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29/07/2011 - 10:38

Lições da Copa América

Infelizmente, o Brasil foi eliminado nas quartas de final da Copa América pelo Paraguai, após uma boa atuação e desastrosas cobranças de pênaltis. Entretanto, além dos fundamentos técnicos decorrentes da partida, existem outras pontuações relevantes que marcaram esse campeonato para as quais o País deve atentar, pensando como sede de uma Copa do Mundo, dentre outros grandes eventos.

Uma das críticas com relação ao jogo da eliminação era relativa às condições do gramado. Pensando no lado gestor na organização de eventos, é basicamente inadmissível que os jogadores –principais estrelas de uma competição – tenham de enfrentar irregularidades no palco que pode levá-los ao título mais importante de suas carreiras.

Antes de tudo, o megaevento é um campeonato desportivo. Logo, pressupõem-se boas e, se possível, as melhores condições de jogo aos participantes do torneio. Aliás, não é só a partida que perde qualidade, mas os próprios torcedores são desprovidos de aproveitar um belo espetáculo, pelo qual pagaram e depositaram uma expectativa – valor intangível. Assim, o objeto usado como “desculpa” na verdade é mais do que relevante para o andamento do evento.

Claro que o incidente com a torcida do River Plate pouco antes da Copa América, no jogo em que o time foi rebaixado à segunda divisão, foi um imprevisto para utilização do Monumental de Nuñescomo palco da final do campeonato. Contudo, os torneios da Fifa, como a Copa do Mundo, deve sempre prezar por estádios seguros e confortáveis. Até porque todos – jogadores, comissão técnica, arbitragem, torcedores, organizadores e patrocinadores – são afetados pelas condições do estádio, antes, durante e depois da partida. Ou seja, reparos fazem parte da manutenção regular do espaço esportivo e, ainda, quando necessários em proporções maiores – caso das obras para Copa –, devem ser feitos considerando sempre maior durabilidade e conforto integral do espaço. Quando pequenos, devem ser realizados rapidamente, evitando deterioração antecipada e, em grande escala, em tempo hábil e com recursos controlados, evitando desperdícios e obras realizadas (que podem acarretar em novas obras e mais recursos).

Estar presente em uma Copa é uma chance não só de assistir à um bom jogo, como também de fazer turismo no país sede. Nesse quesito, a Argentina demonstrou utilizar bem seus atributos, valorizando cidades já conhecidas, principalmente pela população dos países vizinhos. A proximidade e algumas similaridades favorecem a migração de turistas latinos, algo que o Brasil pode explorar bastante, deixando de focar apenas nos turistas europeus e de outras partes do mundo. Inclusive, essa acaba sendo uma oportunidade de promover uma maior integração regional, auxiliando também que destinos na América do Sul sejam procurados e se beneficiem indiretamente com o advento da realização da Copa no continente.

Assim sendo, um país que está prestes a sediar um evento grandioso precisa olhar além do jogo, absorver e processar nuances como essa, que podem ajudar a otimizar a capacidade de produzir eventos. Afinal, um homem sensato aprende pelo erro dos outros. E o tempo está a cada dia mais escasso para errar sucessivamente.

. Por: Andressa Rufino, consultora da Trevisan Gestão do Esporte e autora do livro “Arenas Multiuso: um novo campo de negócio”, da Trevisan Editora Universitária.|E-mail: [email protected].

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