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18/05/2011 - 08:04

Sustentabilidade x Distribuidores

O termo "sustentável" vem do latim sustentare, que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e cuidar. Diante disso, podemos entender que Sustentabilidade é a capacidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições de um processo de forma a permitir sua permanência, em certo nível, por prazo determinado. Mais recentemente o conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso de recursos visando satisfazer certas necessidades presentes, não pode comprometer a satisfação das necessidades de gerações futuras. Via de regra, para que um empreendimento seja considerado sustentável ele precisa ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.

O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente realizada em Estocolmo, em 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais em nível internacional, chamando a atenção especialmente para questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição. A Declaração de Estocolmo, que se traduziu em um Plano de Ação, definiu princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda não fosse usada, a declaração, no seu item 6, já abordava a necessidade imperativa de "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e futuras gerações".

O conceito de sustentabilidade está intimamente relacionado com o da responsabilidade social das empresas. Além disso, esse conceito normalmente adquire contornos de vantagem competitiva. Segundo Michael Porter - professor da Escola de Negócios de Harvard - "normalmente as companhias têm uma estratégia econômica e uma estratégia de responsabilidade social, quando o que deveriam ter é uma estratégia só". Uma consciência sustentável, por parte das empresas, pode significar uma vantagem competitiva, se integrar uma estratégia única da organização.

Vivemos hoje sobre o fio da navalha em relação às questões ambientais. Nosso planeta dá sinais claros de que não suporta mais o ritmo de consumo de recursos que imprimimos nos dias atuais. A poluição da terra, da água e do ar chegaram a níveis tão altos que em alguns países certas regiões chegam a ter níveis de poluentes que provocam deformidades e problemas gravíssimos de saúde para os habitantes locais. Vivemos numa “bolha de vida” e tudo o que se faz aqui reflete obrigatoriamente em toda parte, a sucessão de ocorrências catastróficas ligadas ao clima e ao meio ambiente, constantemente atacados pelo nosso modo de vida acabaram forçando a humanidade a repensar sua forma de se relacionar com o planeta. Isso ajudou muito a criar e fomentar uma consciência planetária de que algo deve mudar.

Da mesma forma e cada vez mais, essa massa consumidora chamada humanidade, representa uma pressão constante sobre as empresas e suas práticas de produção e de prestação de serviços. Isso é muito positivo, pois cria nas empresas a necessidade de adaptarem seus procedimentos ou de mudarem sua forma de agir de maneira drástica e rápida; sob pena de verem suas vendas e seus lucros caírem vertiginosamente de forma perigosa e arriscada. Esse “novo comportamento” acabou recebendo o nome de sustentabilidade empresarial. A partir daí, as empresas acabaram definindo um conjunto de práticas que procuram demonstrar o seu respeito e a sua preocupação com as condições do ambiente e da sociedade em que estão inseridas ou aonde atuam.

Infelizmente a sustentabilidade empresarial ainda não é tema central em muitas empresas. Principalmente em países como o nosso e nos países ricos, muitas corporações associam a ideia de sustentabilidade empresarial a um aumento nos custos de operação e nos preços de venda. No entanto, aos poucos, essa visão vai sendo revertida pela conscientização cada vez maior dos consumidores e a real pressão que esses grupos vêm fazendo sobre o mercado e sobre as empresas.

Mesmo que ainda haja empresas mais preocupadas com o retorno de marketing proporcionado pela sustentabilidade empresarial, há diversas outras que não apenas adotam o conceito, como exigem de sua cadeia produtiva a mesma postura. Um exemplo bem recente foi a exigência feita pela fabricante de material esportivo alemã Adidas à Bertin, uma das maiores empresas brasileiras de agronegócio, de que o couro fornecido não provenha da criação de gado em áreas de desmatamento.

Não devemos esquecer da mudança cultural que a sustentabilidade proporciona a uma empresa. Ela só funciona efetivamente quando está presente na filosofia da organização, nos valores dos funcionários e em toda cadeia produtiva, de ponta a ponta, até o consumidor final. Sem contar que não deve ser encarada de forma reativa, mas sim como transformadora, permitindo que as empresas melhorem seus processos, gerando economia, eficiência, valor de marca e reputação.

Sobreviver corporativamente hoje e no futuro passa por entender que qualquer organização empresarial faz parte de um todo, que deve ser sustentável para poder evoluir. Para que as empresas consigam ter sucesso, seu ambiente e seu ecossistema devem prosperar, o que torna a empresa co-responsável por este processo, juntamente com governos, meios acadêmicos, ONGs e os próprios cidadãos.

Sustentabilidade Empresarial passou a ser mais que um conceito importante. De fato, passou a ser um vetor determinante no sucesso das empresas, seja por estimular sua capacidade de interagir com seu ecossistema e gerar ganhos para ambas as partes, seja por sua importância na construção de sua reputação e credibilidade a partir de questões como transparência, ética, cidadania corporativa e responsabilidade social empresarial.

Antes de tudo, Sustentabilidade Empresarial se refere a uma forma de conduzir as atividades empresariais. Ser, pensar, decidir e agir de forma sustentável requer um processo de entendimento, negociação e integração construtiva entre todos os agentes de relacionamento de uma empresa ao olhar dos princípios e valores da própria empresa e de sua ética.

Ninguém mais contesta que, para garantir a perenidade, as empresas devem inserir na sua atuação elementos que considerem o equilíbrio nas relações com diversos grupos de interesse, demonstrando que os sistemas econômicos, sociais e ambientais estão integrados e que não podem implementar estratégias que contemplem somente uma dessas dimensões. Há alguns anos, iniciou-se uma tendência mundial dos investidores procurarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. Com isso, índices de sustentabilidade foram criados em escala global para avaliar várias dimensões das relações da empresa com a sociedade, o meio ambiente e os provedores de capital para a empresa.

Diante da modificação na forma de percepção de valor por parte dos investidores e como uma iniciativa de vanguarda na América Latina, em 2005 a Bolsa de Valores de São Paulo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o Instituto Ethos e o Ministério do Meio Ambiente, criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). O objetivo do ISE é criar um ambiente de investimento compatível com o desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações por meio de boas práticas empresariais. Para tanto, sua finalidade é oferecer aos investidores uma opção de carteira de ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial.

A Sustentabilidade Empresarial começa em nós mesmos e nosso comprometimento com as práticas e políticas que aplicamos para direcionar nosso comportamento pessoal e corporativo. Esse posicionamento e atitude criam os fundamentos sobre os quais podemos estruturar nossas decisões, impulsionar inovações e permitir a gestão efetiva de nossas atividades. Nossa principal meta deve ser a de ter sustentabilidade empresarial como parte intrínseca de nossas estratégias de longo prazo, um investimento inteligente criando vantagens competitivas e ajudando nossas empresas a atingir um crescimento sustentável e lucrativo.

. Por: Mariano Gordinho, presidente da ABRADISTI. -íntegra no Blog da Abradisti, no Reseller Web. Confira em: http://www.resellerweb.com.br/blogs/blog.asp?cod=173.

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