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02/08/2007 - 10:03

Adultos também devem se vacinar contra catapora, típica a partir de agosto

Prevenir custa menos do que tratar da doença, cujos sintomas são ainda mais severos em maiores de 15 anos.

Na primavera, aumentam tradicionalmente os casos de varicela, também conhecida como catapora: eles ocorrem a partir do mês de agosto com surtos culminando em setembro. Trata-se de doença infecto-contagiosa, causada pelo vírus varicela-zoster, que provoca lesões em forma de vesícula e prurido (coceira) em todo o corpo. “Como a vacina é a melhor forma de evitar a doença, as pessoas devem aproveitar que ainda estamos no inverno para se vacinar, antes que a temporada se inicie e, assim, a vacina tenha efeito satisfatório”, aconselha a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), que recomenda a vacinação rotineira a partir de um ano de vida. Mas não pense que é uma doença apenas de criança. Muito pelo contrário. Ela é mais severa em adolescentes e adultos e, para as gestantes, ela é de alto risco para o feto. Aqueles que ainda não contraíram a doença ou não foram vacinados na infância devem tomar duas doses da vacina antivaricela, com intervalo de 1 a 2 meses. Lembrando que a vacina está contra-indicada em gestantes.

Os dados no Brasil ainda são imprecisos porque a catapora não é uma doença de notificação compulsória. Ballalai explica que como os números são semelhantes em todo o mundo, pode-se pegá-los emprestados dos EUA. Lá, antes da vacinação sistemática, ocorriam anualmente 4 milhões de casos, com 11 mil hospitalizações e 100 óbitos. Enquanto, na infância a letalidade em menores de um ano é de 5 óbitos para cada 100 mil casos, em maiores de 30 anos chega a 25 mortes para cada 100 mil casos, de acordo com os dados norte-americanos. Aqui no Brasil, em 2004, foram registrados 60 óbitos em São Paulo. Estima-se que 30% dos maiores de 15 anos podem ser contagiados pela varicela, fase em que a doença se manifesta com um quadro mais grave. Isso significa milhões de brasileiros sujeitos à possibilidade de contrair catapora.

Somente disponível em clínicas particulares, cada dose da vacina antivaricela custa em média R$ 120 e contra-indicada no período da gestação, e também para pessoas imunodeprimidas ou em tratamentos imunossupressores. “Ela apresenta uma excelente relação custo-benefício, mesmo que o esquema considerado seja de duas doses (Veja exemplo abaixo). O código de ética médica prevê que o médico tem o dever de compartilhar com o paciente a informação sobre a melhor forma de prevenção e de tratamento. Cabe apenas à pessoa ou ao responsável decidir se é viável ou não. Não se pode negar o direito de informação à população”, enfatiza Ballalai. “A doença é uma importante causa de faltas nas escolas e no trabalho, elevando ainda mais o impacto econômico”, completa a vice-presidente da Sbim.

Adolescente doente não vai à escola. No caso da catapora simples, por exemplo, ele perde aproximadamente 10 dias de aulas. “Em casos mais graves, a pessoa pode experimentar dor física, desconforto e seqüelas permanentes. Além disso, pode infectar pais, irmãos, outros membros da família, amigos e colegas de classe, já que o contágio se dá 48 horas antes de surgirem os sintomas. Ao coçar as feridas, por exemplo, o doente deixa a pele vulnerável a microorganismos e, conseqüentemente, o quadro pode evoluir para infecções bacterianas secundárias, como a erisipela. Tudo isso pode ser prevenido facilmente com a vacina”, diz Isabella Ballalai.

A importância da segunda dose - Estima-se que a vacina ofereça de 70% a 90% de proteção contra a infecção e de 95% a 98% de proteção contra as formas graves de varicela. “Entretanto, como a proteção não é tão eficiente contra as mais brandas - onde aproximadamente 10% e 30% das crianças podem contrair uma forma leve da doença - a segunda dose serve para eliminar essa possibilidade”, explica Isabella Ballalai. Estudos mostram que a aplicação de uma segunda dose da vacina, aumentaria a quantidade de anticorpos e produziria uma imunidade mais eficaz. Desde 2005, a Sbim recomenda essas duas doses no Calendário de Vacinação da Criança, sendo pioneira. Somente em 2006, o Comitê de Imunizações dos Estados Unidos (Acip, na sigla em inglês) aderiu a segunda dose como reforço.

Relação custo-benefício da vacina antivaricela em crianças: Segue um exemplo de custo médio individual para um caso leve de catapora, em família de baixa renda, em que a criança estude em escola pública.

Preço da vacina: em média R$ 120 em clínicas particulares. A Sbim recomenda duas doses - Exemplo de custo médio individual para quem contrai a varicela, em forma leve: Uma faxineira ganha no mínimo R$ 60 por dia trabalhado na Zona Sul do Rio de Janeiro. Como trabalha na informalidade, recebe apenas quando executa suas tarefas. Se um filho contrair a doença - e ela não tiver outra pessoa para cuidar dele -, deixará de ganhar R$ 240 em quatro dias. Terá que custear entre R$ 45 e R$ 60 em remédios, como antialérgico, analgésico, banho de permanganato, pasta mentolada, entre outros. Se houver infecção bacteriana leve, o filho irá tomar dois frascos de antibióticos e cada um custa em média R$ 25. Nesse exemplo para uma família de baixa renda, o custo médio individual da varicela não-complicada é de no mínimo R$ 342,50, sem contar as passagens ao posto de saúde [R$ 240 + R$ 52,50 (custo médio com medicamentos simples) + R$ 50 (2 frascos de antibióticos)].

Conclusão: Considerando o total de R$ 342,50 de custos à família com a doença e o custo médio das duas doses de vacina antivaricela por R$ 240, para cada R$ 1 investido em vacina há a economia de R$ 1,43. A vacina contra a varicela apresenta uma excelente relação custo-benefício.

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