Fevest termina com expectativas de negócios em torno de R$ 30 milhões

Feira recebeu 18 mil visitantes e as exportações dobraram com relação a 2006.

Nova Friburgo (RJ) – A 15ª Fevest, Feira de Moda Íntima, Praia e Fitness de Nova Friburgo (região serrana do Estado do Rio) chegou ao seu final com resultados acima do esperado. Os organizadores do evento confirmaram as expectativas de negócios para os próximos 12 meses, em R$ 30 milhões. De acordo com avaliação do Centro Internacional de Negócios da Firjan, a presença de compradores internacionais, convidados pelas instituições parceiras do Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo e representando importantes distribuidores dos EUA, Europa e América Latina, vai gerar negócios para o período de um ano de US$ 1,1 milhão. Este valor supera as vendas externas da edição anterior em 100% e corresponde a 30% da média anual de exportações do Pólo.

Nesses quatro dias de Feira, 18 mil pessoas visitaram os estandes dos 200 expositores, entre empresas de confecção e fornecedores do segmento, sendo 2 mil compradores “O movimento deste ano foi excelente, o que mostra a evolução da Feira, hoje a maior do gênero no país. Os compradores elogiaram não apenas os produtos, diversificados e de alto valor agregado, por sua qualidade e design, mas também a organização do evento pelo conforto dos estandes, tenda de desfiles e áreas de convivência”, avaliou o presidente do Sindicato do Vestuário de Nova Friburgo (Sindvest), Carlos Eduardo de Lima, organizador da Fevest.

Criada em 1992 para destacar o potencial do Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região, a Feira é, hoje, um evento lançador de moda e tendências para todo o mercado brasileiro, voltada para empresários, compradores, fornecedores e entidades ligadas à cadeia têxtil.

Otimismo - O clima entre os expositores da Fevest é de muito otimismo. O estreante Gustavo Veggi, da mineira Turma da Bia, ficou entusiasmado com o evento. “Já reservei agenda para a Fevest 2008 e avisei à organização que desejo ocupar um espaço maior na próxima edição. Este evento é realmente incrível”. Paulo Carvalho, empresário do Pólo, também estreou com sucesso na Fevest com sua marca, a Delicato. “Foi nossa primeira participação e estamos muito satisfeitos. Fizemos contatos muito bons e, no pós-feira, vamos ter bastante trabalho”. Jerry Ozório, gerente operacional da Diemer, fabricante de acessórios plásticos, também está muito satisfeito: “A feira ultrapassou as nossas expectativas. Esta é a nossa quinta participação na Fevest, onde sempre fizemos bons contatos, mas este ano surpreendeu, pois já tivemos vários pedidos”. Outro estreante, Alexandre Rangel, da Aspe, marca de cuecas, afirmou que não conseguiu parar um minuto durante o funcionamento da feira. “Fizemos muitas vendas. Chegávamos ao meio-dia e quando víamos já eram seis da tarde!”.

Selo e Prêmio - O destaque desta edição foi o lançamento do Selo de Origem e Qualidade para os produtos do Pólo de Moda de Nova Friburgo, pelo Conselho da Moda, entidade formada por instituições que trabalham pelo desenvolvimento do setor na região. Com a criação do selo, o mercado espera conscientizar os empresários sobre a importância da adequação dos produtos para manutenção da qualidade e estabelecimento de uma garantia para os compradores.

Durante a Feira, foram entregues, pelo Sebrae-RJ e pelo Conselho da Moda, os prêmios Destaque da Moda a 17 empresas do Pólo, em reconhecimento ao seu esforço pela melhoria do seu desempenho, nas categorias Design de Moda e Responsabilidade Social.

Exportações - A indústria de moda íntima, praia e fitness do Rio de Janeiro vem se destacando e já assume o posto de segundo maior exportador do segmento no país, atrás apenas de São Paulo e superando Santa Catarina. Segundo uma pesquisa do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), até maio deste ano o Rio de Janeiro alcançou 21,26% de participação nas exportações brasileiras neste segmento, que representa um crescimento de 91,36% em relação ao desempenho obtido no mesmo período de 2001.

“O crescimento das vendas é motivado pela diferenciação do produto através do design e da qualidade das peças. O Rio de Janeiro é o estado brasileiro com o maior valor agregado nas exportações do segmento”, explica Cristiane Alves, gerente do Senai Moda, criado pelo Sistema Firjan para atender à cadeia da moda fluminense nas áreas de design, tecnologia e mercado. O valor agregado é um indicador obtido pelo preço médio das exportações que alcançou, nos primeiros cinco meses do ano, o valor de US$ 91,55/kg, um aumento de 60% em relação a 2001, superando em 135% o preço médio do restante do país, de US$ 39,02/kg.

Os destinos das exportações fluminenses de moda íntima, praia e fitness também foram ampliados em relação a 2001. Até maio de 2007, os produtos foram comercializados em 58 países, contra 35 em 2001. Estados Unidos e Itália se destacaram como os principais destinos, com 41,27% e 10,68% da participação, respectivamente. O comprador espanhol Rafael Peris Leyvas, agente distribuidor para multimarcas na Europa, enfatizou que ficou impressionado com a qualidade dos produtos brasileiros. “Sem dúvida, os contatos realizados durante o evento se transformarão em negócios a curto e médio prazos”.

Pólo: aumento de 34% nos empregos e de 30% no número de empresas - Um dos grandes responsáveis pelos bons resultados do Estado é o pólo de moda de Nova Friburgo e Região, formado por cerca de 900 empresas voltadas para o mercado de moda íntima, fitness e praia. De acordo com dados das RAIS, de 2001 a 2005 registrou-se um aumento médio de 30% no número de empresas dos segmentos têxtil e de confecções em todos os municípios que compõem o Pólo de Moda Íntima (Nova Friburgo, Cantagalo, Cordeiro, Bom Jardim e Duas Barras), além de um aumento de 34% na mão-de-obra contratada. De acordo com dados da Fundação CIDE, nos cinco municípios que compõem o Pólo, o PIB das indústrias deste segmento responde por 25% do total da Indústria de Transformação.

A montagem da feira também gera 3 mil empregos diretos e indiretos e, após o evento, estima-se um aumento de 30% nas contratações temporárias, para atender à demanda das encomendas feitas pelos compradores.

A realização da Fevest é uma iniciativa do Sindvest, com o apoio da Firjan, do Sebrae-RJ e do Conselho da Moda. A Feira conta também com patrocínio do Banco do Brasil e apoio institucional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Programa Texbrasil e Apex-Brasil.| * Mais informações e fotos dos desfiles no www.fevest.com