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02/06/2011 - 09:24

Superando o Analfabetismo Funcional

É consenso entre os pesquisadores da área de educação que o Brasil deva ter entre sua população alfabetizada cerca de 70% de analfabetos funcionais. Esse dado mostra o estado de calamidade pública em relação ao ensino em nosso país. O analfabetismo funcional é um fenômeno no qual pessoas alfabetizadas, em todos os níveis de ensino, sabem ler e escrever, mas não conseguem interpretar os textos lidos. Manolo Perez, diretor pedagógico da Ponto Cursos e Concursos, nos dá um exemplo de como esse mecanismo funciona: “Na frase, O mundo é uma aldeia global, imaginemos que uma pessoa identifique corretamente a idéia de mundo como planeta, a ideia de aldeia como a vila de uma tribo e a palavra global como algo que tem a ver com o globo; no entanto, ela não consegue compreender que a frase tem um componente metafórico no qual o mundo é colocado como um lugar onde as relações de proximidade e familiaridade de uma pequena vila são reproduzidas em grande escala, em escala global.”

A partir disso, podemos dizer que, em um plano mais abstrato, um leitor proficiente também entenderá que essa frase tem a ver com o mundo atual, mundo de possibilidades de comunicação instantâneas e globais.

O processo que leva uma pessoa a ser um analfabeto funcional ainda é um tanto quanto desconhecido. Alguns pesquisadores da área de educação pensam que o problema reside na qualidade do processo de alfabetização, ou da má utilização dos novos métodos de alfabetização. A falta de conhecimento profundo desses métodos por parte do professor acaba gerando uma implementação apenas superficial do ensino da linguagem.

Por outro lado, alguns argumentam que a distância cada vez mais acentuada entre língua escrita e falada no Brasil teria acabado por provocar a necessidade de um duplo trabalho ao aluno alfabetizado: ler e escrever em português como se estivesse traduzindo uma língua estrangeira à sua língua nativa, aquela na qual pensa e se comunica verbalmente. Nesse caso o alfabetizador só teria sucesso na superação do analfabetismo funcional ao abordar o Português com um método de ensino para línguas estrangeiras.

Segundo o professor Manolo, que trabalha com superação de problemas escolares há mais de 30 anos e é pesquisador do GEPI – Grupo de Estudos e Pesquisas em Interdisciplinaridade da PUC/SP, o analfabetismo funcional é o grande desafio do Brasil no início do século XXI. Segundo ele, a Ponto Cursos e Concursos, escola preparatória para concursos públicos, identificou o problema do analfabetismo funcional mesmo entre os alunos que almejavam cargos públicos de nível superior e resolveu atuar sobre o problema. “A partir dos conceitos da Interdisciplinaridade produzimos um projeto pedagógico voltado para a superação dos problemas escolares e entre eles o analfabetismo funcional. É necessário trabalhar o conhecimento da língua tanto com a gramática como com a interpretação e criação de textos. Sem a superação na compreensão textual fica muito difícil aprender mais e avançar em qualquer tipo de preparação, seja ela acadêmica ou profissional”.

Os pesquisadores em educação estão trabalhando sobre este assunto tão importante, mas resta perguntar: e a população, dá importância a este problema?

Sem vontade política e demanda social não há como superar o problema do analfabetismo funcional.

. Por: Prof. Manolo Perez, mestre e doutor em Educação pela PUCSP e coordenador da escola Ponto Concursos.

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