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29/06/2011 - 11:05

Santo Antônio: o que é que as mulheres querem?

Elas estragam a unha, mas não perdem marido.

Nas tradições juninas do nordeste homens carregam um tronco de 23 metros e duas toneladas e o motivo é ajudar as mulheres a arrumar marido. Quando o tronco chega ao centro da cidade ele é colocado de pé e é hasteada a imagem de Santo Antônio, só então as mulheres ficam descascando o tronco com as unhas para levar uma lasquinha para casa. Outras fazem chá das lascas e tomam o liquido “abençoado”. Têm outras que colocam o santo num copo d’água de cabeça para baixo, fita azul, lenços amarrados até que o santo finalmente arranje um pretendente. E por ai vai, são várias simpatias para arrumar um namorado e quando a mulher já tem o gajo, as mandingas são para fazer com que o sujeito se case com a donzela.

Até a escolha da taxonomia para a solteira “encalhada” que, diga-se de passagem, é uma metáfora engraçada, demonstra o ardor por um casamento, por um parceiro para a vida toda. E encalhada alguém que está num banco de areia e não consegue partir para o mar. Fica presa ao seu destino, fadada a nunca navegar nos mares às vezes calmos e as vezes tempestuosos do casamento.

Pois é, a cultura expressando a biologia.

Mas, por que é que elas querem tanto casar? A mulher é emancipada economicamente, independente no trabalho, tem uma carreira e pode sim criar seus filhos sem qualquer ajuda de um homem. Muitos me diriam: é a cultura! Desde pequenas elas são criadas para casar. E eu, responderia de pronto: não. É a biologia! Que forja a cultura e suas tradições.

Pois aqui se vê mais uma vez um exemplo da biologia dando as coordenadas para comportamento. Algo que os antropocêntricos não aceitam, pois para estes incorrigíveis egocêntricos, somos a espécie que tem livre-arbítrio. Não dependemos dos caprichos da natureza (leia-se biologia).

Para as teorias evolucionistas, a tal vontade de casar está ancorada na economia da reprodução em que a mulher incorre em custos bem maiores que o dos homens, pois se ela tiver que criar os filhos até que saiam de casa e possam sustentar-se sozinhos, terá um gasto enorme de tempo e energia. Isso se chama investimento parental. O que inclui a fase pré-natal, a gestação de nove meses carregando a ninhada, incubando, cuidando da nutrição intra-útero; e também o pós-natal, ou seja, fornecimento de alimentos, abrigo e proteção da prole.

Em biologia evolutiva, o investimento parental é qualquer despesa biológica que beneficia a prole, mas a um custo para os pais que por sua vez deixam de investir em outros aspectos ou componentes do fitness (a capacidade de sobreviver e se reproduzir). Pois é, e nós sabemos que se a moça não casa a despesa do pai é muito diferente da despesa da mãe, que vai arcar com muito mais, propagando metade dos genes do infeliz. Aqui vai outra metáfora: é uma sociedade com investimento somente de um sócio. Alimentação e proteção dos filhos, que carregam metade dos seus genes e outra metade do pai, que só entrou com o esperma no empreendimento.

Santo Antônio, as mulheres querem casar para ter alguém que ajude proteger e sustentar a sua prole e que estes rebentos possam crescer e propagar seus genes. Pois então mulher, agora que você já sabe, formule bem seu objetivo, peça para santo Antonio arrumar um sujeito bacana para ti, que pague não só as despesas de restaurantes, mas que no mínimo ajude a manter os filhos até que eles possam voar.

.Por: Prof. Pedro Camargo, consultor, conferencista e professor de pós-graduação em Neuromarketing e Biologia do Comportamento do Consumidor. Site: www.biocc.com.br – Blog: http://biologiadocomportamentodoconsumidor.blogspot.com – E-mail: [email protected].

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