Governo do Estado lança Fórum do Setor Náutico no Rio Boat Show

Agenda prevê ações para dinamizar indústria de embarcações de lazer que está aquecida por investimentos em estaleiros e marinas. Somente este ano, devem ser gerados 1,5 mil empregos diretos e seis mil indiretos.

Rio – A indústria náutica do Estado do Rio de Janeiro vive um momento de forte aquecimento. Em 2011, o setor deve receber U$ 580 milhões (quase R$ 1 bilhão) em investimentos e gerar aproximadamente 1,5 mil empregos diretos e seis mil indiretos. A estimativa é da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, que lançará no dia 27 de abril (quarta-feira), às 14h, o Fórum Náutico Fluminense, durante a Rio Boat Show 2011, na Marina da Glória, Aterro do Flamengo.

Coordenado pela Secretaria, o Fórum é resultado da parceria com o Sebrae/RJ, com o apoio das principais entidades que movimentam o setor, como Acobar, Semar, Sinaval e o grupo Boat Show. A iniciativa visa consolidar um plano de ação para equacionar os desafios do setor para estimular a fabricação de embarcações de lazer no estado e garantir o crescimento do setor. Entre as demandas apresentadas pelas entidades e empresários do setor, estão a ampliação de marinas e a construção de rampas públicas, que facilitariam o acesso das embarcações ao mar.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, destaca que o Rio tem recebido importantes investimentos na área náutica, desde o decreto do governador Sergio Cabral, que baixou para 7% o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o setor, em 2008. Segundo ele, mesmo no período pós-crise global, a indústria náutica fluminense vem mantendo uma taxa de crescimento de 15% ao ano.

- Além das novas indústrias que estão se instalando, como a multinacional francesa Benneteau, que está construindo em Angra a sua primeira fábrica de lanchas, e a brasileira Intermarine, líder em embarcações de luxo, temos a Marina da Glória, do grupo EBX, de Eike Batista, que está ampliando o número de vagas para embarcações. Isso sem contar a estrutura do Marina Verolme (BR Marinas, em Angra dos Reis), e seu moderno conceito de marina-indústria – afirma o secretário.

Setor intensivo em mão de obra- O secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, destaca que, por utilizar processo artesanal de construção, a indústria náutica é intensiva em mão de obra, em linha com a política industrial do estado, de fomentar a geração de emprego e renda. Segundo entidades do setor, para cada embarcação de lazer fabricada, são gerados, em média, oito empregos diretos.

- Acreditamos que o Rio está se preparando para fortalecer a cadeia de fornecimento. A nossa indústria náutica é a mais tradicional do Brasil e vamos precisar de mão de obra qualificada para preencher essas vagas – afirma o secretário. A maioria das oportunidades que deverá surgir é para laminador de fibra, carpinteiro, marceneiro, mecânico, pintor, eletricista e engenheiro naval.

Setor no Brasil e no mundo- Para Bueno, o Estado do Rio de Janeiro tem um grande potencial para o turismo náutico, que movimenta US$ 71 bilhões ao ano em todo o mundo. O Brasil possui 8,5 mil km de costa e 45 mil km de águas navegáveis. Apesar disso, no país há apenas um barco para cada 3,6 mil habitantes. Em países como França e Itália, a média chega a um barco a cada 68 habitantes e nos Estados Unidos, um para 18. “Isso abre grandes oportunidades para o setor”, ressalta Bueno.

O Brasil possui 654 marinas, iates clubes e garagens náuticas, 1.518 lojas náuticas, 1.247 operadoras de mergulho, 856 hoteis e pousadas marinhas, 1.242 oficinas para acessórios e implementos. Em 2010, foram fabricados 4,4 mil barcos de lazer, contra 3,5 mil em 2006. O Sudeste concentra 71% da produção. A frota nacional hoje é formada por 63 mil barcos de fibra, acima de 14 pés. A maior parte (84%) é de barcos a motor e 16% a vela. A cada 1 mil barcos construídos, são gerados 8 mil empregos.

Rio Boat Show – A 14ª edição do Rio Boat Show, que acontece de 27 de abril a 03 de maio, receberá investimentos de R$ 6 milhões e projeta gerar R$ 170 milhões em negócios. Serão 35 estaleiros, contra 20 na edição anterior, mais uma demonstração do crescimento do setor no Brasil.