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29/04/2011 - 12:45

Figura repetida não completa álbum

O tema orientação de carreira foi priorizado, na agenda dos executivos no Brasil, a partir dos anos 1990, seja em função das atribuições na organização, seja em razão de seu interesse pessoal. Neste período foi possível observar a emergência e concorrência de três diferentes práticas de orientação profissional: o mentoring, o aconselhamento de carreira e o coaching executivo.

Essas práticas contribuem para as reflexões em diferentes fases da carreira: para jovens ingressantes no mercado de trabalho em fase de construção de sua identidade profissional; para profissionais experientes, preocupados com o desenvolvimento ou transição de suas carreiras e para profissionais mais seniores na expectativa da consolidação de sua transição de carreira, ao que se denominou de pós-carreira.

A angústia vivida pelas pessoas na relação com suas carreiras e a necessidade de suporte para orientá-las na construção e reconstrução dessa relação, parecem sempre ter existido e vem se acentuando. Nesse contexto, a ênfase é para os profissionais maduros, que necessitam promover uma transição em suas carreiras. Normalmente, o cliente está vivendo ou irá viver uma crise em sua carreira profissional e busca o aconselhamento para minimizar os possíveis efeitos.

Um exemplo é o do gerente comercial que saiu e voltou para uma mesma empresa por duas vezes a convite do diretor, mas está desmotivado, insatisfeito com a ocupação atual, se sentindo explorado, sem reconhecimento, questionando sua situação de empregado e analisando outras possibilidades de trabalho. Ele se sente até mesmo culpado por pensar, sonhar e dizer do seu desejo de ser dono do próprio negócio. Tem medo de expor esta vontade e ser repreendido por almejar algo diferente do que vem fazendo. O mercado de trabalho, os amigos e, quase sempre, os familiares não concordam, colocam dificuldades e até rejeitam os empreendedores que querem dar um novo rumo para sua vida profissional.

Portanto, sem planejamento da carreira, sem objetivo profissional, inseguro e sem espaço para renegociar salário, este profissional resolve procurar um aconselhamento de carreira. Se ele não sabia o quanto valia no mercado, não podia esperar que a empresa o valorizasse. É nesse momento que ele começa a discutir e avaliar seus pontos fortes para utilizá-los no desenvolvimento da vida profissional.

O que este profissional fez foi simplesmente questionar seu valor no mercado. Inclusive, já teve oportunidade de vender serviços e atuar como consultor, demonstrando ser um profissional empreendedor, dinâmico, criativo, ousado e negociador. Com mais esta experiência é normal que ele analise e avalie novas possibilidades de trabalho.

Sair e voltar para a mesma empresa é como diz o ditado popular “figura repetida não completa álbum”. O profissional preferiu o mais fácil – voltar para onde já conhecia - demonstrou falta de opção, insegurança e com isso perdeu a oportunidade de se desenvolver e amadurecer profissionalmente. Foi cômodo para ele porque não precisou experimentar uma nova cultura ou um novo ambiente organizacional. Faltou planejamento, atitude e ação. E a empresa lucrou, porque já conhecia o perfil do profissional e aproveitou para aumentar a carteira de clientes e as vendas.

Com o aconselhamento de carreira, esse mesmo profissional abriu seu próprio negócio, convidando o irmão para sócio. Desenvolveu um planejamento estratégico de marketing, uma apresentação da empresa, criou parcerias e foi fazer o próprio salário. Assim, o profissional assumiu um papel ativo no rumo da própria carreira, fazendo sua escolha profissional, utilizando sua experiência, autonomia e independência em busca de desafios, equilibrando e integrando necessidades pessoais, familiares e as exigências da carreira.

. Por: Tânia Zambelli, Mestre em Administração, pós-graduada em Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas e em Marketing, professora de pós-graduação do SENAC-MG e UNA. Profissional certificada em coaching pelo International Coaching Certification Program (ICI).

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