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22/06/2011 - 11:30

Como diminuir mortes por infarto

Atualmente as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte em todo o mundo. Chega a 30 a 40% das causas de morte, muito mais que câncer, AIDS e morte violenta juntas. As principais doenças cardiovasculares são o infarto e o acidente vascular cerebral.

O infarto decorre de doença das artérias, principalmente a aterosclerose, que leva a obstruções que reduzem o fluxo de sangue para o músculo cardíaco. Quando uma dessas artérias oclui totalmente, há intensa falta de sangue e oxigênio e as células do coração começam a morrer. Isso explica que o tratamento do infarto prioriza a desobstrução dessa artéria para restaurar o fluxo de sangue e impedir a morte do músculo cardíaco, a maioria das vezes feito com um medicamento chamado de trombolítico. Outra característica no tratamento do infarto é o fator tempo. Quanto mais rápido e efetivamente se restaurar o fluxo de sangue para o coração, menor será o tamanho do infarto e a mortalidade.

Considera-se que a mortalidade do infarto está em torno de 7-8%. Ao se analisar esse dado em hospitais públicos paulistanos, encontrou-se mortalidade muito maior, chegando a 35% em algumas unidades. Nos hospitais não especializados em cardiologia esse índice é frequentemente maior que 15%. Os motivos podem ser três: a ida tardia do paciente ao hospital, o diagnóstico inadequado no hospital dentro do tempo necessário e ao não tratamento com trombolítico na emergência, como é indicado.

Para reverter esse quadro de mortalidade por infarto, as secretarias de saúde do município e do estado de São Paulo realizaram uma parceria com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).

Em 2010, após a análise das taxas de morte por infarto, foram eleitos cinco hospitais de periferia que tinham alta taxa de mortalidade (maior do que 15%) e grande volume de atendimento por infarto. A partir dessas informações, foi estabelecido um plano de avaliação e reciclagem dos médicos e enfermeiras. Uma equipe da SOCESP realizou palestras e treinamentos para o diagnóstico correto dentro do tempo necessário e a aplicação adequada do trombolítico na emergência, se indicada.

Já no primeiro ano, dados de 2008-2009 comparados com os de 2010, as reduções das taxas de mortalidades por infarto nos hospitais que receberam as palestras e o treinamento foram, em média, de 28,8%, chegando a 44,6% em algumas unidades.

Os resultados do projeto devem servir de base para o desenvolvimento de estratégias para reduzir as mortes por infarto em todos os hospitais públicos dos municípios do Estado e levar o mesmo plano para os outras cidades. Caso se consiga que esse projeto atinja depois todo o país, poderíamos ter uma redução de pelo menos 30 mil mortes por ano no Brasil.

.Por: Luiz Antonio Machado César, presidente da SOCESP e João Fernando Monteiro Ferreira é 1º secretário da SOCESP

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