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10/06/2011 - 10:10

Juros altos podem gerar descompasso ainda maior entre oferta e demanda, diz CNDL

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) lamenta a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar, pela quarta vez consecutiva, a taxa básica de juros (Selic), e entende que o excesso de cautela poderá causar um descompasso ainda maior entre a oferta e a demanda interna, hoje a principal razão pela qual a inflação já ultrapassa o teto da meta, de 6,5%.

“A nossa posição é que se poderia ter mantido a Selic como estava, em 12%, uma vez que os efeitos dos juros altos já se mostraram eficientes sobre a desaceleração da demanda”, avalia o economista e presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Segundo explicou, a elevação da Selic, ainda que se mostre eficiente na redução da expansão do crédito e consumo de produtos de maior valor agregado, é ineficiente no combate às pressões causadas pelas altas nos preços das commodities e dos serviços, que são hoje o grande vilão da inflação.

“O efeito imediato dos juros maiores se dá na tomada de crédito, o que atinge imediatamente a indústria e os investimentos, e isso vai na contramão do que o País necessita no momento”, critica o presidente da CNDL, para quem os efeitos dos juros altos serão duramente sentidos sobretudo no mercado de trabalho, afetando um dos principais motores do crescimento econômico recente.

Pellizzaro cita como exemplo os dados divulgados há duas semanas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram uma redução abrupta da produção industrial, de 2,1%, o pior resultado desde a crise de 2008, o que, para ele, já indica a efetividade das medidas macroprudenciais que atuaram sobretudo sobre a oferta de crédito para automóveis e motocicletas.

“O próximo passo para as indústrias que deixaram de vender e agora reduzem turnos de produção é demitir parte da força de trabalho, e isso é algo que a sociedade precisa avaliar se é o mais sensato a se fazer neste momento”, diz.

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