Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

Calder no Brasil


Móbiles, stabiles, pinturas, desenhos de Alexander Calder de 28 de novembro 2006, até 11 de fevereiro 2007, terça a domingo, das 12 às 18h, no Paço Imperial, Praça XV de Novembro 48 Centro. Telefone: (21) 2533-4407. Entrada franca

O norte-americano Alexander Calder [1898-1976] entrou para a história da arte como o criador da escultura móvel, os famosos móbiles, que o tornou um expoente do modernismo internacional. Sua produção transita pelos EUA, Europa e também pelo Brasil do pós-guerra.

Calder no Brasil, a exposição que o Paço Imperial inaugura, terça-feira, 28 de novembro, às 18h30, sob curadoria da historiadora Roberta Saraiva, "conta" a longa relação que o artista teve com o país, onde esteve em 1948, 1959 e 1960. Depois da temporada na Pinacoteca de São Paulo, a mostra chega ao Paço, com patrocínio da Prefeitura do Rio, através da Secretaria das Culturas, e do Banco Pactual.

As visitas de Calder tiveram a mediação do arquiteto Henrique Mindlin e do crítico de arte Mario Pedrosa, que o conheceram em Nova York. Para Pedrosa, o trabalho do artista significou a revelação da força plástica do abstracionismo. Mindlin, por sua vez, logo percebeu a afinidade intensa entre a escultura móvel e a arquitetura moderna brasileira.

Em 1948, o artista fez individuais no Ministério da Cultura e Saúde [MEC], no Rio, e no Museu de Arte de São Paulo [MASP], seguida da sua participação na coletiva inaugural do MAM-SP e na Bienal de 1951 e na de 1953, quando teve uma sala especial.

Calder visitou Brasília, ciceroneado por Oscar Niemeyer em 1959, em sua segunda vinda ao Brasil, quando fez outra individual, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

O artista incorporou motivos brasileiros ao seu universo artístico e deixou-se contaminar pela informalidade, pelo samba, pela natureza tropical e até pela nova arquitetura de espaços abertos.

Calder no Brasil, a exposição - Através de cerca de 50 esculturas, móbiles, stabiles, pinturas, desenhos, estudos, mais documentos inéditos, datados de 1942 a 1976, a mostra recupera a frutífera relação de Calder com o Brasil do pós-guerra. Essas peças foram exibidas em ocasiões históricas no Rio e em SP ou presenteadas aos amigos daqui.

A pesquisa de três anos da curadora, que resultou também no livro homônimo, vasculhou arquivos e fundações de Nova York, Rio de Janeiro e São Paulo e entrevistou os que conviveram com o artista. A exposição quer apresentar ao público a obra de Calder do ponto de vista de sua influência na formação das artes plásticas no Brasil no período pós-1945, procurando recriar parte daquele momento histórico, para celebrar sua estada entre nós e também para procurar as possíveis afinidades entre a poética de Calder e algumas linhas de força da cultura e sensibilidade brasileiras.

A exposição reúne 15 móbiles, stabiles e esculturas, sete pinturas a óleo, cinco guaches, 21 desenhos|estudos, gravura, maquete, jóias e chocalhos.do artista [em sua maior parte de coleções brasileiras], ao passo que o livro [Cosac Naify] reproduz textos relevantes sobre o artista no Brasil, como os de Mario Pedrosa, Henrique Mindlin, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Ferreira Gullar, fotos, recortes de jornal, cartas e manuscritos.

Composição com meia-lua, 1946 - Entre as instituições que emprestaram obras estão Calder Foundation, MAC-USP, MASP, IAB-SP, e coleções particulares do Rio e de São Paulo.

Calder e o Brasil, o começo - Em 1944, o arquiteto brasileiro Henrique Mindlin conheceu o já renomado artista Alexander Calder nos Estados Unidos. Mindlin queria comprar alguns de seus trabalhos. Ali começou uma amizade longa e visitas do artista ao Brasil. Nessa época, o crítico Mario Pedrosa, exilado em Nova York, escreve o primeiro de uma série de ensaios sobre o criador dos móbiles - e nascia assim uma outra amizade, que se prolongou até a morte de Pedrosa, nos anos 70.

Na primeira visita ao Rio, em 1948, Calder vem montar sua individual no MEC, organizada por Mindlin. Durante um mês, o artista monta uma oficina para produzir a maior parte das peças de exposição. O crítico Mario Pedrosa empenha-se na divulgação da obra eminentemente moderna de Calder: escreve novos ensaios e dá entrevistas à imprensa. Do Rio, a mostra seguiu para o MASP.

O esforço de Mindlin e Pedrosa rende a participação de Calder na famosa Bienal do IV Centenário, em 1953, em que a obra do artista é a peça central da representação dos Estados Unidos, ocupando uma sala especial com um conjunto de 45 obras. Mesmo na ausência de Calder, Pedrosa novamente cuida de falar à imprensa e se coloca à frente das discussões estéticas.

Calder volta ao Rio em 1959, desta vez para outra individual, a convite de Mário Pedrosa, então diretor do MAM-RJ. A exposição foi um sucesso, e Calder aproveita o convite de Oscar Niemeyer, que se envolvera com a mostra de 1948, para visitar Brasília, de onde volta com a encomenda do arquiteto de fazer uma escultura para a Praça dos Três Poderes. Calder voltaria ainda uma vez ao Rio para o carnaval de 1960. Trouxe na bagagem, uma pequena peça, a maquete da escultura, que jamais foi executada.

Alexander Calder [Filadélfia, 1898 - Nova York, 1976] formou-se em Engenharia Mecânica. Em 1922, passou a se dedicar às artes visuais e em 1926 mudou-se para Paris, onde fez pequenas figuras de arame com tema circense, que expôs no Salão dos Humoristas de 1927. Tende para a arte abstrata a partir de 1931, pinta algumas telas [Composition] e realiza uma série de trinta móbiles [a palavra móbile é de Marcel Duchamp], que expõe em uma galeria parisiense em 1932. A partir daí começa a ser conhecido pelo grande público.

Calder desenvolveu um lirismo quase infantil, independente de escolas. Um de seus móbiles mais famosos está no edifício da Unesco em Paris. Fez cenários para teatro, jóias, personagens de estuque, "constelações" de madeira e ferro e a série de esculturas de seus últimos anos, denominadas "setas". É autor de pinturas esquemáticas muito coloridas e de mobiles espetaculares, como a fonte do aeroporto de Barcelona.

Os Móbiles, stabiles, pinturas, desenhos de Alexander Calder tem entre eles: 1. Móbile amarelo, preto, vermelho e branco [ou Yellow Plane], 1948 Coleção MAC USP | 2. Samba rattle, 1950 folha de metal e arame Acervo Calder Foundation | 3. Composição com meia-lua, 1946 óleo sobre tela Coleção MASP | 4. Pedrosa por Calder, 1948 Coleção Cláudio Weber Abramo | 5.Calder na Baía de Guanabara, 1959 Acervo Calder Foundation

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira