Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

23/07/2011 - 08:46

Pesquisadores da Mayo Clinic descobrem nova mutação genética ligada à doença de Parkinson

Pesquisadores afirmam que gene mutado pode ter participação no acúmulo de proteínas no cérebro.

Jacksonville, Flórida - Pesquisadores descobriram uma nova mutação de gene que podem ser a causa da doença de Parkinson. A mutação foi identificada em muitos casos de doença de Parkinson em uma mesma família da Suíça, com o uso de uma tecnologia avançada de sequenciamento de DNA. O estudo, publicado na edição de julho do American Journal of Human Genetics, foi liderado por neurocientistas da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, e teve a colaboração de colegas dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e outros países da Europa, da Ásia e do Oriente Médio.

“Essas descobertas trazem uma nova direção para a pesquisa da doença de Parkinson”, diz o coautor do estudo Zbigniew Wszolek, neurocientista da Clínica Mayo. “Qualquer ligação nova que encontramos entre um gene e a doença de Parkinson abre novas vias para o entendimento desta doença complexa e também para formas potenciais de seu controle clínico”, declara.

A equipe descobriu que mutações do gene VPS35, proteína responsável pela reciclagem de outras proteínas dentro das células, causaram a doença de Parkinson na família suíça. O VPS35 mutado pode prejudicar a habilidade de uma célula de reciclar proteínas, conforme necessário, o que pode resultar no tipo de acúmulo errôneo de proteínas, observado em cérebros de pessoas com doença de Parkinson e com outras enfermidades, como a doença de Alzheimer, diz o coautor do estudo Owen Ross, também neurocientista da Clínica Mayo. “De fato, a expressão desse gene, conforme já foi observado, é reduzida em casos de doença de Alzheimer e a reciclagem defeituosa de proteínas dentro das células têm sido ligada a outras doenças neurodegenerativas”, ele diz.

Até agora, mutações em seis genes foram ligadas a formas de doença de Parkinson que ocorrem em famílias, com muitas mutações descobertas graças aos esforços colaborativos de pesquisa da Clínica Mayo. O neurologista Zbigniew Wszolek criou uma rede mundial de pesquisadores da doença de Parkinson, muitos dos quais têm conduzido pesquisas na Clínica Mayo. O autor principal do estudo, Carles Vilariño-Güell, e o pesquisador sênior, Matthew Farrer, trabalharam nesse estudo durante suas estadas na Mayo em 2010. Depois disso, eles foram para a Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, no Canadá. O autor associado principal do estudo, o neurologista Christian Wilder, descobriu pela primeira vez a doença de Parkinson nos membros da família suíça e continuou a estudá-los, quando era um pesquisador da Clínica Mayo. Agora, ele está de volta ao “Centre Hospitalier Universitaire Vaudois”, em Lausana, na Suíça.

Os pesquisadores usaram uma nova técnica de sequenciamento genético para descobrir a mutação do gene VPS35, de acordo com o neurocientista Owen Ross. Eles usaram sequenciamento do “exoma” para investigar variações compartilhadas por um par de primos de primeiro grau, dentro de uma família grande na Suiça, afetada pela doença de Parkinson. Coletivamente, os exons, que fornecem o esquema genético usado na produção de proteínas, representam apenas 1% de todo o genoma e, assim, é muito mais fácil investigar novas variações provocadoras de variações no sequenciamento da proteína, que representariam possíveis mutações que causam a doença, ele diz. “Primos compartilham apenas 10% de seus genomas, ao passo que pais, filhos e irmãos compartilham muito mais. Isso estreitou o campo de variações para nós”, diz Zbigniew Wszolek, com o gene VPS35 emergindo como o último gene envolvido com a doença de Parkinson.

“Há muito mais a saber sobre esse gene”, diz Owen Ross. “Apesar de a descoberta sugerir uma causa rara de doença de Parkinson, ela parece ser muito importante, do ponto de vista mecanicista, para essa doença e possivelmente para outros distúrbios neurodegenerativos”, ele afirma.

O estudo foi financiado por verbas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, da Fundação Suíça para a Doença de Parkinson, da Fundação Michael J. Fox e por uma doação de Carl Edward Bolch Jr. e Susan Bass Bolch. O trabalho de sequenciamento foi financiado pela Fundação da Doença de Parkinson. Esse trabalho e o médico Vilariño-Güell receberam o “Prêmio da Conferência sobre a Doença de Alzheimer e Doença de Parkinson”, doado por Evelyn Greenberg em memória do Prof. Moshe Greenberg.

Para mais informações sobre tratamento da doença de Alzheimer, da doença de Parkinson e outros distúrbios neurodegenerativos na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie um email para [email protected].

A Clínica Mayo é o primeiro e maior centro de medicina integrada do mundo. Médicos de todas as especialidades trabalham juntos no atendimento aos pacientes, unidos por um sistema e por uma filosofia comum, de que “as necessidades dos pacientes vêm em primeiro lugar”. Mais de 3.700 médicos, cientistas e pesquisadores, além de 50.100 profissionais de saúde de apoio, trabalham na Clínica Mayo em Rochester (Minnesota), Jacksonville (Flórida) e Phoenix/Scottsdale (Arizona). Juntas, as três unidades tratam mais de meio milhão de pessoas por ano. [ww.mayoclinic.com].

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira