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28/05/2011 - 10:32

Cheque especial – limite ou linha de crédito

Quase todos consumidores possuem contas em bancos e possuem o limite do cheque especial, até aí tudo bem, não há problema algum, contudo, vejo com frequência casos de felicidade por causa do aumento do limite do cheque especial, pensando que isso é um símbolo de status social ou mesmo como uma premiação por parte do banco. Aí que está o perigo, pois, este é um dos primeiros passos para o endividamento e futura inadimplência.

Para entender melhor este risco temos que ter em mente que o cheque especial é um contrato entre o correntista e o banco que faz com que o primeiro tenha disponível um crédito de um determinado valor vinculado a sua conta bancária que, caso seja utilizado, deverá ser devolvido acrescido de juros e outros encargos. Este crédito é obtido sem consulta prévia e sem necessidade de nenhuma ação por parte do correntista.

Até aí tudo bem, mas os riscos estão nos juros que são cobrados nesta linha fácil de crédito, para se ter uma idéia, esses valores chegam a mais de 160% ao ano, segundo dados apresentados pelo Banco Central (BC). Grosso modo, isso significa dizer que se uma pessoa que emprestar hoje R$100,00 ao fim do período de um ano sem pagar nada, terá que retornar ao banco R$260,00. O que é muita coisa, principalmente se pensarmos que em nenhuma aplicação financeira se obtêm rentabilidade nem próxima a esta.

O risco é muito maior, pois, além do desconhecimento dos correntistas das complicações desta linha de crédito, há alguns bancos que somam o saldo da conta corrente com o valor disponível para o cheque especial como se fossem uma coisa só. Com isso, o consumidor tem a falsa impressão de que esta soma compõe seu saldo real e assim se sente confiante e sai gastando descontroladamente.

Mas, é importante frisar, a culpa não é do banco, que está oferecendo seu produto e vai do correntista aceitar ou não as condições. A culpa do endividamento nesta linha de crédito é principalmente da falta de educação financeira, que leva as pessoas a não se atentarem sobre os riscos existentes no mercado financeiro. Assim, isso só mudará com a maior divulgação e preocupação das pessoas sobre este tema.

Para evitar que o correntista tenha problema com a linha de crédito chamada de cheque especial, é fundamental seguir algumas dicas que detalho abaixo: Fale com o gerente e busque eliminar essa linha de crédito fácil, tenha em mente, os bancos só oferecem essa linha com tantas facilidades porque com as altas taxas de juros as perdas são pequenas;

Em caso de real necessidade, busque linhas de crédito com juros mais baixos, o máximo recomendável é de 2,5%, contudo é fundamental que estes valores estejam em seu orçamento financeiro mensal;

Não emita cheques pré-datados, as pessoas podem depositar esses valores imediatamente sem nenhum problema, ou também pode fazer com que se perca o controle financeiro nos próximos meses;

Se já estiver nesta linha de crédito, negocie a redução de juros e uma forma de pagamento que caiba em seus rendimentos mensais, se não tiver como pagar, informe isso ao banco e acrescente que irá pagar, mas quando e da forma que puder;

Não empreste cheques para amigos e nem dê cheque caução, pois, esses podem ser depositados e será um grande problema recuperar esses valores, muitas pessoas têm controle de suas finanças, contudo se perdem por causa de parentes e amigos que emprestam cheques ou dinheiro;

Assuma o controle de sua vida financeira e de sua conta bancária, tenha certeza que todos cheques e pagamentos estão sendo creditados, para que não tenha surpresas;

Os bancos cobram muitas taxas, assim, converse com o gerente de sua conta e não tenha medo de solicitar reduções e até mesmo isenções, eles têm poder de negociação, por mais que se mostrem resistentes, eles não queiram perder um correntistas e irão ceder;

Procure não ter mais de uma conta corrente, controlar uma conta já é algo que requer atenção, imagine mais de uma, contudo, avalie sua conta a cada seis meses ou um ano para ver se ela é a que oferece para você mais vantagens;

Utilize menos talão de cheque e mais os serviços eletrônicos bancários, geralmente o banco cobra menos taxas ou até isenta desta cobrança, sem contar que os cheques têm maior risco de alterações e em casos de roubo o problema será muito maior;

Cuidado com os débitos automáticos, estes tipos de serviços pode custar muito caro. Pense nas contas de água, telefone ou energia elétrica com valores indevidos, a ‘dor de cabeça’ para o ressarcimento que poderá levar meses ou até anos;

Os serviços prestados pelos bancos e instituições financeiras são de grande responsabilidade social em qualquer país, mas como todo e qualquer serviço, é necessária educação financeira para utilizá-lo corretamente.

.Por: Reinaldo Domingos, Educador e Terapeuta Financeiro, autor dos livros Terapia Financeira e O Menino do Dinheiro e da primeira Coleção didática de Educação Financeira para o ensino básico, Presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira. |www.dsop.com.br.

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