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14/08/2007 - 08:25

Neuroimagem a serviço da Psiquiatria

Há muitos anos os médicos, principalmente os psiquiatras, neurologistas e radiologistas, procuram “enxergar” o cérebro com técnicas não invasivas. Até o final da década de 70, isto ainda não era possível, visto que só dispúnhamos do simples RX, que, na verdade, só permitia visualizar lesões na calota craniana.

Nos anos 80, o surgimento da Tomografia computadorizada possibilitou o diagnóstico, por imagem, de tumores cerebrais e de acidentes vasculares, facilitando, sobremodo, o trabalho dos neurologistas. Para os psiquiatras, o ganho ainda foi pequeno, pois só tornou-se possível evidenciar as atrofias corticais, encontradiças nas demências.

A década de 90, conhecida como “a década do cérebro”, trouxe as grandes inovações. A Ressonância Magnética Estrutural, permitiu a visualização de algumas alterações características de transtornos mentais, além de melhorar muito o diagnóstico de doenças neurológicas. A Medicina Nuclear trouxe técnicas que tracejavam radiofármacos, como a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET), que permitiu o estudo detalhado do fluxo sanguíneo e do metabolismo da glicose marcada radioativamente, mostrando o grau de atividade em determinadas áreas cerebrais, além de possibilitar o estudo dos receptores de neurotransmissores e substâncias psicoativas.

A Tomografia por Emissão de Fóton Único (SPECT) também ofereceu a observação do fluxo e do metabolismo de forma mais simples e econômica. A partir de então, o conhecimento das funções cerebrais cresceu em progressão geométrica. Já nas portas do século 21, o advento das novas técnicas de Ressonância Magnética funcional (RMf), ampliou imensamente as possibilidades para um diagnóstico mais acurado e para o acompanhamento da evolução do tratamento das doenças psiquiátricas. A Espectroscopia de Prótons é capaz, como se fosse um sonar, de captar o retorno de um sinal emitido, diferenciando e quantificando substâncias presentes em diversas áreas cerebrais, o que já nos traz fortes indícios de patologias diversas. A RMf de ativação é capaz de “mapear” as áreas cerebrais envolvidas em diferentes atividades, sensitivas, motoras ou mentais. Hoje, na primeira década do novo século, com o aperfeiçoamento constante destas novas ferramentas, o médico pode tratar seus pacientes com muito mais respaldo e segurança. Agora, realmente podemos “enxergar” o cérebro funcionando.

Ainda há muito o que aprender, mas as pesquisas atuais são extremamente promissoras. O assunto será profundamente debatido na XVI Jornada da APERJ, que será realizada dias 17 e 18 de agosto no Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

. Por: Dr. Marcos Gebara, presidente da APERJ

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