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14/06/2011 - 10:39

Sua Face no Face

Qual a influência da foto no seu perfil do Facebook? O quanto sua foto aumenta suas chances de ser adicionado entre os amigos?

A percepção da face é o processo pelo qual o cérebro interpreta e compreende muitas informações sobre as pessoas. As expressões são importantes para identificar a origem, as qualidades, a saúde e fundamentalmente emoções. Desde o nascimento os rostos são fundamentais para a interação social do sujeito. Tudo isso, envolve a participação de muitas áreas cerebrais.

O reconhecimento do rosto está diretamente ligado à proteção e no fundo à sobrevivência ou manutenção do organismo, pois nos dá a capacidade de identificar se os outros sujeitos são amigáveis ou não. Faz parte do complexo sistema filogenético que temos de comunicação pré-verbal.

“Não fui com as fuças dele” (dic.: parte da cabeça de certos animais que se compõe das ventas, boca e queixo = FOCINHO; ou parte da cabeça que corresponde à cara = VENTAS) – é esse mecanismo automático, isto é, sem intervenção consciente, que nos faz desgostar de alguém “logo de cara”. Pois é, nosso instinto animal nos faz olhar para alguém e deduzir: não gosto de você e, portanto, “não fui com a sua cara”, reduzindo todo o seu sentimento pela pessoa através da analise instintiva da face.

“Dei de cara com ela”. Até para representarmos emoções que sentimos para encontrar alguém que não esperávamos, nos expressamos usando o rosto como representação do organismo como um todo. Biologicamente, a face representa tudo o que aquela pessoa pode ter de bom ou de ruim. E a verdade também pode ser encontrada na expressão facial, pois quando alegar a falsidade nas outras pessoas, nos apressamos em dizer: “tá na cara que ele está mentindo”, mesmo que a análise da mentira esteja também na pele (sudorese), no ritmo cardíaco, no estômago e nas expressões corporais, estas últimas facilmente perceptíveis a olho nu.

Pois é, não é a toa que o nome da maior rede social é Facebook ou livro das faces, que também usa a palavra face como representação integral de um sujeito. Tudo o que ele ou ela é, está no “face”. Perceba que você não gosta de Facebook sem rosto. Porque a pessoa não “mostra a cara” ou “dá a cara para bater”? Mesmo que tenha todas as informações sobre a pessoa, disponíveis no perfil, falta o rosto e isso faz diferença.

Até quando nos lembramos de alguém, a primeira imagem que nos vem à mente é o rosto da pessoa. Por isso, eu “me lembro desse cara”. Porque não o corpo todo ou as mãos, os cabelos ou pés? É porque a face é muito importante para identificação do co-específico.

As microexpressões faciais são fundamentais nesse processo e os neurônios espelho é quem tratarão de interpretar o que aquele “rosto” quer expressar ou esconder. Nós, seres humanos, temos o que os neurocientistas chamam de neurônios espelho e estas células ou sistema de células é que faz o trabalho de ler e interpretar o que o outro está sentido, nos coloca no lugar da outra pessoa, ao que chamamos de empatia. Nós usamos este sistema também para avaliar e prever como os outros vão agir, até mesmo para nos prevenir de um ataque, antevendo para proteger nosso corpo. Portanto, é um sistema de interpretação das emoções dos sujeitos com que nos relacionamos ou vemos.

Cabe aqui também outra faceta biológica que move e é a base do relacionamento social: o comportamento de bando ou “herd behavior”. Pois, só quero no meu network (bando virtual) “caras” confiáveis, o que também é um instinto de sobrevivência, e porque não dizer de reprodução, porque alguém não confiável vai tomar meu lugar de “macho alfa” ou de “fêmea líder”.

Portanto, mesmo antes que a conheça pessoalmente alguém, é a sua face que vai abrir as portas reais ou virtuais. Eu não estou falando de beleza, apesar de a simetria influenciar todo o nosso comportamento reprodutivo, porque indica boa saúde e, logo, bons genes para a procriação. Estou referindo-me à sua índole e intenções na rede social. Pode fazer pose, não vai adiantar, o sistema de neurônios espelho, que esquadrilha seu rosto, é automático e instintivo.

. Por: Pedro Camargo, consultor, conferencista e professor de pós-graduação em Neuromarketing e Biologia do Comportamento do Consumidor. Site: www.biocc.com.br - Blog: http://biologiadocomportamentodoconsumidor.blogspot.com – E-mail: [email protected]

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