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29/07/2011 - 09:28

Violência e álcool estão intimamente ligados, alerta especialista

Psicólogo afirma que é importante separar a violência cotidiana da delinquência, mas ambas crescem com o uso das drogas e bebidas alcoólicas.

O crescimento dos índices de violência doméstica, assaltos, sequestros e outros casos típicos de centros urbanos, que cada vez mais invadem cidades de todos os portes, chama a atenção não só de autoridades da segurança pública, mas também de especialistas em analisar o comportamento humano. O psicólogo Dionísio Banaszewski, que há mais de vinte anos estuda e combate a dependência química, afirma que a violência está intimamente ligada ao uso de drogas, especialmente o álcool, que, segundo ele, é o maior responsável por mortes violentas em todo o país.

O psicólogo percebe, em seus estudos, que o álcool está mais ligado aos casos de violência doméstica e acidentes de trânsito. Já nos casos de violência ligada à delinquência – assaltos, roubos, etc – a ligação é direta com o uso das drogas ilícitas, principalmente o crack. Ele lembra ainda que o uso de drogas “é causa e consequência da violência”. “Causa porque as pessoas buscam as drogas pelas pressões da urbanidade moderna. E consequência porque o consumo leva os cidadãos a cometerem ainda mais atos violentos”, comenta.

A droga é um dos mais visíveis elementos disparadores de toda essa violência, de acordo com o especialista. Um dos principais efeitos das drogas nos organismos é tirar das pessoas o senso de limite. “Ela descortina a censura natural da vida em sociedade. E, sem essa noção de limite, os indivíduos com tendência mais violenta se utilizam dessa descompensação psíquica, dessa sensação de ‘liberdade’, para dar vazão à mais profunda agressividade”, explica o psicólogo.

Uma das ações mais efetivas para reduzir os índices de violência, na visão do psicólogo, é a criação de mecanismos legais para coibir o uso de drogas. Ele cita como exemplo as cidades que adotaram medidas como a proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas e o fechamento, em horários predeterminados, de bares e estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas. “Esses municípios já registraram a redução dos casos de violência, comprovando que o incentivo ao uso de álcool leva também às drogas ilícitas e, obviamente, à violência crescente”, argumenta.

Os resultados só serão efetivos, de acordo com o especialista, se a sociedade e os governos investirem na prevenção. “Os investimentos para o combate às drogas devem ser divididos de forma que 90% dos recursos sejam investidos em prevenção”, defende. Dionísio lembra que as leis brasileiras já são relativamente suficientes para coibir o abuso, mas questiona a falta de fiscalização: “Onde estão as autoridades para fazer valer a lei que já proíbe a venda de álcool para menores de idade, por exemplo?”, provoca.

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