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22/06/2011 - 11:30

Importação de cérebros

A escassez de recursos humanos qualificados no Brasil de hoje é um fato bem conhecido: estudo patrocinado pelo MCT em 2009 mostrou que, apenas no setor de Tecnologia da Informação, o déficit deve crescer para cerca de 200 mil posições de trabalho em aberto no ano de 2013.

O crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, aliado a todos os investimentos que estão sendo feitos, seja em função dos mega-eventos esportivos, seja em função da instalação de novas empresas no país, permitem afirmar que esse déficit não apenas foi subestimado (a Copa do Mundo não estava nos planos em 2009), como está se alastrando, cada vez com mais intensidade, para outros setores da economia.

Se nas empresas faltam engenheiros, as melhores escolas de engenharia não conseguem atrair suficientes engenheiros recém formados para manter seu nível de pesquisa!

A continuada valorização do real, que aliada à inflação interna propiciou nos últimos dez anos a quadruplicação de nossos preços internos, expressados em dólares, dificulta as exportações, mas favorece a importação: os chineses que o digam! Gostaria então de trazer ao debate uma pergunta: por quê não usamos o quadro atual, onde o Brasil é tão atrativo aos olhos do mundo, para atrair cérebros de outras nações?

Nos últimos 50 anos, várias gerações de brasileiros foram trabalhar em países mais desenvolvidos, em busca de sua realização profissional, levando consigo o investimento em educação feito pelo Brasil. Por quê não podemos fazer o mesmo, aqui e agora, procurando atrair profissionais qualificados vindos de outros países?

A Lei que vigora a respeito do processo de imigração no Brasil ainda é do tempo da ditadura militar: o chamado "Estatuto do Estrangeiro" (ou Lei 6815) foi aprovado em 19 de agosto de 1980, e nunca mais foi questionado, emendado ou atualizado. Resultado da lógica vigente à época, esta Lei praticamente inviabilizou a imigração legal no Brasil: em 2000, nos 500 anos do Brasil, o IBGE publicou dados sobre a imigração ocorrida até 1959 (http://www1.ibge.gov.br/ censo/ brasil500/ tabelas/ imigracao_nacionalidade.htm). Depois disso fomos capazes de atrair uma maioria de imigrantes ilegais (a Wikipedia cita 600 mil). Além do problema social, não temos qualquer controle ou gestão sobre a qualificação destas pessoas.

Desde 1980 mudamos profundamente a Constituição Federal, e o país atravessou mudanças ainda mais profundas na área econômica e social: definitivamente, está na hora de reavaliar este assunto, em benefício do nosso futuro!

.Por: Roberto Carlos Mayer (mailto:[email protected]), diretor da MBI (http://www.mbi.com.br), VP de Comunicação e Marketing da Assespro São Paulo, vice-presidente de Relações Públicas da Assespro Nacional e representante do Brasil junto à ALETI (Federação Ibero-Americana das Entidades de TI).| Perfil-A Assespro é uma associação empresarial que congrega as empresas de TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) e tem como objetivo ser a interlocutora do setor na busca e defesa de seus interesses diante do mercado e das autoridades. A Assespro-SP é a regional da entidade no estado de São Paulo. |www.assespro-sp.org.br.

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