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03/06/2011 - 09:11

Coppe apresentará proposta para o primeiro sensor de velocidade aeronáutico brasileiro

Pesquisadores da Coppe concluem, dia 01 de junho (quarta-feira), proposta para o desenvolvimento de um protótipo de sensor de velocidade aeronáutico robusto e de controle térmico mais preciso do que os disponíveis hoje no mercado. Conhecido como tubo de pitot, o sensor de velocidade é um equipamento essencial para a segurança da aviação, sendo o responsável pela detecção de informações sobre a velocidade da aeronave durante um voo. A proposta será apresentada no encerramento do 2º seminário em segurança aérea, realizado na Coppe, dias 31 de maio e 1º de junho, para discutir os problemas apresentados nos tubos de pitot durante o vôo AF447 e apresentar os resultados dos testes de sensores de velocidade realizados por um grupo de especialistas, nacionais e estrangeiros, liderados pela Coppe.

O projeto requer investimento de aproximadamente R$ 3 milhões e será submetido a órgãos de financiamento de desenvolvimento cientifico e tecnológico. Cerca de metade do valor é para a construção do primeiro túnel do vento nacional com formação de gelo, onde serão realizados testes fundamentais para tornar o protótipo resistente a temperaturas extremas.

O objetivo dos pesquisadores da Coppe é que o novo pitot tenha condições de operar de forma eficiente, mesmo em regiões fora de do atual envelope de certificação, ou seja, áreas que apresentam condições meteorológicas adversas. Coordenado pelos professores do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, Átila Silva Freire e Renato Cotta, o projeto está sendo desenvolvido no Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos da Coppe e conta com a participação de pesquisadores e técnicos da USP, University of Washington, University of Florida, École des Mines d´Albi, Inmetro e a Marinha do Brasil, e a colaboração de empresas como a ATS4I e Embraer.

Segundo o professor Renato Cotta, desde 2001 quando a Air France recebeu o primeiro A330 equipado com o Pitot Thales, uma série de falhas devido ao congelamento do pitot foram reportadas, incluindo nove incidentes mais sérios entre 2008 e 2009, sendo que um deles foi fatal, o do voo AF447, ocorrido em maio de 2009, que resultou num total de 228 vítimas. "O Brasil e a Coppe têm tudo para se tornar referências mundiais no desenvolvimento de tecnologias para sensores de velocidade. Temos especialistas super qualificados e estamos dispostos a contribuir para aumentar a segurança aérea", afirma Cotta.

Desde 2010, quando o acidente do voo AF447 completou um ano, as equipes do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos e do Laboratório de Transmissão e Tecnologia do Calor, ambos da Coppe, têm trabalhado na análise e interpretação das causas do acidente. O grupo de trabalho, que conta com a colaboração de especialistas brasileiros, americanos e franceses, vem desenvolvendo análises de comportamento e de controle térmico de tubos de pitot aeronáuticos. O grupo realizou ensaios em túnel de vento, em parceria com a Divisão de Metrologia em Dinâmica dos Fluidos do Inmetro, e testes em voo, por meio de uma cooperação com o Esquadrão VF-1 da Marinha do Brasil.

"Constatamos desde o primeiro encontro do grupo a necessidade de aprofundar o entendimento dos fenômenos fluidodinâmicos e térmicos que ocorrem nesses sensores, em tais condições adversas, mas tão comuns em voos comerciais nos dias de hoje", afirma o professor Átila.

O escritório de investigação da França confirmou, sexta-feira, dia 27 de maio, a hipótese lançada pelos especialistas do grupo liderado pela Coppe de que o congelamento dos três tubos de Pitot foi o motivo crítico para a sequência de eventos que culminou na tragédia do voo AF447 .

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