Selic deve subir 0,25 p.p diz professor da FGV

A taxa básica de juros deverá subir 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, que será realizada nesta semana, de acordo com o professor de macroeconomia da Escola de Economia da FGV-SP, Rogério Mori. “A inflação ainda segue pressionada, embora exista a perspectiva de algum alívio no curto prazo. Os sinais ainda apontam para uma inflação medida pelo IPCA superior a 6% até o final deste ano. Adicionalmente, o resultado do PIB do primeiro trimestre do ano mostrou que a atividade econômica brasileira permanece aquecida, embora existam alguns sinais de desaceleração na margem. A somatória desses elementos deverá influenciar o BC por mais um aumento na próxima reunião”, avalia o economista.

Mori revela ainda que as últimas atitudes do governo com relação à Selic já trouxeram efeitos para a economia. “Alguns sinais de acomodação da atividade econômica começam a surgir nesse momento e refletem o processo de aperto da política monetária iniciado no final do ano passado. Em um primeiro momento, esse ajuste impacta o ritmo da economia e subsequentemente afetará o processo de alta dos preços. Apesar de os efeitos começarem a surgir, o BC deverá continuar no processo de aperto da política monetária até que a inflação dê sinais consistentes de convergência para o centro da meta estabelecida, de 4,5%”, explica Mori.

Sobre o PIB, Mori acredita que o resultado positivo divulgado há poucos dias é incompatível com uma inflação mais baixa nesse momento. “Em função disso, o crescimento econômico brasileiro deverá, em um primeiro momento, mostrar uma acomodação e, subsequentemente, uma desaceleração no segundo semestre deste ano. Tudo indica que o País deverá registrar um crescimento econômico da ordem de 4% neste ano. A questão chave nesse processo é como fica o crescimento de 2012, uma vez que esse resultado estará condicionado especificamente à trajetória da inflação brasileira e do grau de aperto relativo da política monetária”.