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16/08/2007 - 07:57

Uma luz do fim do túnel para o tratamento de psoríase

Como sabemos, a psoríase é um problema complicado para o convívio social e familiar porque é uma doença de pele predominante na pele branca, caracterizada pelo surgimento de manchas avermelhadas, recobertas de escamas secas e esbranquiçadas. Pode aparecer na segunda e quarta década de vida ou na terceira idade. Sabemos também que se trata de uma reação inflamatória desorganizada que promove uma renovação celular acelerada, ou seja, as células da nossa pele se renovam a cada 28 dias. Já na psoríase, demora apenas sete dias. Portanto aquela célula que atinge a superfície não está totalmente pronta, apresentando-se com aspecto escamoso, avermelhado e frágil.

“Certa vez ouvi de um paciente ao confirmar o diagnóstico que quando olhou para a esposa, tinha a certeza de que seu casamento tinha acabado naquele momento. Em outro relato um paciente dizia: O dr. não tem idéia do que é acordar uma hora mais cedo todos os dias para aplicar cremes ou pomadas”, comenta Dr. Marcelo Bellini, professor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

Trata-se de uma doença muito estigmatizante . Para as pessoas que não conhecem, parece ser transmissível ou contagiosa. Mas não é. “Trata-se de uma doença mais freqüente do que imaginamos, afetando de 1 a 3% da população em geral”, garante Dr. Marcelo.

Existe uma íntima relação com o lado emocional, ou seja, é uma doença psicossomática. Dá para imaginar o que acontece com uma pessoa que apresenta tal problema na pele e que com o convívio social fica muito chateada, ás vezes angustiada ou deprimida e que pode surgir uma erupção das lesões.

As formas de manifestação são muito variadas podendo ser: couro cabeludo, placas nos joelhos e cotovelos, gutada, ou seja, pequenas lesões distribuídas no corpo todo, palmo – plantar, ou seja, mãos e pés, unhas onde aparece espessamento, descolamento, depressões ou pontos perfurados conhecida como unha em dedal; invertida quando afeta as dobras e eritrodérmica que aparece no corpo todo. Com relação aos tratamentos o Dr. Marcelo indica muitas opções:

Shampoos de coaltar e loções capilares à base de corticóide para psoríase do couro cabeludo. No corpo, quando as formas são localizadas. Pode-se utilizar cremes ou pomadas à base de corticóides potentes.

Atualmente existe associação de Betametasona (corticóide) Com Cálciopotriol o que tem propiciado resultados muito satisfatórios. Em casos mais extremos, a melhor opção é por medicações de uso via oral. Pode-se fazer PUVA, ou seja, toma-se um medicamento muito conhecido como psoralênico. Aguarda-se período de uma hora e se expõe a luz UVA, ou seja, cabines de luz específicas, ou até mesmo luz solar no período de 7h às 10h ou após 16:00h, três vezes por semana.Outra opção é o Metotrexate, que é um medicamento útil para controle do processo inflamatório. Neste caso, são tomados comprimidos uma vez por semana. Além disso, pode-se utilizar: Ciclospsorina, que também tem efeito no controle do processo inflamatório, com uso diário. A Acitretina promove uma redução no processo de renovação celular acelerada e apresenta-se na forma de comprimidos tomados diariamente.

Mas a mais nova opção é o tratamento com os biológicos. “Tal tratamento é muito utilizado pelos reumatologistas há pelo menos cinco anos, mas agora em 2005-2006 que foi liberado para tratamento de psoríase com uso na dermatologia”, destaca Dr. Marcelo.

Há duas classes de medicação: anti-linfócito T célula que é responsável pelo start da reação de inflamação. A medicação ataca os linfócitos T, impedindo que estes desencadeiem a reação. Podem ser utilizados nos casos de psoríase sem artrite. Ou seja, a psoríase, além de acontecer na pele, pode causar alterações nas articulações desencadeando dor e deformidades. E a outra classe são os ANTI TNF. Dentre eles, o Infliximab, que controla a resposta inflamatória. Isto é, o TNF é um mediador, um acelerador do processo inflamatório como um mensageiro. Pode ser utilizado em várias formas de psoríase: placas, couro cabeludo, unhas, eritrodérmica e outras. É uma excelente opção quando os tratamentos anteriores não surtirem resultado satisfatório ou nos casos onde se queira resultado mais rápido; ou associado à artrite.

É um medicamento usado no soro, cuja aplicação dura aproximadamente duas horas. São realizadas sessões inicialmente, duas semanas após, e depois de seis semanas. Com isto, há um desaparecimento ou melhora das lesões. “Sabemos que apresenta resultado em 80% dos casos; com melhora em média de 75% das lesões dos pacientes”, confirma Dr. Marcelo.

A partir daí, inicia-se a manutenção com dose da medicação a cada oito semanas pois existe um controle da psoríase e não cura.

Para iniciar esta medicação, são realizados vários exames como RX do tórax, deve-se afastar risco de tuberculose, infecções, problemas cardíacos, problemas do fígado etc. E o paciente deve ser monitorado pelo menos a cada dois meses.

Este tratamento foi apresentado em Madri, Espanha, no Simpósio Internacional para discussão de casos tratados, seus riscos e rotina de acompanhamento dos pacientes.

“Os resultados foram muito animadores e temos a esperança de voltar a ver nossos pacientes sorrirem, voltar para o convívio familiar e social sem dificuldades nos relacionamentos”, espera Dr. Marcelo.

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