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05/08/2011 - 08:41

Preço da cesta cai em 14 capitais, aponta pesquisa Dieese

A capital paulista registrou o maior custo para a aquisição dos alimentos de primeira necessidade, somando R$ 263,38. Em Porto Alegre, a localidade com o segundo maior preço, a cesta custou R$ 259,60 e em Florianópolis seu valor correspondeu a R$ 254,84.

Em julho, catorze das 17 capitais onde o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, apresentaram queda no valor do conjunto de gêneros alimentícios essenciais, número igual ao apurado em maio. As principais quedas ocorreram no Rio de Janeiro (-6,01%), Fortaleza (-4,97%), Porto Alegre (-4,64%) e Florianópolis (-4,35%). As três cidades onde houve elevação, ainda que leve, nos preços dos produtos básicos foram Salvador (0,92%), Aracaju (0,42%) e Belém (0,22%).

Mais uma vez, a capital paulista registrou o maior custo para a aquisição dos alimentos de primeira necessidade, somando R$ 263,38. Em Porto Alegre, a localidade com o segundo maior preço, a cesta custou R$ 259,60 e em Florianópolis seu valor correspondeu a R$ 254,84. As cidades mais baratas foram Aracaju (R$ 184,01), João Pessoa (R$ 204,40) e Salvador (R$ 206,58).

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o salário mínimo necessário.

Para julho, seu valor foi calculado em R$ 2.212,66 – que corresponde a 4,06 vezes mínimo em vigor, de R$ 545,00. A quantia estimada para este mês é menor que a prevista para junho – de R$ 2.297,51 (4,22 vezes o piso nacional vigente) – em decorrência da queda no preço do conjunto de gêneros essenciais na capital paulista. Em julho de 2010, o menor valor deveria ser de R$ 2.011,03, ou 3,94 vezes o mínimo de então, de R$ 510,00.

Variações acumuladas- Entre janeiro e julho deste ano, cinco capitais apresentam variação acumulada negativa para o custo da cesta: Goiânia (-2,23%), Curitiba (-2,13%), Manaus (-1,02%), São Paulo (-0,67%) e Rio de Janeiro (-0,49%). Já os maiores aumentos foram anotados em Florianópolis (7,01%), João Pessoa (5,23%), Aracaju (4,62%) e Fortaleza (4,41%). Nos últimos 12 meses, de agosto de 2010 a julho deste ano, nenhuma das capitais pesquisadas apresenta variação acumulada negativa. As altas mais significativas foram apuradas em Fortaleza (18,15%), Florianópolis (15,09%), Rio de Janeiro (13,31%) Vitória (12,82%) e Belo Horizonte (12,44%). As menores elevações ocorreram em Aracaju (1,64%) e Salvador (1,85%), conforme tabela abaixo.

Cesta x Salário Mínimo- Com a queda generalizada no preço da cesta, o tempo de trabalho necessário para quem é remunerado pelo salário mínimo adquirir os produtos alimentícios essenciais ficou em 93 horas e 52 minutos, na média das 17 capitais pesquisadas. Em junho a jornada exigida chegava a 96 horas e 05 minutos e em julho de 2010 correspondia a 91 horas e 50 minutos.

Também quando se considera o percentual do salário mínimo líquido gasto com a cesta – ou seja, após a dedução da parcela referente à Previdência Social – o mesmo comportamento pode ser notado. Em julho, 46,38% do salário mínimo líquido foram comprometidos com a aquisição da cesta, enquanto em junho eram necessários 47,47%. Em julho de 2010, o percentual era menor, correspondendo a 45,37%.

Comportamento dos preços -Em julho, quando comparado com o mês anterior, a maioria dos produtos da cesta básica ficou mais barata. O principal destaque foi o tomate, produto cujo preço é sujeito a grandes oscilações. Quinze capitais registraram recuo no item, com as quedas mais expressivas apuradas no Rio de Janeiro (-37,11%), Porto Alegre (-31,88%), Curitiba (-26,13%) e Florianópolis (-25,93%). As duas altas foram anotadas em Recife (5,62%) e Manaus (0,20%). No período de um ano, o produto registrou comportamento inverso, com elevação em 16 localidades. Altas muito expressivas ocorreram em Brasília (80,00%), Goiânia (72,39%), Vitória (68,42%) e Rio de Janeiro (64,83%). A única queda verificou-se em Aracaju (-8,67%). Como o produto teve forte elevação no período recente, os altos preços não tinham sustentação. Além disso, a boa safra possibilitada por clima mais adequado também permitiu a redução.

No último mês, o óleo de soja teve redução em 12 regiões, como ocorreu em Natal (-3,44%), Porto Alegre (-2,42%) e Goiânia (-2,20%). Houve estabilidade no Rio de Janeiro e aumentos foram observados em Salvador (2,24%), Manaus (0,69%), Vitória (0,35%) e Aracaju (0,34%). Boas safras de soja nos países produtores contribuíram para o recuo. Em 12 meses, porém, o preço do óleo subiu em todas as 17 capitais, com grandes elevações na maioria delas, principalmente em Salvador (43,50%), Belo Horizonte (33,33%) e João Pessoa (32,11%). Apenas em Fortaleza (9,72%) e Porto Alegre (17,88%) os aumentos foram mais modestos.

Doze cidades apresentaram retração, em julho, no preço do arroz, com as maiores taxas negativas apuradas em Natal (-5,75%), Fortaleza (-4,61%) e Manaus (-4,07%). Em São Paulo o preço do produto não se alterou e foram registrados aumentos em Vitória (7,64%), Florianópolis (4,94%), Belo Horizonte (1,69%) e Rio de Janeiro (0,44%). O recuo, nos últimos meses, deveu-se à boa safra e grande oferta, consequência inclusive de incentivo do governo. Em comparação com julho de 2010, todas as 17 capitais tiveram queda, com variações entre -4,07%, em Manaus e -20,96, em Aracaju.

A carne, produto de maior peso na cesta, ficou mais barata, em julho, em dez cidades, com as maiores reduções apuradas em Natal (-3,66%), Recife (-2,39%) e Florianópolis (-1,84%). Aumentos ocorreram em sete localidades, em especial em Salvador (1,99%), Aracaju (1,81%) e Manaus (1,02%). O país é grande exportador de carne, mas mesmo no período de entressafra seu preço vem caindo, principalmente devido à restrição imposta pela Rússia, um dos maiores importadores, ao produto brasileiro. Em 12 meses, no entanto, a carne subiu em todas as 17 capitais, sendo a alta superior a 10,0% em 16 delas, apenas com exceção de Goiânia, onde ficou em 5,34%. Os destaques foram Fortaleza (32,81%), Belém (24,09%) e Belo Horizonte (23,04%).

Também o leite teve queda em 10 capitais, com as mais significativas taxas verificadas em Recife (-2,75%) e Curitiba (-2,45%). Houve estabilidade em Natal, Porto Alegre e Aracaju. Elevações foram observadas em João Pessoa (1,48%), Belo Horizonte (1,37%), Fortaleza (0,50%) e Rio de Janeiro (0,36%). Como o período é de entressafra, e existe o risco de geadas nos pastos, o produto pode ter alta ainda neste mês. Em 10 localidades houve aumento no preço do leite em relação a julho de 2010, em especial, em Belo Horizonte (16,40%), Fortaleza (13,41%) e Rio de Janeiro (13,16%). Brasília, Salvador e Aracaju não apresentaram alteração no preço e quedas entre -0,46% (em Natal) e -3,21% (em Belém) foram apuradas em quatro cidades.

Dez localidades também tiveram queda no preço do açúcar, produto que está em plena safra, principalmente em São Paulo. As principais reduções verificaram-se em São Paulo (-4,55%), Aracaju (-4,13%) e Manaus (-4,00%). Em Fortaleza não houve alteração e seis capitais tiveram alta, com destaque para Salvador (5,05%).

Pesquisada nas nove capitais do Centro-Sul, a batata registrou queda em seu preço em oito. As retrações mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-19,25%) e São Paulo (-11,66%). Apenas em Goiânia (8,77%), houve alta. Boa safra vem contribuindo para a redução dos preços.

Dentre os produtos com predomínio de alta, no mês, destacam-se o feijão e o café. Treze localidades apresentaram aumento no preço do feijão, comportamento verificado particularmente em Fortaleza (6,08%), João Pessoa (4,97%), Belo Horizonte (4,77%) e Salvador (4,68%). Não houve alteração em Porto Alegre e os recuos ocorreram no Rio de Janeiro (-3,42%), Vitória (-1,48%) e Curitiba (-1,07%). Em 12 meses, apenas duas capitais registram alta: Porto Alegre (2,22%) e Fortaleza (1,13%). Nas demais os preços caíram, com variações entre -22,81%, em Salvador e -3,44%, em Florianópolis.

No caso do café, em julho, o preço subiu em 13 regiões, com as maiores elevações registradas em Goiânia (5,46%), Rio de Janeiro (3,12%) e Recife (2,21%). Houve estabilidade em Aracaju e queda em Vitória (-0,47%), Manaus (-1,13%) e Curitiba (- 1,19%). Em 12 meses, o produto teve aumento em todas as capitais e apenas três apresentaram alta inferior a 10,00%: Aracaju (0,41%), Brasília (9,42%) e Manaus (9,75%).

As maiores taxas foram encontradas em Natal (22,01%), Belo Horizonte (21,90%) e Rio de Janeiro (21,21%).

São Paulo-Apesar do recuo de 3,69% no custo dos alimentos essenciais verificado em julho, a capital paulista foi, mais uma vez, a cidade onde a cesta básica apresentou o maior valor, entre as 17 localidades pesquisadas pelo Dieese. O conjunto de gêneros básicos custou, em julho, R$ 263,38, cerca de R$ 10,00 a menos que em junho (R$ 273,48). Neste ano, a variação acumulada também é negativa (-067%), porém em comparação com julho de 2010 houve aumento de 10,03%.

Nove, dos 13 itens que compõem a cesta prevista para São Paulo, apresentaram queda em julho; dois – arroz agulhinha e pão francês – ficaram estáveis e outros dois subiram. As reduções foram apuradas para tomate (-20,10%), batata (-11,66%), açúcar refinado (-4,55%), banana nanica (-2,17%), farinha de trigo (-1,85%), óleo de soja (-1,79%), carne bovina de primeira (-0,71%), manteiga (-0,53%) e leite in natura integral (- 0,44%). As altas foram apuradas para feijão carioquinha (2,67%) e café em pó (1,90%).

Na comparação com igual mês, no ano passado, o quadro é bem diferente, com dez produtos apresentando elevação, com a maior alta registrada para o tomate (41,03%), vindo a seguir óleo de soja (24,55%), farinha de trigo (20,45%), carne (17,20%), açúcar (15,38%), café (14,24%), leite (10,00%) pão (8,56%), banana (5,56%) e manteiga (3,68%). Batata (-20,24%), feijão (-18,01%) e arroz (-14,15%) foram os itens com queda em 12 meses.

O trabalhador paulistano remunerado pelo salário mínimo comprometeu, em julho, uma jornada de 106 horas e 19 minutos para adquirir os mesmos itens que, em junho, exigiam o cumprimento de 110 horas e 24 minutos e que há um ano demandavam 103 horas e 16 minutos.

Quando a comparação é feita levando em conta o percentual do salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários, comprometido com a compra dos gêneros essenciais, verifica-se situação semelhante. Em julho último, o custo dos alimentos essenciais representava 52,53% do salário mínimo líquido, enquanto em junho chegava a 54,54%. Em julho de 2010, 51,02% do salário mínimo de então eram comprometidos na compra da cesta. [www.dieese.org.br].

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