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28/07/2007 - 11:38

A Economia e o Economista do século XXI: Paradoxos

Com muita freqüência temos ouvido queixas de empresas quanto à dificuldade de sobreviver e crescer no atual contexto de competitividade global complexa e multifacetada. Voltando no tempo, com as inquestionáveis diferenças, chega-se à fisiocracia francesa do Século XVIII, a partir da qual nasceu a caracterização do Economista. Economistas passaram, então, a ser considerados os "estudiosos da economia". Os fisiocratas atacavam o mercantilismo e defendiam a produção, tendo a terra como fundamento básico. Os tempos mudaram, a complexidade aumentou e acirrou-se a competitividade. Poder-se-ia dizer que o ambiente aumentou a necessidade do economista.

Porém, é, também, com muita freqüência que se ouvem queixas dos economistas de que as empresas brasileiras (o mercado) não reconhecem seu valor. Não demandam ou não os remuneram adequadamente.

Estamos, então, se verdadeiras essas premissas, diante de um paradoxo no mínimo curioso. Isto é, diante de uma correlação negativa: Quanto mais aumenta a competitividade global, no Brasil menos se recorre à competência do economista?

Esta dúvida preliminar sugere alguns questionamentos, principalmente: 1-A complexidade do contexto sócio-econômico de fato aumentou? | 2-A vida sócio-econômica - pessoal, empresarial, governamental - ficou mais fácil? | 3-É impossível equilibrar-se num contexto complexo? | 4-Manter-se em equilíbrio dinâmico é fácil? | 5-A informática resolveu todos os problemas da informação e do conhecimento? | 6-Todas - ou a maioria - das empresas já estão com elevado grau de competência para sobreviver e crescer no ambiente atual e futuro? | 7-Todas - ou a maioria - das empresas estão capacitando intensa e continuamente suas equipes? | 8-Todas - ou a maioria delas - têm facilidade para fazer, oportuna e corretamente, a leitura dos sinais do ambiente? | 9-Todas - ou a maioria delas - planejam, têm estratégias adequadas e as convertem, efetivamente, preservando o equilíbrio dinâmico? | 10-A imagem do economista facilita sua inserção valorizada no mercado? | 11-Os economistas estão capacitados para compreender o ambiente sócio-econômico e buscar soluções criativas? | 12-As empresas têm consciência de que compreender o contexto econômico e seus movimentos é fundamental para reagirem ou pró-agirem aos movimentos do contexto? | 13-Elas têm consciência de que ameaças para uns são oportunidades para outros; e que ameaças não se perdem: alguém as aproveita. | 14-As faculdades de economia estão capacitadas a formarem economistas com forte base conceitual e prática, deixando-os capazes a gerar valor aos seus clientes? | 15-Os cursos de economia ressaltam que a simples extrapolação da tendência histórica, válida nos períodos de repetição, hoje é insuficiente para acompanhar os movimentos crescentemente diferenciados e descontínuos do contexto econômico? |16-Dos formandos em economia são exigidas comprovações válidas de sua competência? | 17-As faculdades de economia praticam e incutem, além dos conhecimentos técnicos, valores relevantes de responsabilidade social? | 18- As faculdades de economia, os economistas e suas instituições representativas praticam o networking com o ambiente empresarial?

Feito esforço sincero de responder a essas e tantas outras questões, por certo surgirão caminhos, não só para enfraquecer o paradoxo, como para chegar ao alinhamento de interesses, de que, sem dúvida, resultará a valorização profissional.

É evidente que o esforço deverá ocorrer em todos os envolvidos, principalmente o próprio economista, a universidade/faculdade e as instituições representativas. Ressalte-se que o Cofecon está consciente e trabalhando neste sentido.

Equacionados os pontos fracos eventualmente encontrados no lado da oferta dos serviços do economista, deixando-o com capacidade compatível com os tempos atuais e as perspectivas, o passo seguinte para enriquecer sua demanda é a adequada exposição. Mas essa exposição não pode ser fantasia. O mercado tem que sentir importância/valor na oferta. Aceita a oferta, o cumprimento não pode deixar lacuna de valor que possa, de alguma forma, decepcionar o comprador. Pelo contrário.

O valor recebido deverá exceder às expectativas. Num processo continuado e demonstrado, a busca será crescente e a lacuna atual tenderá a desaparecer. Mas isto exige forte empenho de cada economista que deseje inserir-se nessa nova plataforma, bem como de suas entidades/instituições, guardiãs da qualidade e da ética profissional.

. Por: Humberto Dalsasso. Economista, Consultor Empresarial de Alta Gestão | Cofecon

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