Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/04/2011 - 09:53

Santander Cultural apresenta mostra que relaciona o conceito de brasilidade à produção de arte contemporânea

Vestígios de Brasilidade acontece no Santander Cultural Recife, de 6 de maio a 31 de julho, com 40 artista brasileiros. Obras marcam a utilização renovada de elementos relacionados a uma suposta identidade nacional, entre as décadas de 1950 e 1960.

Recife- Com Vestígios de brasilidade, o Santander apresenta uma mostra de artes visuais que pesquisa e debate a construção do imaginário popular. Simultaneamente, a iniciativa imprime no espaço expositivo do Santander Cultural Recife uma estética inovadora sob o olhar do curador Marcelo Campos. São 57 obras de 40 artistas, divididas em sete núcleos poéticos. A exposição está aberta ao público de 6 de maio a 31 de jullho, e oferece um programa de Encontros de Reflexão conduzido pelo curador e artistas.

Os núcleos poéticos - Quarta-feira de cinzas, Fetichismo, Vento, Preguiça, Sortilégios, Geometria, Casa- apontam para os caminhos pensados pela curadoria para compreender as impressões de um Brasil que também somos convidados a percorrer. A poética de artistas contemporâneos e sua percepção de brasilidade aliam-se a trabalhos que traduzem outros períodos da história da arte brasileira.

Vestígios de brasilidade estabelece conexões e diálogos que nos despertam a reflexão de um Brasil que está em todos nós. Para Marcelo Campos, “ao situar a brasilidade na arte contemporânea, entende-se que a apropriação de determinadas ênfases postas no agenciamento simbólico da ideia de nacionalidade e pertencimento tornou-se fundamental”. Já Carlos Trevi, coordenador geral do Santander Cultural, destaca que ”a exposição Vestígios de brasilidade é um convite à reflexão sobre o nosso País a partir das diferentes percepções e poéticas dos artistas participantes, assim como dos simbolismos que norteiam a construção da identidade brasileira”.

Os sete núcleos poéticos que dividem a mostra:Quarta-feira de cinzas - Como convite a um baile, a uma dança, abriremos a exposição com os vestígios do carnaval, confetes, serpentinas, fantasias. Assim, os trabalhos ganham o caráter decorativo, catártico e melancólico assumindo esta característica da brasilidade tão difundida a partir do século XIX que atravessou a história e o milênio, turistificada, por exemplo, na pintura de Glauco Rodrigues. O ornamental na obra de Beatriz Milhazes, os vestígios da folia nas formigas de Rivane Newenschwander e Cao Guimarães.

Fetichismo-No mergulho orgiástico, surge um dos mais importantes ecos de brasilidade: o anti-herói. Assim, o fetichismo cria sensações sincréticas. Ao mesmo tempo, colocamos em jogo a subversão, hasteando bandeiras ao submundo, juntando Deus e o Diabo, criticando a repressão policial, em Antonio Manuel, com o anti-herói fugindo de corpo fechado. Alexandre Vogler e Ronald Duarte são herdeiros desta estética do subdesenvolvimento, agora, com a possibilidade de ganhar as ruas nas intervenções urbanas. A brasilidade, tão cantada na exuberância da natureza, agora é apreendida como contrabando nas fotos de Bob Wolfenson.

Vento- Para varrer os males, vamos chamar o vento. Invoquemos Iansã na obra de Carybé. A brisa, elemento metafísico que interfere nas marés, como no trabalho de Cadu, que balança as folhas de Chelpa Ferro, o balanço da infância de Brígida Baltar e que faz os redemoinhos espontâneos de Rosângela Rennó.

Preguiça - Da preguiça apresentada nas pinturas de Cícero Dias e Luiz Zerbini, ou nas fotos de Pierre Verger, Macunaíma ganha a cena, nascendo, nos livros costurados de Ana Miguel, no sono de Sandra Cinto. Uma preguiça sem caráter, invertendo a lógica da moral, convidando-nos a fabulações.

Sortilégios - Do sonho, vamos à crença pelo encantamento: a magia das sete ervas no desenho de Mauro Piva, as flores no mar para Iemanjá no trabalho interativo de Tonico Lemos Auad, as procissões de Nelson Leirner. O encantamento. A canção de domínio público no som do grupo Axial. Sortilégios.

Geometria - Da apropriação de elementos populares, de personagens e imagens da cultura autóctone, revelamos, neste próximo núcleo, o Brasil construído pelas mãos de anônimos, mestres, escravos, imigrantes, decorando as festas, aplicando a azulejaria das igrejas, revelando o colorido e a genial geometria das feiras livres. Aqui, recodificaremos um dos mais destacados elementos da passagem do modernismo para a contemporaneidade: a geometria. É a partir de uma dupla herança, entre o construtivo e o popular, que Volpi funciona para os trabalhos de Emmanuel Nassar, Delson Uchoa, Marcone Moreira, Marcius Galan e até hoje, como paradigma para o ilusionismo de Alexandre da Cunha. Figurativo ou abstrato? A pergunta permanece frutificando-se em exemplos, como os azulejos de Adriana Varejão.

Casa - Desta possibilidade brasileira de rever a geometria euclidiana, as construções vão se subjetificando, o casario flutua em Guignard, como religiosidade, como ex-voto aos deuses. Assim, adentraremos a casa com a herança colonial e popular. Da presença intensa da colonização, o móvel austero de José Rufino cria raízes para mostrar a força de uma herança. Do sertão, a casa dos pais de Efrain Almeida, com varanda conquistada. Heranças desejadas ou rejeitadas? Com cordialidade e atrito se construiu a brasilidade. Ao mesmo tempo, desta possibilidade construtiva, agregamos sentimentos e valores afetivos erigindo totens, monumentos, muitas vezes, tão banais quanto as caixas de feira de Cildo Meireles que, não por acaso, são construídas com pregos de ouro, assumindo, de vez, que a adversidade, uma terceira margem, é uma das nossas nobrezas.

Exposição Vestígios de Brasilidade, com abertura 5 de maio de 2011 (para convidados), com período 6 de maio até 31 de julho de 2011,de terça a domingo, das 13h às 20h, no Santander Cultural Recife , Avenida Rio Branco, 23 – bairro do Recife / Recife – PE. Entrada Franca [Curadoria Marcelo Campos]. Serviço Educativo 081-3224-1110 com Joaquim ou Pâmela ou [email protected] | www.santander.com.br| twitter.com/santander_br | SAC 0800 762 7777 | Ouvidoria: 0800 726 0322

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira