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01/08/2007 - 08:17

FBCVB alerta sobre risco de politizar crise de mercado

Descrédito no sistema é o grande problema a ser enfrentado nos próximos cinco anos.

A Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (FBCVB), em nome de seu presidente João Luiz Moreira, vem a público manifestar seu posicionamento em relação à crise aérea que vivemos no País. Antes de mais nada é necessário deixar claro que não devemos politizar uma crise que é de mercado.

A problemática atual, cabe-se ressaltar, teve origem na falência anunciada da Varig e no conseqüente desmantelamento da maior - e melhor - companhia aérea brasileira. Com a saída de circulação das aeronaves da Varig, criou-se um vácuo que ainda não foi corretamente assimilada pelo mercado. As outras companhias brasileiras ainda não conseguiram adaptar-se e/ou adequar-se à nova realidade, impulsionada pelo aumento da procura pelo transporte aéreo, ocasionando um estresse de efeito dominó em toda a malha aérea.

Os efeitos decorrentes ocasionaram em um curto período de tempo, pior atendimento, novas companhias despreparadas, investimentos insuficientes na estrutura de pessoal e manutenção além, é claro, de overbooking na venda de passagens. Como se não bastasse, ocorreram quase em sequência os dois piores desastres aéreos da aviação brasileira, tudo isso em meio a uma turbulenta reivindicação salarial envolvendo governo e controladores de vôo.

A projeção para o mercado de eventos prevê recuperação em um prazo de cinco anos. Como representante dos 73 CVBx afiliados, a FBCVB enfrenta com grande apreensão os desdobramentos desta situação. Os CVBx desempenham um papel essencial para o Turismo, já que são responsáveis pela captação de eventos para uma cidade ou região e o turismo de negócios/eventos responde pela maior parte do tráfego de turistas ao Brasil. Para se ter uma idéia, o turismo de negócios movimentou cerca de 4,5% do PIB do Brasil, o equivalente a R$ 140 milhões (dados de 2001).

A realização de eventos aumenta a circulação de capital, amplia a inclusão social (mais trabalho, mais empregos), reduz a sazonalidade na hotelaria local e regulariza a situação de balanço de pagamentos. Por tudo isso, é imprescindível uma entidade que capte eventos. Quem perde com essa situação é o país. Mas, por pior que esteja a situação, temos a obrigação de nos limitar apenas ao que aconteceu. A catástrofe aérea é um assunto técnico e a divulgação dos resultados do acidente, um desrespeito às vítimas.

A crise aérea vem afetando a credibilidade de um sistema confiável e desestruturando nossas áreas produtivas para a captação de eventos. Compromissos assumidos vêm sendo cancelados sem diminuição de entraves burocráticos. E isto que recentemente o Brasil atingiu a 7ª colocação entre os países que mais sediam eventos internacionais no mundo, segundo o ranking da ICCA - International Congress & Convention Association, a maior entidade mundial do setor. Foi a primeira vez na história da ICCA que um país latino-americano entrou no "Top 10".

O mais dramático é que esta tragédia do vôo 3054 da TAM ocorra em meio aos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, ofuscando o sucesso de sua realização. Mostramos ao mundo que somos capazes de sediar e organizar um evento de grande porte e, agora, teremos de reconquistar a confiança de todos os envolvidos, provando que nossa aptidão, qualificação e dedicação ao turismo de negócios e eventos não foram em vão.

[Brasília, 30 de julho de 2007. Por: João Luiz dos Santos Moreira, presidente da Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux]

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