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03/05/2011 - 09:31

A revolução silenciosa nas empresas

A forte expansão da economia nos últimos 10 anos obrigou as empresas a terem uma maior capacidade de produção. Só é possível fazer essa expansão por dois caminhos: por meio do aumento dos investimentos de capital ou pela via do aproveitamento dos espaços vazios, de ociosidades que estão relacionadas às perdas de produção e de confiabilidade.

O Brasil cresceu muito e o nosso PIB (Produto Interno Bruto), a soma de bens e de serviços da economia, deve ultrapassar a casa dos US$ 2 trilhões em 2010. Estima-se que o setor de manutenção representa cerca de 5% do PIB, o que, sem exageros, soma algo como 160 bilhões de reais (ao câmbio de R$ 1,60).

Hoje as empresas, em ambientes competitivos dentro de um cenário de crescimento, necessitam cada vez mais de confiabilidade não apenas de equipamentos, mas igualmente de alta confiabilidade institucional. Qualquer organização, desde um colégio até uma indústria de capital intensivo, pode usufruir desses conceitos de alta confiabilidade, o que põe em conjunto duas disciplinas tradicionalmente separadas: o estudo da confiabilidade propriamente dita, que se refere ao quão confiáveis são os ativos físicos das empresas, e a saúde e segurança das pessoas e do meio ambiente (SMS).

Ao aplicar o conceito de confiabilidade expandido, as organizações conseguem, ao mesmo tempo, alta segurança, responsabilidade social e ambiental e aumento de sua capacidade de produção, atendendo a demandas dos mercados competitivos e crescentes, como temos no Brasil e na China.

Como mensurar o impacto sobre a credibilidade institucional que um acidente como o da plataforma Horizon, no Golfo do México, em 2010 tem? Ou ainda o abalo que uma empresa aérea sofre com um acidente como o do Airbus no meio do Atlântico em 2009? Certamente as organizações maiores são robustas, capazes de suportar essas verdadeiras tragédias. Já empresas médias e pequenas literalmente fecham. É impossível que elas sobrevivam com a robusta rede de proteção que existe hoje nas questões ambientais e sociais dos países desenvolvidos e sérios.

Uma das formas eficientes de evitar perdas de confiabilidade e acidentes é qualificar a mão de obra e certificar material e fornecedores. Sem dúvidas, o conhecimento técnico é uma das ferramentas mais importantes na prevenção e na criação de uma cultura de alta confiabilidade nas organizações. Não se tratam apenas de barreiras físicas, mas é importante trabalhar com múltiplas barreiras organizacionais que impeçam que o acidente, a parada não programada e a interrupção na produção aconteçam.

Mais do que isso, a visão das organizações de alta confiabilidade é que a excelência faz parte do negócio, sob todas as óticas, permeando todos os processos, fazendo ainda parte da filosofia, da visão e da missão, pois é ela que agrega valor aos negócios.

Além disso, a gestão dos ativos é, no cenário mundial, a visão mais moderna da manutenção. O profissional de manutenção não pode se concentrar em consertar os ativos, mas mantê-los operando com altíssima confiabilidade. Dessa forma, as organizações são mais produtivas, competitivas e evitam verdadeiros desastres que podem impactar o capital humano, o meio ambiente e a marca e a imagem das mesmas. Quando as organizações conseguem ter disciplina organizacional nesses itens em um processo de gestão único, é que, de fato, se conquista a excelência nas operações.

E nesse ambiente altamente competitivo, várias organizações de sucesso conseguiram alcançar esse objetivo. A premissa das companhias de alta confiabilidade é administrar os incidentes e desvios, que são aqueles que não geram perda ou dano; gerir a confiabilidade na eliminação dos defeitos e não apenas nas quebras e falhas de equipamentos críticos.

O Brasil, que faz parte dos BRICS (países emergentes com forte crescimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), precisa traçar um planejamento estratégico que comporte todo o crescimento na área de infraestrutura e de serviços, que está acontecendo neste momento para atender ao PAC, à Copa do Mundo em 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.

O Brasil está vivendo uma verdadeira revolução e é fundamental investir em infraestrutura, mas é preciso construir bem para que se possa operar depois com qualidade, confiabilidade e SMS. Todos que estarão no Brasil esperam encontrar serviços de excelência. Transporte, telefonia, serviços aeroportuários, enfim, toda infraestrutura Brasileira; a operação de cada uma dessas organizações será testada e avaliada.

Não basta ser mais uma nação emergente. O Brasil também precisa ser um país de excelência.

. Por: João Ricardo Lafraia, Presidente da Associação Brasileira de Manutenção (Abraman)

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