Fórum de Presidentes da Unimed debate futuro das operadoras de planos de saúde

Dirigentes são responsáveis por um ‘PIB’ de quase R$ 30 bilhões e por 37% do mercado de medicina suplementar .

O Brasil do presente tem futuro? O tema desta palestra, a cargo de Eduardo Gianetti da Fonseca, economista, cientista social e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, será uma boa síntese do Fórum de Presidentes do Sistema Unimed 2011, que começa hoje (4 e 5 de agosto, em São Paulo). Dirigentes das cooperativas, federações e empresas do complexo Unimed – cujo ‘PIB’, somado, deverá se aproximar de R$ 30 bilhões este ano –, debaterão, no evento, promovido pela Central Nacional Unimed, soluções para as dificuldades regulatórias e exigências burocráticas que atormentam a medicina suplementar.

“Nossas principais dificuldades não são inerentes aos negócios. Não fazem parte do jogo, como se diz. Decorrem da ingerência excessiva da agência reguladora (ANS); dos oligopólios que encarecem órteses, próteses e materiais especiais”, afirma Mohamad Akl, presidente da operadora.

Além disso, as operadoras de planos de saúde enfrentam os novos desafios de sua área de atuação – avanços tecnológicos da medicina são tão caros quanto eficazes no prolongamento da vida e na manutenção da saúde, e o envelhecimento da população brasileira demanda mais consultas, exames e cirurgias.

“É óbvio que alguém tem de pagar por estas contas, ainda que estejamos aperfeiçoando a gestão das cooperativas Unimed, com investimentos permanentes na qualificação profissional e em tecnologia da informação, com redução de custos e mais qualidade de atendimento”, observa Akl.

As questões que preocupam as operadoras foram selecionadas para hierarquizar as discussões e concentrar as propostas dos dirigentes do Sistema Unimed, formado por 371 cooperativas, que detêm 37% do mercado brasileiro de planos de saúde:

“Vamos debater direção fiscal (intervenção da ANS na gestão das operadoras), formas de financiamento, processos judiciais, concorrência, remuneração médica e planejamento estratégico”, informa Marco Antonio Eckert, diretor de Produto e Operações da CNU. Ele será moderador do painel “Mercado: Unimed x Concorrência”.

O diretor Administrativo e Financeiro da operadora, Rodolfo Machado de Araújo, moderador de “Formas de Financiamento”, destaca que as cooperativas Unimed, por sua forma de organização específica, têm de ser criativas e se unir para financiar suas atividades. “Não há como lançar ações em bolsas de valores, ou aportar recursos por meio de sócios capitalistas. Os fundos e garantias financeiras exigidos pela ANS restringem ainda mais as sobras (lucro cooperativista) para investimentos fundamentais, por exemplo, em hospitais e laboratórios próprios.”

Kamil Hussein Fares, diretor-adjunto da Central Nacional Unimed, que moderará a discussão sobre “Processos Judiciais”, aponta a judicialização da medicina – a concessão de atendimentos médico-hospitalares não previstos em contrato – como um dos graves desafios das operadoras.

“Deveria valer o que está escrito e combinado, pois a segurança jurídica é um dos principais vetores de atração de investimentos produtivos, gerando emprego, renda e arrecadação. Infelizmente, teremos de avançar muito ainda até que os contratos sejam integralmente respeitados na Justiça.”

.[Fórum de Presidentes do Sistema Unimed 2011, dias 04 e 05 de agosto (quinta e sexta-feira), no Novotel Jaraguá (Rua Martins Fontes, 71, Centro, São Paulo).Promotora e organizadora: Central Nacional Unimed. Programação: http://www.unimed.com.br/pct/index.jsp?cd_canal=54238&cd_secao=62255].

Perfil-A Central Nacional Unimed, a Operadora Nacional dos Planos de Saúde Empresariais Unimed, fechou 2010 com um faturamento superior a R$ 1,1 bilhão. Hoje tem mais de um milhão de clientes, distribuídos nas cinco regiões brasileiras. Garantir a competitividade do Sistema Unimed diante das exigências do mercado e da legislação foi o principal motivo da criação da Central Nacional Unimed em 1998.