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19/04/2011 - 09:40

Pesquisador da USP recebe Prêmio Péter Murányi 2011

Homenagem é por seu trabalho no desenvolvimento de um equipamento que pode salvar vidas de pacientes que recebem respiração artificial em UTIs.

Em cerimônia realizada no dia 14 de abril (quinta-feira), o médico e pesquisador Marcelo Britto Passos Amato, do Laboratório de Pneumologia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), recebeu o Prêmio Péter Murányi 2011 - Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por seu trabalho Estratégias inovadoras para redução da morbi/mortalidade em UTI e ventilação artificial: criação e desenvolvimento da Tomografia por Impedância Elétrica. A honraria foi entregue pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva.

Ao receber o troféu e o certificado, Amato agradeceu, sem citar nomes, todos os colegas pesquisadores, engenheiros, técnicos e outros profissionais que, ao longo de dez anos, se dedicaram ao projeto. Para ele, mais do que uma homenagem pessoal, a importância do prêmio reside no que ele significa para a promoção da ciência, que é uma obra coletiva. Na opinião dele, é um patrimônio da humanidade que também precisa de instituições como a Fundação Péter Murányi , que a promovam e a incentivem. “Na construção da ciência, cada um de nós coloca um tijolo”,explicou. “Me sinto parte da comunidade que vem montando esse edifício.”

Em seu discurso, Zilda Vera Suelotto Murányi Kiss, ressaltou que o prêmio oferecido pela Fundação que preside é um reconhecimento do mérito do trabalho. Amato desenvolveu um equipamento, que evita mortes e diminui traumas em pacientes hospitalizados com respiração artificial, em unidades de tratamento intensivo. “O reconhecimento de seu trabalho também pode ser medido pelas 1.200 citações internacionais que recebeu”, declarou ela. “É uma solução original, de baixo custo, cujos resultados levam a uma mudança de paradigma para o monitoramento da ventilação artificial. É uma honra para a Fundação Péter Murányi poder reconhecer um trabalho como esse, que irrefutavelmente é inovador, de alta aplicabilidade prática e quantificavelmente benéfico socialmente.”

O presidente do CNPq lembrou, em seu discurso, que a ciência brasileira ainda é jovem, mas já alcançou avanços, como a formação 12 mil doutores e 40 mil mestres por ano e a participação de quase 3% na produção científica mundial. Apesar disso, há grandes desafios a vencer, entre os quais a transformação do conhecimento gerado em benefícios concretos para a sociedade no formato de inovações, produtos, políticas públicas e serviços. Por isso, de acordo com Oliva, iniciativas como o prêmio oferecido pela Fundação Péter Murányi, com o foco na aplicação da ciência, são importantes para o País.

Segundo Oliva, o CNPq se sentiu honrado em participar da homenagem ao pesquisador Marcelo Amato, que, com o seu trabalho, “mostrou que um novo paradigma para a ciência brasileira pode e deve ser alcançado”. “Nesse caso, um equipamento barato, extremamente útil para tratamento de uma doença que causa dificuldades respiratórias e dezenas de milhares de mortes todos os anos no nosso País”, declarou. “Esse é um exemplo a ser seguido por todos os cientistas brasileiros.”

O equipamento que rendeu o prêmio ao Dr. Amato é um tomógrafo que faz 50 imagens por segundo dos pulmões de pacientes submetidos à respiração artificial. Para isso, usa uma propriedade dos tecidos humanos, a impedância, que nada mais é do que a resistência que eles têm à passagem de corrente elétrica. É como um raio-X, que ao cruzar um corpo humano encontra mais resistência nos ossos, o que gera a imagem deles.

O Tomógrafo por Impedância Elétrica (TIE), em vez de ondas eletromagnéticas (como os raios-X) é usada uma corrente elétrica para atravessar os tecidos, nesse caso, os pulmões. Dr. Amato explica que o ar tem uma alta impedância, ou seja, alta resistência a correntes elétricas. “Como os pulmões têm muito ar, eles também têm alta impedância”, explica. “Funcionam para a corrente elétrica como os ossos para os raios-X.”

O prêmio recebido pelo Dr. Amato foi o décimo concedido pela Fundação Péter Murányi, que vem fazendo essa homenagem desde 2002. São premiadas pessoas físicas ou jurídicas, que se destacam em descobertas ou trabalhos científicos que beneficiem o desenvolvimento e o bem estar social das populações que vivem abaixo do paralelo 20 de latitude norte. Ele é concedido anualmente e de modo alternado a pesquisadores atuantes em quatro áreas: Saúde, Alimentação e Educação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Na cerimônia, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, foi convidada a anunciar o Prêmio Péter Murányi 2012, que será para a área de Alimentação.

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