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29/04/2011 - 12:00

Pesquisa avalia impacto do FNDCT na inovação da indústria brasileira

Há um núcleo dinâmico inovador bem definido na indústria brasileira, mas ele precisa receber apoio de forma mais intensificada. Esta foi uma das conclusões do primeiro evento da série Debates FINEP, lançada no dia 26 de abril (terça-feira), no Rio de Janeiro. Segundo os palestrantes, o FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico é um dos principais instrumentos, mas sozinho não consegue dar conta das necessidades de financiamento do setor.

O debate apontou a necessidade de combinação de instrumentos, fortalecimento da capacidade de análise setorial e aumento dos recursos destinados a P,D&I. “A FINEP cobre bem o espectro de empresas emergentes nas suas ações de fomento, mas ainda alcança uma parte pequena das empresas líderes, portanto há um espaço grande de crescimento das nossas ações”, disse o diretor de inovação da FINEP, João De Negri, que defende a transformação da Financiadora em um banco especializado no apoio à inovação.

A discussão aconteceu tendo por base a pesquisa “Metodologia de Avaliação dos Resultados de Conjuntos de Projetos Apoiados por Fundos de Ciência, Tecnologia e Inovação", feita em parceria entre a UFMG e o IPEA e financiada pela FINEP. Foram analisados dados de 23.892 empresas, entre os anos de 1998 e 2008. Das empresas acompanhadas, 1.247 realizaram atividades contínuas de P&D durante o período estudado. Dessas, 741 possuem laboratórios de P&D, que contam com ao menos um profissional com mestrado ou doutorado para dirigi-los.

A pesquisa apontou que as empresas que investiram em conhecimento cresceram pelo menos 21% a mais do que as que não investiram. Porém, esse investimento em P&D ainda está concentrado nas empresas de grande porte, o que acompanha a tendência internacional.

“O Brasil vive uma situação paradoxal dentro da inovação no mundo, característica dos países emergentes: enquanto é líder em áreas como bioenergia, está bem atrás em outros setores”, disse Evando Mirra, consultor do CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e um dos debatedores.

Evando afirma que a criação dos fundos setoriais deu uma nova dinâmica ao FNDCT. “No início, as iniciativas relacionadas a P&D não eram assunto político, não tinham visibilidade, mas nos últimos anos o tema ganhou outra relevância no debate político brasileiro, ganhando centralidade na política industrial”, disse Evando.

Uma proposta dos autores da pesquisa é que parte dos recursos do FNDCT deveriam estar direcionados às empresas inseridas no chamado “núcleo da indústria brasileira”, que são aquelas com capacidade de acumular conhecimento novo para realizar inovação tecnológica e manter sua competitividade internacional de forma sustentada. Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ, David Kupfer, que também compôs a mesa, o aprofundamento do conhecimento sobre o padrão de concorrência setorial é “de fundamental importância para a qualificação das ações de fomento à inovação".

O encontro contou com a participação de professores, inventores e do público em geral, além dos funcionários da FINEP. O próximo debate da série acontece dia 13 de maio, com a presença de John Beddington, conselheiro chefe para assuntos de ciência do governo britânico. O tema será o papel da inovação nos presentes desafios globais e como agências semelhantes à FINEP poderiam atuar, no contexto de colaboração com o Reino Unido. A entrada é franca e não é necessário inscrição.| www.finep.gov.br

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