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02/08/2007 - 11:36

Presidente da Embrapa fala sobre papel da física no desenvolvimento de inovações para o agronegócio


O centro de instrumentação agropecuária da Embrapa recebe aplicações da física na área de energia selecionando sementes sem que sejam destruídas, para aplicação em melhoramento genético.

Uma semente de soja pode funcionar como um “chip” de computador, armazenando informações de pesquisa e tecnologia para agregar valor à produção agrícola. Este exemplo, que ilustra a importância da ciência e da tecnologia na produção de grãos, foi utilizado pelo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvio Crestana, durante palestra sobre o papel da física no desenvolvimento de inovações para o agronegócio no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), no dia 6 de julho.

Crestana, que é físico, com bacharelado e doutorado pelo IFSC, também recebeu uma homenagem do diretor do instituto, Glaucius Oliva, e uma mensagem do fundador do instituto, professor emérito da USP e coordenador geral da RIPA, Sérgio Mascarenhas, parabenizando-o pela trajetória e pelas conquistas.

Oliva afirma que a homenagem se deve à excepcional contribuição que Crestana tem dado ao desenvolvimento do agronegócio nacional e, especialmente, por ele ser um “exemplo vivo” de que a física possui uma inserção muito grande em todas as áreas do conhecimento. “O físico profissional pode contribuir em várias áreas, como na agricultura, em biotecnologia associada ao desenvolvimento de novos combustíveis, em nanotecnologia aplicada às ciências dos solos e na utilização de recursos de comunicação direta para fazer agricultura de precisão”, exemplifica.

Crestana falou a um público interessado na atuação do físico no agronegócio. “No Centro de Instrumentação Agropecuária da Embrapa há nove físicos. Lá são feitas várias aplicações em solo, matéria orgânica, uso de espectroscopia, imagem, ressonância magnética e raios X”. Ele lembrou que o centro também possui aplicações na área de energia, como a seleção de melhores sementes sem a sua destruição, para que possam ser úteis em melhoramento genético.

Segundo ele, a física aplicada é muito utilizada tanto na agronomia quanto na indústria. Um dos principais desafios agronômicos e industriais, hoje, é, segundo ele, transformar a biomassa em energia, por exemplo, com o beneficiamento da cana-de-açúcar para a geração de etanol, ou da soja, para o biodiesel. “Nos estamos plantando, colhendo e transformando a biomassa em energia”.

A Embrapa também desenvolve, em bacias hidrográficas, modelos de simulação com sensores que medem eventos em campo em tempo real, transmitindo dados via satélite e integrando-os para a tomada de decisão. “A física fundamenta resultados, princípios, equações, algoritmos e ideais desses pacotes tecnológicos”, afirma Crestana.

A física trabalha com as leis da mecânica, a eletricidade, o magnetismo, os estados sólidos, meios porosos e novos materiais que estão ligados diretamente à atividade agrícola. “Não é comum que a física tenha aplicações na agricultura em outros países, mas, no Brasil, isso ocorre na Embrapa e em vários institutos”, apontou.

Mundo tropical - Durante a palestra, o presidente da Embrapa afirmou que “o mundo está se tornando tropical”, referindo-se ao aquecimento global e ao avanço do Deserto do Saara em território africano. A “ciência tropical” ou a “agricultura tropical” são especialidades brasileiras e poderão ser transferidas à África e outros países que estão alinhados geograficamente com o Brasil.

Crestana considera que o futuro da humanidade não é único e, que, portanto, é necessário pensar em cenários de possibilidades para o futuro. Ele comenta que o retorno que a física da à humanidade é econômico, social e ambiental. “A paz da humanidade vai depender do papel que o Brasil irá exercer”, conclui.

Um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, em 2006, o agronegócio representou 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e 35% de empregos, em cinco milhões de propriedades rurais. É a principal fonte de divisa internacional e no ano passado representou 86% do saldo comercial total. | Por: Roberta Salgado Filho/RIPA.

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