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19/04/2011 - 09:40

Fiesp fará reunião com possíveis investidores do TAV para agilizar propostas

Leilão de concessão da obra foi adiado novamente para dar mais prazo à formalização de consórcios e contratos comerciais. ANTT admite abertura para diálogo, mas não mudará modelo e prazo

A Fiesp está disposta a se reunir com potenciais investidores do projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), que fará a ligação entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além das conexões regionais, para fazer com que a obra saia do papel. O leilão para concessão já foi adiado por duas vezes e agora está previsto para acontecer em 29 de julho.

“Interessados há com certeza, o Brasil hoje é muito bem visto no mundo por investidores. Já fomos procurados por franceses, coreanos, espanhóis, enfim, o que precisa agora é que nos digam com clareza o que está faltando para aparar eventuais arestas. É nisso que vamos trabalhar”, garantiu o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em coletiva após a abertura do seminário sobre o TAV na sede da federação.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) projeta o início das obras para o segundo semestre de 2012 e ainda espera que seja possível antecipar a ligação SP-Rio para as Olimpíadas de 2016, embora o prazo de conclusão previsto no Edital seja de seis anos.

Viabilidade - A modelagem de concessão definida para o leilão envolve menor aporte de recursos públicos – o governo aplicará R$ 3,4 bilhões como sócio investidor, por meio da criação da Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav), e financiará ao consórcio vencedor R$ 20 bilhões do total previsto para a obra, orçada em R$ 33 bilhões.

“A operação é altamente viável. O projeto começa gerando caixa de R$ 2 bilhões por ano, porque o custo operacional e de manutenção é muito baixo. O que é caro é o capital, por isso estamos criando condições de financiar o investimento para a construção da infraestrutura”, disse o diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo.

Figueiredo garantiu que o modelo e o prazo de concessão, que é de 40 anos, além da tarifa-teto de R$ 200 não mudam, mas admitiu que o governo federal estará aberto ao diálogo até o leilão. “O resto é passível de ajuste, mas nada que justifique um novo adiamento”, afirmou.

Segundo ele, hoje não há mais dúvidas técnicas dos investidores sobre a modelagem. A razão para o novo adiamento de 90 dias, de abril para julho, foi o tempo necessário para fechar os acordos comerciais entre as empresas estrangeiras detentoras da tecnologia e as construtoras brasileiras. “Acho que há condições de ter pelo menos três consórcios, mas se tiver um é o que precisamos”, confirmou o diretor da ANTT.

Modelo padrão - O setor industrial manifestou total apoio ao modelo de concessão proposto. Para Carlos Cavalcanti, diretor-titular do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) da Fiesp, as carências na área não podem se condicionar à disponibilidade dos governos de realizar investimentos. Em sua avaliação, esta é uma oportunidade de garantir um modelo padrão para todos os projetos de infraestrutura no Brasil, com participação do setor privado.

“O setor público não vai dar conta da revolução que temos de fazer para recuperar o atraso na rede. Há 60 anos não investimos em trem no Brasil”, disse. “E esse modelo, já vitorioso no setor elétrico desde 2004, garantiu que o Brasil tivesse um regime de planejamento e de plena oferta de energia hoje, acima da média mundial e à frente dos Brics”, defendeu Cavalcanti.

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