardíaca- A Insuficiência Cardíaca (IC) não é uma doença do coração por si só. Trata-se de uma síndrome, a qual é definida por um conjunto de sinais e sintomas, que no caso específico da insuficiência cardíaca pode ser causada por diversas doenças cardíacas, como isquemia miocárdica, hipertensão arterial sistêmica, inflamações do músculo cardíaco, doença de Chagas, doenças das válvulas cardíacas, miocardiopatias ou cardiopatias congênitas. Ela se manifesta clinicamente como a incapacidade de o coração efetuar suas funções de forma adequada, tornando-se insuficiente e provocando o surgimento de sintomas como falta de ar, fadiga, retenção de líquidos (edema, inchaço), gerando grande desconforto, limitação física, e frequentemente afastando o paciente do seu trabalho e culminando com altas taxas de mortalidade e morbidade.

Informações do Datasus registram que as doenças cardiovasculares são a terceira causa de internação no SUS (2007), sendo a insuficiência cardíaca a maior causa de hospitalização dentre elas. A mortalidade hospitalar varia de 4% a 17%, dependendo da gravidade do quadro. Estima-se que as hospitalizações representem cerca de 65% do custo do tratamento.

O tratamento disponível atualmente, se realizado de forma adequada, tem se mostrado mais eficaz em comparação com o final dos anos 90, podendo reduzir a mortalidade e melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes.

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