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16/08/2007 - 08:08

Dólar sobe 2,27% e supera R$ 2 pela primeira vez em três meses

São Paulo - A saída de investidores estrangeiros para cobrir perdas relacionadas ao setor de crédito de alto risco fez o dólar fechar acima de 2 reais pela primeira vez em três meses nesta quarta-feira.

Em meio à volatilidade dos negócios, o Banco Central deixou de realizar pelo segundo dia seguido um leilão de compra de dólares no mercado à vista.

A moeda norte-americana subiu 2,27 por cento e fechou a 2,031 reais, maior patamar desde 4 de maio. O dólar vinha sendo cotado abaixo de 2 reais desde 15 de maio.

O mercado de câmbio acompanhou fielmente o comportamento das bolsas de valores nos Estados Unidos, que tiveram mais um dia de intensas oscilações em meio às preocupações com o mercado de crédito imobiliário de alto risco.

"A crise do chamado subprime se agravou a partir de ontem à tarde. Os investidores começaram a pensar na maior probabilidade de a crise atingir a economia real", disse Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.

"Com o agravamento, eles pegaram parte das posições em ativos de emergentes e subprime e passaram a vender para comprar títulos americanos, realocar posições com mais força", acrescentou.

Dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira já detalharam os primeiros efeitos da turbulência no exterior sobre o mercado de câmbio. O fluxo financeiro de divisas ficou negativo em 201 milhões de dólares nos primeiros oito dias úteis de agosto.

A entrada de dólares no país foi sustentada no período pela atividade dos exportadores, que com o saldo positivo nas operações comerciais garantiram fluxo cambial positivo de 3,376 bilhões de dólares.

Segundo Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper, "o fluxo comercial é relativamente mais imune a esse tipo de volatilidade. Já o fluxo financeiro é diretamente ligado a isso", disse.

"(Mas) a bem da verdade, esse fluxo positivo é consequência de operações do passado. Agora as operações estão vencendo e pode ser que daqui para a frente a gente perceba que isso pode ser revertido por conta da turbulência", acrescentou.

Apesar da forte alta no final da sessão, o dólar chegou a ceder e operar em leve baixa durante a manhã, acompanhando uma trégua em Wall Street. "Deu uma acalmada no momento em que o Fed veio oferecer recursos", disse Miriam.

O banco central norte-americano voltou a injetar recursos no mercado aberto, com uma operação de 7 bilhões de dólares no overnight. A quantia, porém, é menor que os 38 bilhões de dólares colocados no sistema bancário na sexta-feira.

Em meio à instabilidade, o Banco Central brasileiro novamente deixou de fazer leilões de compra de dólares. Nas duas primeiras semanas do mês, a autoridade monetária havia mantido um ritmo de compras diárias semelhante ao visto no mês anterior - pouco mais de 300 milhões de dólares por dia. | Por: Silvio Cascione e reportagem adicional de Angela Bittencourt/Reuters.

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