US$ 2,26 bilhões é o déficit do semestre

ABIT pede urgência na implantação do pacote de medidas.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) ficou animada com o anúncio da presidente Dilma Rousseff de que um pacote de medidas parafortalecer o setor têxtil e de confecção está a caminho. Contudo, após bater mais um recorde de déficit na balança e ver a produção física encolher quase 12% na última pesquisa IBGE, o presidente Aguinaldo Diniz Filho pede urgência na implantação das medidas. “Não há tempo a perder. Já deixamos de gerar 63% de empregos, comparando-se com ano passado” alerta o presidente.

A apresentação dos números do semestre foi feita durante a abertura da Première Brasil (Edição Outono/ Inverno 2012), um dos principais salões latino-americano da indústria têxtil, que acontece nos dias 20 e 21 de julho, das 10h às 19h, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Por meio do Texbrasil - Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira realizado pela ABIT emparceria com a Apex-Brasil, o evento traz quatro compradores internacionais vindos da República Dominicana, Peru, Chile e Uruguai e trêsjornalistas vindos da Espanha, França e Colômbia para participar e cobrir oevento. “O Brasil é porta de entrada para a indústria da moda na América Latina. Compradores e fornecedores de matéria-prima se encontram aqui para os primeiros lançamentos do inverno 2012. Isto só reforça a importância que o nosso setor tem no mundo e, portanto, merece ser fortalecido pelo governo com medidas que gerem o mínimo de equilíbrio concorrencial” declara Diniz Filho.

Panorama do Setor (janeiro – junho/2011): balança comercial - de janeiro a junho deste ano, o crescimento do déficit na balança comercial do setor têxtil e de confecção foi de 43,2% (excluída a fibra de algodão), em relação ao mesmo período de 2010. As importações cresceram 31,7% e somaram US$ 2,966 bilhões, e as exportações tiveram um tímido aumento: 4,7%, chegando a US$ 706,3 milhões. O déficit acumulado de janeiro a junho de 2011 é de US$ 2,26 bilhão (excluída a fibra de algodão).

Produção física – dados do IBGE, de janeiro a maio de 2011, a produção da indústria de vestuário e confecção recuou 0,3%, enquanto que o segmento têxtil, teve queda de 11,9% na produção. Já o varejo, seguiu crescendo na ordem de 6,86%. Essa diferença entre produção e vendas, mostra o avanço dos importados nas prateleiras.

Emprego – o saldo na geração de empregos de janeiro até maio deste ano está em 16 mil novos postos de trabalho, 63% menor que no mesmo período do ano passado quando já haviam sido criadas 45 mil vagas.

Perfil do setor- O setor têxtil e de Confecção brasileiro é o quinto maior do mundo, reunindo mais de 30 mil empresas que empregam 1,7 milhão de pessoas diretamente. Em 2010, o Setor faturou US$ 52 bilhões, mas amargou um déficit de US$ 3,5 bilhões. É o segundo maior produtor de denim, o quinto de malharia. Produz nove bilhões de peças de confecção, sendo 5 bilhões em vestuário. São mais de 100 escolas de formação profissional para o setor, dentre faculdades de moda, de engenharia têxtil, técnicos têxteis, costureiras, modelistas, dentre outros profissionais. Auto sustentável na cadeia do algodão com 1,7 milhão de toneladas, das quais 1 milhão será consumido no mercado interno (safra 2011).

Perfil-O Texbrasil foi criado em 2000 pela ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção), em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), com o propósito de apoiar e preparar as empresas da indústria têxtil e de confecção interessadas em comercializar seus produtos em outros países. No total, mais de 1.200 empresas utilizaram os serviços do programa, dentre eles a agenda de encontros com compradores e jornalistas internacionais.