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01/06/2011 - 08:14

Cigarro: pior para quem tem artrite

Fumantes com predisposição genética têm 30 vezes mais chances de desenvolver a doença, que danifica ossos e articulações

Que o cigarro é causador de inúmeros malefícios à saúde, todo mundo sabe. Porém, poucas pessoas estão atentas para o fato de que este vício pode deixar doenças já existentes ainda piores e até diminuir a efetividade dos tratamentos, comprometendo a autoestima, a qualidade de vida, enfim, a saúde como um todo. Este é o caso de quem sofre de artrite reumatoide (AR), doença inflamatória crônica causada por uma disfunção do sistema imunológico, que acomete ossos e articulações.

Quem tem artrite reumatoide convive com dores, inchaços, deformações e dificuldade para realizar os movimentos mais simples como levantar, andar e abrir as mãos. Para se ter uma ideia, cerca de 450 milhões de pessoas sofrem de AR no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Ivânio Alves Pereira, reumatologista da Universidade Federal de Santa Catarina, sabe-se que a herança genética é responsável por 30% a 50% da suscetibilidade para adquirir AR. Se a pessoa for fumante, o problema se agrava ainda mais. Estudos recentes mostram que na Suécia (um país caracterizado por uma baixa frequência do tabagismo), 20% dos casos de AR e 33% dos casos de AR ACPA-positivo (que apresentam um anticorpo específico, o anti-citrullinated peptide antibody), não teriam ocorrido em uma sociedade livre de fumo.

“O tabagismo é um vício tão nocivo, que os fumantes com histórico familiar de artrite reumatoide têm 30 vezes mais chances de desenvolver a doença”, informa. “Por isso, sempre recomendamos que o paciente pare de fumar imediatamente”, alerta o especialista. O cigarro provoca a modificação da estrutura de algumas proteínas no corpo, como no pulmão, que desencadeia uma resposta do sistema imunológico do próprio indivíduo contra estas proteínas modificadas. Daí inicia-se a doença autoimune, que é a artrite reumatoide.

Mas quem pensa que os problemas acabam por aí, está enganado. Segundo estudo sueco1 divulgado este ano, o tabagismo também está associado a não-resposta para o tratamento da doença com o emprego de medicamentos, como o metotrexato, e de terapia anti-TNF (Fator de Necrose Tumoral). A pesquisa durou dez anos, colheu dados clínicos de 1.430 pacientes com idades entre 18 e 70 anos, que foram divididos em dois grupos: um recebeu metotrexato e o outro, com terapia anti-TNF – medicamentos comumente utilizados no tratamento da AR.

Resultados indicaram que, depois de três meses em tratamento com metotrexato, pacientes fumantes tinham menor probabilidade de obter uma boa resposta em comparação com aqueles que nunca fumaram (27% contra 36%). O mesmo ocorreu com aqueles tratados com inibidores de TNF (29% contra 43%). Também foi verificado que apenas 14% dos fumantes que não utilizaram tratamento padrão modificador da doença alcançaram resposta positiva depois de três meses, comparado com 34% dos pacientes com AR que nunca fumaram. Tendo em vista esses dados, segundo Pereira, o cigarro, além de ser fator de risco para o aparecimento da AR, também impede que o tratamento amenize os efeitos da doença. “Ou seja, são evidências que justificam a inclusão de programas para cessação do fumo como parte do tratamento para AR”.

Geralmente, o surgimento dos sintomas da AR é lento. Uma ou várias articulações podem ser acometidas desde o início, sendo que a dor e o inchaço não melhoram com o repouso. Por isso, somente um médico pode indicar o tratamento adequado aliado a mudanças no estilo de vida, em que se inclui o abandono definitivo do hábito de fumar. Mesmo sem uma cura definitiva, os pacientes podem lançar mão de diferentes abordagens farmacológicas, como analgésicos, anti-inflamatórios, corticóides e medicamentos modificadores do curso da doença (DMCD) - como os agentes chamados de biológicos - que podem retardar o dano articular. Um deles é o Enbrel (etanercepte), que atua bloqueando uma espécie de proteína que estimula e perpetua o processo inflamatório (Fator de Necrose Tumoral Alfa -TNF alfa).

“A partir do momento em que a artrite reumatoide é diagnosticada, abandonar o cigarro é essencial para a eficácia do tratamento, contribuindo para que a doença se mantenha sob controle”, ressalta Ivânio. Também é recomendado que o paciente inclua em sua rotina exercícios como alongamentos, atividades aquáticas e treinos físicos de baixo impacto, “pois eles fortalecem ligamentos e músculos, aliviando a sobrecarga das articulações – que são um dos maiores alvos da AR”, conclui.

Referência: 1. Estudo realizado pela Karolinska University Hospital and Karolinska Institute de Estocolmo: “Patients with Early Rheumatoid Arthritis Who Smoke are Less Likely to Respond to Treatment with Methotrexate and TNF Inhibitors. Observations from the EIRA Cohort and the Swedish Rheumatology Register.” Saedis Saevarsdottir, Sara Wedrén, Maria Seddighzadeh,Camilla Bengtsson, Annmarie Wesley, Staffan Lindblad, Johan Askling, Lars Alfredsson and Lars Klareskog. Arthritis & Rheumatism; Published Online: December 28, 2010 (DOI: 10.1002/art.27758); Print Issue Date: January 2011. [http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.27758/abstract ].

Pfizer- Fundada em 1849, a Pfizer é uma das mais completas e diversificadas companhias do setor farmacêutico. Presente em mais de 150 países, a empresa está no Brasil desde 1952. Melhorar a saúde e proporcionar bem-estar fazem parte da missão da Pfizer ao descobrir, desenvolver, fabricar e comercializar medicamentos de prescrição, genéricos e de consumo para Saúde Humana e Animal. A companhia oferece opções terapêuticas para uma variedade de doenças em todas as etapas da vida, com um portfólio que engloba desde vitaminas para gestantes e vacinas para bebês, até medicamentos para doenças complexas, como dor, câncer, tabagismo, infecções e doença de Alzheimer. Entre seus produtos, destacam-se Lípitor, Enbrel, Viagra, Sutent, Lyrica, Rapamune, Champix, Eranz, Centrum, Pristiq, Zyvox, Advil e a vacina Prevenar. A Pfizer também mantém e acompanha projetos sociais voltados para educação, saúde e sustentabilidade no país.

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