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22/07/2011 - 10:22

II Fórum de Sustentabilidade da ADEMI-BA

Evento reuniu grandes nomes da área .

A ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia) reuniu no dia 20 de julho (quarta-feira), no seu II Fórum de Sustentabilidade, empresários e integrantes do mercado imobiliário baiano. O encontro, realizado no edifício Mundo Plaza, mostrou práticas verdes e seus saldos positivos enquanto geradoras de grandes negócios a partir de cases de sucesso na área da construção. Com o intuito de ajudar as empresas a caminhar por esta estrada de forma segura, a Associação apresentou o seu Plano de Trabalho, que permitiu desenvolver os Guias de Sustentabilidade e de Consumo Consciente que serão lançados ainda no segundo semestre deste ano.

Durante o encontro, o Presidente da ADEMI-BA, Nilson Sarti fez questão de chamar a atenção para a importância de desenvolver planejamentos sustentáveis. Além das práticas internas do dia a dia e nos canteiros de obra, as construtoras precisam estar atentas para a nova forma de negócio, ou seja, os chamados edifícios verdes. Isso porque estes edifícios ambientalmente corretos poderão reduzir em até 10% o custo do IPTU para os futuros moradores que comprarem os empreendimentos classificados nas seguintes categorias: ouro, prata e bronze. “O nosso objetivo é aumentar a procura da sociedade por estes imóveis que dispõem de eficiência energética de água e esgoto, coleta seletiva, energia solar, entre outros benefícios em prol do bem comum”, disse Sarti. A proposta será levada para a Prefeitura de Salvador ainda este ano. Na opinião do Consultor em Sustentabilidade da ADEMI-BA, Fábio Rocha, esse projeto inspirado na nova lei implantada em Belo Horizonte que permite redução do IPTU para prédios sustentáveis é, sem dúvida, excelente, uma vez que traz ganhos tanto para os consumidores e futuros moradores como para os empresários do setor. “Todos precisam estar atentos à nova demanda do mercado e pensar em sustentabilidade como uma aliada da construção civil”, enfatizou Rocha.

No Fórum, o Presidente ressaltou ainda que o tema não se destina ao futuro do mercado imobiliário e da construção, mas sim é algo imediato, e por isso a necessidade e urgência de desenvolver todos os anos eventos com este cunho, para ampliar discussões e favorecer o surgimento de novas ideias. “É preciso entender que a sustentabilidade está casada com a inovação tecnológica, gerando assim inúmeras oportunidades. Pensar em novas tecnologias nas edificações e caracterizando-as verdes é garantir a sua vida útil. Para isso é preciso um bom planejamento”, enfatiza ele. É pensar nas necessidades das gerações futuras.

Foi pensando nas oportunidades e já de olho nas demandas futuras que a Syene Empreendimentos saiu na frente e desde 2007 investiu numa gestão focada no uso de materiais recicláveis. Referência no mercado, a construtora, este ano, dá início às obras de um novo empreendimento: o Syene Corporate. O empresarial localizado na Av. Tancredo Neves já ganhou o selo de certificação verde em Salvador. Para a Gerente de Produtos da Syene, Jealva Fonseca, que durante encontro apresentou todas as práticas da concepção à realização de um empreendimento sustentável, “o desafio agora é conseguir industrializar a construção civil para reduzir os custos dos canteiros”.

Para a Assessora Técnica da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Georgia Bernardes, o desafio é complexo e requer: qualificação profissional; diminuir a informalidade; aumentar a produtividade e a inovação tecnológica. “A construção sustentável é a proposta da CBIC para vários parceiros. Sabemos que o paradigma da sustentabilidade necessita de um processo de mudança, ou seja, ter consciência, atitude e indignação para que cada um faça a sua mudança e por fim, ação. É preciso estar alinhado com estes três pilares para encontrar o êxito, exemplo disso é o Programa Minha Casa Minha Vida que é considerado hoje um grande projeto de sustentabilidade principalmente porque combateu a informalidade”, comenta.

Para obter sucesso, o Diretor do Worldwatch Institute no Brasil, Eduardo Athayde ensina que, antes de tudo, as empresas precisam se perguntar que tipo de visão precisam ter e que mundo precisam construir. “As empresas precisam levar a sustentabilidade a sério se querem mesmo um grande negócio. Ela não é um modismo, mas sim a única opção que temos daqui para frente”. Uma das questões levantadas por ele foi a valorização da descarbonização como sendo uma tendência. Mas como vamos fazer a descarbonização na construção civil? “A Gerdau já está fazendo com o aço. É preciso usar a sustentabilidade nos elos da cadeia. A entrada do carbono virou grande negócio para geração, por exemplo, dos chamados empregos ‘verdes’. Aqueles que não tiverem baixo carbono terão grandes problemas no lucro", argumenta.

O especialista em Gestão de Resíduos, Domingos Barbosa, lembrou que assim como a necessidade de se pensar na prática da descarbonização, a construção carece desde já de uma usina para destinação dos resíduos, já que as obras são as maiores geradoras de resíduos, sendo, só em Camaçari, 500 toneladas por dia. “Os empresários precisam estabelecer que o resíduo da sua obra não é obrigação do município e sim da sua empresa. Por isso, é preciso fazer um trabalho mais firme de separação de resíduos na própria obra, inclusive para diminuir os custos”, avalia. A Gerente de Recursos Humanos da Cyrela Andrade Mendonça, Jeane Merly, fez questão de ressaltar que a gestão de resíduos é um fator gerador de resultados na construção, por isso, além de oferecer cursos, voltados para os operários, de educação e higienização, passou a reciclar o material dos canteiros de obra.

Um outro case de sucesso nesse aspecto foi a própria Fonte Nova, que através de um planejamento reciclou 97% de todo seu resíduo da implosão e uma boa parte foi destinada para a própria CONDER - Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, OAS e Odebrecht. Além disso, conforme informou o Presidente da Fonte Nova Negócios e Participações, Dênio Cidreira, durante as obras estão sendo feitas coleta seletiva, reutilização do fardamento, reciclagem do óleo e a reutilização da madeira e do cano PVC. “Com relação à eficiência energética, iluminação e ventilação, nós já temos um projeto voltado para isso”, completa. A Arena Fonte Nova, que está sendo preparada para a Copa de 2014, contará com toda infraestrutura de um estádio nos moldes internacionais. “O objetivo é torná-lo cartão postal de Salvador”, afirma.

Para fazer jus à certificação verde num empreendimento, a construtora precisa se adaptar a 14 categorias: relação do edifício com o entorno; escolha integrada de produto; sistemas e processos construtivos; gestão de água; gestão de resíduos de uso e operações do edifício; canteiro de obras com baixo impacto ambiental; gestão de energia; conforto hidrotérmico; conforto acústico; conforto visual; conforto olfativo; qualidade sanitária do ar e qualidade sanitária da água.

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