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11/08/2007 - 11:22

Presidente da ABAG discursa na Labace


Durante a abertura da Labace que acontece no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o presidente da ABAG – Associação Brasileira de Aviação Geral, Rui Thomaz de Aquino, fez pronunciamento enfático sobre os episódios que vem marcando o dia a dia da aviação no Brasil. Mas foi claro que o setor de maneira geral está acreditando no recém-empossado, ministro Nelson Jobim, na sua experiência e autoridade necessárias para buscar o equacionamento, no curto prazo, das principais limitações do setor, levando em conta as necessidades de todos os segmentos da aviação civil, e dando atenção especial para a aviação geral.

Desde setembro do ano passado o Brasil vem enfrentando persistentes dificuldades no setor aéreo, amplificadas pelos meios de comunicação, que levaram alguns setores até a questionar a segurança das operações aéreas no país. Durante esse período a Aviação Geral, por diversas vezes, foi impedida de voar, fosse porque os aeroportos estavam fechados para seus aviões, fosse porque o acesso ao espaço aéreo era restrito- inicia o presidente da ABAG, Rui Thomaz de Aquino.

“A ABAG sempre protestou, e continuará protestando, contra essas exclusões. A Aviação Geral representa menos de quinze porcento dos movimentos controlados no espaço aéreo brasileiro, utiliza rotas diferentes daquelas empregadas pelas empresas regulares, e voa em níveis superiores aos grandes jatos comerciais.

Não há nenhum argumento técnico que possa justificar medidas restritivas, como as que foram aplicadas há alguns meses”, continua.

“Cercear as atividades da Aviação Geral é contraproducente para o país”, protesta.

“Eu poderia, aqui, apresentar os importantíssimos resultados que a ABAG alcançou nos seus quinze anos de existência, mas com certeza isso seria repetitivo para grande parte de vocês, que conhecem o trabalho da Associação.

A ABAG é a mais atuante organização brasileira representativa dos interesses dos operadores de aeroanves, com a possível – e compreensível – exceção do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. Ninguém conhece tão bem quanto a ABAG os edifícios, os corredores e, principalmente, as salas de espera de Brasília.

É por isso que a ABAG acredita que esses episódios vão em breve estar superados, e que nosso aviões e helicópteros voltarão a voar sem restrições, como aliás já vem acontecendo.

Acreditamos no Brasil. Acreditamos, além disso, que o ministro Nelson Jobim, recém-empossado, tem a experiência e a autoridade necessárias para buscar o equacionamento, no curto prazo, das principais limitações do setor, levando em conta as necessidades de todos os segmentos da aviação civil, e dando atenção especial para a aviação geral” enfatiza o presidente.

“Segundo nossos amigos da ABETAR, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional, Os serviços aéreos regulares chegam hoje a somente 134 cidades brasileiras, pouco mais de dois porcento dos 5.563 municípios brasileiros.

O Brasil por outro lado possui, segundo os dados da ANAC, 2.498 aeródromos, ou uma média de quase uma pista de pouso para cada duas cidades.

Esses dados, que a ABAG repete há anos, enfatizam o que milhares de empresários já perceberam: num país de dimensões continentais, com uma esparsa rede de transportes terrestres, é imprescindível recorrer à Aviação Geral para criar novas oportunidades de negócio, para encontrar novos clientes, para desenvolver novos fornecedores.

O Brasil investiu oceanos de dinheiro nas décadas de sessenta, setenta e oitenta para promover a descentralização do desenvolvimento econômico, e esses investimentos hoje começam a frutificar.

Seja na riqueza do agribusiness do centro-oeste, na cada vez mais forte indústria de autopeças no Paraná e no Rio Grande do Sul, nas indústrias têxteis e calçadistas de sobral, no Ceará, ou na zona franca de Manaus, novos negócios, novas riquezas, novos empregos são gerados diariamente – e esses negócios, riquezas e empregos acontecem antes das empresas regulares conseguirem atender às cidades onde eles estão localizados.

É esse o espaço principal que é ocupado pela Aviação Executiva, pelo segmento empresarial da Aviação Geral.

Mas a Indústria do Transporte Aéreo ainda reserva outros papéis para a Aviação Geral e para a Aviação Executiva.

Hoje as senhoras e os senhores poderão ver, na exposição estática da LABACE, trinta e três aeronaves, de monomotores a jatos intercontinentais.

No pátio da LABACE estão mais de trezentos milhões de dólares, na forma de produtos de altíssima tecnologia e grande valor agregado, que são cada vez mais utilizados por empresas de todo o mundo.

Há dez anos a Indústria da Aviação Executiva produzia 1.437 aeronaves por ano, de 69 modelos. No ano passado essa mesma Indústria produziu 4.042 aeronaves, de 96 modelos diferentes.

Esse fortalecimento não se deu por acaso, e foi fruto da conjunção de esforços de pesquisa e desenvolvimento em novas tecnologias e produtos com um ambiente econômico de revigorada pujança.

Esse fortalecimento aconteceu porque as novas aeronaves produzidas atendem a necessidades imperativas dos consumidores do moderno ambiente de negócios.

As pessoas continuam a fazer a diferença para as empresas, e todas as pessoas vivem as mesmas vinte e quatro horas do dia.

Se essas horas são empregadas em discussões sobre um novo projeto de investimento, ou na fila para cumprir os procedimentos de inspeção de segurança num aeroporto, elas continuam a ter os mesmos sessenta minutos.

E os negócios modernos não podem esperar. Os negócios moderos não podem deixar-se perder a motivação de seus principais talentos.

Essa é a principal força motriz para o desenvolvimento marcante dessa Indústria.

No Brasil, como em todos os outros países de grande dimesnão territorial do mundo, os aviões são ainda mais importantes. Só eles podem cobrir as grandes distâncias desses países no tempo adequado para a velocidade da atividade empresarial competitiva.

Isso nos traz à razão da ABAG ter lutado tanto para organizar, com o apoio dos nossos amigos da NBAA, uma exposição de produtos como a LABACE.

Na América do Sul muitos países beneficiam-se do uso das aeroanves executivas, e por estas paragens essa Indústria é grande, é forte.

A LABACE vem para apoiar o desenvolvimento desse setor, para estimular sua profissionalização, para possibilitar o seu crescimento contínuo.

Hoje nós vemos com orgulho a Embraer dedicar parte importante de seus recursos para conquistar uma fatia desse mercado.

Embora a empresa na qual trabalho, a TAM, pudesse preferir não ter que enfrentar um competidor tão tenaz e competente como a Embraer, a ABAG e a NBAA saudam a chegada do Legacy, do Linneage e, agora, do Phenom, como uma importante conquista do conceito da aviação executiva, que ganha muito ao contar com a Embraer entre os seus principais fornecedores.

E todos esses produtos, toda essa tecnologia, são só o começo.

Novos conceitos de serviços de táxi aéreo, hoje em desenvolvimento e implantação na América do Norte e na Europa, poderão elevar nossa Indústria a patamares ainda mais altos.

Com o visível processo de consolidação das grandes empresas aéreas, e de concentração de tráfego nos principais hubs mundiais, é de se esperar que o nível de serviço oferecido pelas transportadoras aéreas, ao menos como ele é sentido pelo passageiro, continue a cair, acompanhando a queda nos preços das passagens.

É de se esperar que os aeroportos, cada vez mais congestionados, exijam cada vez mais tempo perdido pelos passageiros para os procedimentos de check-in, de segurança, de despacho e de recuparação das bagagens.

Se hoje, num vôo internacional típico em classe econômica, chega-se a perder três horas entre a chegada no aeroporto e o embarque no avião, o que não nos reservará o futuro?

As empresas não ligadas ao transporte aéreo sentirão, como já o sentem em alguns países, que todo esse tempo perdido, todo esse stress causado nos passageiros, degrada em muito o desempenho de seus profissionais.

E essas empresas estão investindo na Aviação Executiva, seja na modalidade de táxi aéreo, de propriedade em condomínio de aeroanves ou na aquisição de suas próprias frotas.

Esse mercado crescerá. E gerará riquezas. E gerará empregos. E, talvez o mais importante, aumentará a competitividade das empresas que usam a Aviação Executiva.

E, no Brasil e na América Latina, precisamos estar preparados para essa nova realidade.

Investimentos que deixaram de ser feitos em aeroportos secundários precisam ser retomados.

Novas técnicas de controle de tráfego aéreo, utilizando tecnologias mais modernas do que o já antigo radar, precisam ser desenvovidas.

Novas estruturas de regulação técnica e de controle governamental sobre a tividade precisam ser desenvolvidas.

Esse é o desafio que se apresenta diante de nós, profissionais dessa área. E é esse o desafio que nós já começamos a vencer.

Nos próximos três anos entrarão em operação no Brasil perto de quinhentas novas aeronaves executivas, de vários tamanhos. Isso pode parecer pouco, mas representa praticamente uma nova aeroanve a cada dois dias.

Uma aeroanve para ser vistoriada, para ser inspecionada, para ser matriculada, para ser controlada.

Uma a cada dois dias. Dia sim, dia não, avião no portão – alguns se lembrarão da velha propaganda da ultragaz.

O setor privado está fazendo a sua parte.

Se for mantida a proporção que temos aqui no Aeroporto de Congonhas, onde 1.709 pessoas atendem a 178 aeronaves, esses novos aviões e helicópteros gerarão, só eles, quase 5.000 novos empregos diretos, de altíssima qualificação, de altíssima qualidade.

Cabe agora, aos governos da região, despertarem também para essa nova realidade, para esse novo mercado.

A ABAG, em agosto do ano passado – repito, em agosto do ano passado – realizou estudos que indicavam que os aeroportos da cidade de São Paulo aproximavam-se velozmente da saturação, e que o aeroporto de Brasília deverá estar próximo dela em dez a quinze anos.

A ABAG se preocupou, e continua se procupando, com isso.

Não nos cabe aqui discutr se o aeroporto A ou B deve ser ampliado, se o limte no número de vôos num aeroporto é x ou y, ou se um controlador de tráfego aéreo deve cuidar somente de quatorze tráfegos ou não – mas cabe-nos alertar os poderes executivo e legislativo, a imprensa e a comunidade acadêmica para a nova oportunidade de crescimento econômico que se abre defronte de nós.

Um novo mercado, com novas necessidades, novos produtos e uso intensivo de novas tecnologias – essa foi a fórmula para o florescimento da indústria dos microcomputadores, e mais recentemente da internet.

Essa é a realidade que se hoje se descortina para a Aviação Executiva.

Os novos produtos estão aí – o Mustang, da Cessna, o Phenom, da Embraer, e outros concorrentes que não estarão na LABACE.

As novas tecnologias estão aí – nos novos motores, nos novos aviônicos, nos novos sistemas de controle e gerenciamento de tráfego aéreo.

As novas necessidades ... bem, não preciso falar mais nada a respeito das crescentes dificuldades nos aeroportos, em todas as partes do mundo.

A oportunidade está aí, à nossa frente.

O ideograma japonês para a palavra “crise” junta risco com a oportunidade.

A crise no nosso sistema aéreo pode parecer insolúvel – mas não é.

O Brasil já passou por muitas outras crises, muito piores – quantos aqui não se lembrarão das Simonetas, que quase nos foram impostas no primeiro choque do petróleo, da inesperada morte do primeiro presidente que sucedeu o clco militar, do impeachment do primeiro presidente eleito pelo voto direto, do apagão elétrico.

De todas, o país saiu melhor, mais forte.

A ABAG acredita que, desta crise da qual já se divisa ao longe uma sombra de solução, poderá nascer a oportunidade para o desenvolvimento de um novo mercado, de uma nova Indústria de Transporte Aéreo, de um novo setor da Aviação Geral, que traga ainda mais riquezas ao país, à região, à América do Sul.

O Mustang e o Phenom, que vocês poderão ver na LABACE, são a prova disso.

Para acompanhar o vigor desse novo mercado, mais profissional, a ABAG também precisará mudar. A Associação já planeja seus próximos passos, seus novos programas, seus novos métodos.

Parte desses esforços se dará na área de comunicação com seus Associados e com os demais atores do mercado, e a ABAG inova nessa área com uma nova loogomarca.

O novo logotipo da ABAG representa o que a Associação deve ser para o operador da Aviação Geral, da Aviação Executiva: seu “ala”, seu guardião.

Os Associados da ABAG podem se dedicar à busca da segurança e da eficiênia de suas operações, pois a ABAG estará monitorando o ambiente e identificando as questões que podem afetá-las.

É isso que o novo logotipo quer transmitir: ABAG, voando sempre na sua ala.

A ABAG espera que vocês tenham gostado do novo logotipo”, conclui Rui Thomaz.

Labace - Exposição e Conferência de Aviação Executiva na América Latina, acontece até dia 11 de agosto, das 12h às 21 horas, no Aeroporto de Congonhas – Hangar da Vasp (acesso pela avenida Washington Luís, n° 6000 – Portão 3). Organização: ABAG – Associação Brasileira de Aviação Geral e NBAA – National Business Aviation Association. Site: http://www.labace.aero/labace2007/port/home.php * Evento restrito aos profissionais da área. Pessoas que não são do setor interessadas em visitar o evento devem comprar ingressos com antecedência. Valor: R$ 80,00.

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