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02/08/2007 - 11:37

Pequenos suinocultores demandam biodigestor eficiente e barato


Olmar Belincanta, encarregado do fomento suíno na Copagril, afirma que os produtores receberam bem a idéia do projeto de instalação de biodigestores, porém, precisam de um investidor.

Pequenos produtores de suínos em Marechal Candido Rondon, no Paraná, buscam tecnologia para transformar dejetos em energia por meio de biodigestores eficientes e baratos. Reunidos pela Cooperativa Agroindustrial Copagril, 16 proprietários de terra integram a primeira fase de um projeto que pretende reduzir a poluição gerada pelo gás metano, proveniente dos dejetos, para trocar por créditos de carbono.

O produtor de suínos daquela região Victor Hugo Borgmann explica que o projeto é uma oportunidade para produzir energia e utilizar adubo orgânico, porém, a expectativa é encontrar uma tecnologia definitiva de produção de energia para a auto-suficiência da propriedade. “A suinocultura passa por um momento complicado e está sobrevivendo”, diz. Borgmann avalia que o país está avançado em tecnologias acessíveis a grandes produtores, mas é carente em tecnologias eficientes e de baixo custo para os produtores menores.

O zootecnista Olmar Belincanta, encarregado do fomento suíno na Copagril, afirma que os produtores cooperados receberam bem a idéia de integrar o projeto que prevê a instalação de biodigestores em suas propriedades. “Isso começou há um ano e meio, inclui 16 produtores e cerca de seis mil suínos.” Segundo ele, entre as missões da cooperativa está produzir com responsabilidade visando ganho ambiental e econômico.

Belincanta lembra que, apesar do entusiasmo, os produtores não têm recursos suficientes e precisam de um investidor para desenvolver o projeto. “Precisamos de uma agência que faça essa negociação”, argumenta.

O biodigestor deverá ser instalado num raio de 20 quilômetros, com um mínimo de 12 mil suínos. Cada tonelada de metano vale cerca de 15 dólares.

Tecnologia - De acordo com Jörgen Leeuwestein, diretor da Ecobusiness, empresa que executa projetos de desenvolvimento sustentável, o metano é 21 vezes mais poluente que o gás carbônico e será queimado para reduzir a poluição. “O biodigestor possui um tubo com queimador que acende periodicamente (para ter certeza que o gás está sendo queimado) e um sistema de monitoramento que avalia o volume de gás emitido.”

Segundo ele, no frio, o processo é menos rápido, pois há menor formação de gás devido às baixas temperaturas. Apesar disso, ele afirma que há muitos projetos em andamento em toda a região Sul. “Pequenos produtores têm biodigestores em funcionamento com resultados comprovados”, afirma.

Vantagem - Atualmente, na região de Marechal Candido Rondon, a grande maioria dos pequenos produtores de suínos mantém os dejetos em lagoas a céu aberto que, posteriormente, são despejados na lavoura “in natura”, sem que tenham sido transformados em adubo. Segundo o produtor Borgmann, a vantagem em relação ao novo método é a preservação ambiental, a fertirrigação e a produção de gás para energia que poderia ser aproveitada na propriedade.

Ele explica que toda a produção de suínos é destinada à cooperativa, por meio de um sistema produtivo de integração. A cooperativa incentiva a instalação de biodigestores, mas, além disso, Borgmann acredita que é preciso um investidor disposto a bancar vários pequenos produtores e não apenas um grande.

Protocolo de Quioto - Para ingressar no mercado internacional de crédito de carbono, os produtores precisam de um investidor que banque, além do biodigestor, que hoje chega a custar cerca de R$ 200 mil, o credenciamento junto à ONU, que custa 15 mil euros (cerca de R$ 38 mil), e o custo de consultoria da empresa que faria esse credenciamento. “A idéia é interessante, mas tem que ser levada à diante, pois nós vamos encontrar muitas dificuldades”, acredita Borgmann.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) foi criado pelo Protocolo de Quioto para auxiliar o processo de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) ou de captura de carbono (ou seqüestro de carbono).

Há quinze setores onde projetos MDL podem ser desenvolvidos: geração de energia (renovável e não-renovável); distribuição de energia; demanda de energia (projetos de eficiência e conservação de energia); indústrias de produção; indústrias químicas; construção; transporte; mineração e produção de minerais; produção de metais; emissões de gases fugitivos de combustíveis; emissões de gases fugitivos na produção e consumo de halocarbonos e hexafluorido de enxofre; uso de solventes; gestão e tratamento de resíduos; reflorestamento e florestamento; agricultura. | Por: Roberta Salgado Filho/RIPA.

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