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10/08/2011 - 10:42

Inovar é preciso


2º Fórum de Inovação realizado pela CIC de Caxias do Sul incentivou a gestão da inovação nas empresas.

O célebre cientista Albert Einsten disse que “loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual!”. Dois séculos depois a frase ainda é válida e serve como máxima no mundo dos negócios. Para despertar a cultura da inovação nas organizações de Caxias do Sul e região, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), por meio da Diretoria de Projetos, Inovação e Inteligência, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul, realizou nos dias 08 e 09 de agosto (segunda e terça-feira),o 2º Fórum de Inovação.

O evento se iniciou na reunião-almoço e contou com renomados consultores e cases sobre o assunto durante a tarde no auditório da entidade. A escritora e consultora em RH e Inovação Maria Inês Felippe falou sobre criatividade e mudanças na cultura organizacional para inovar. “Inovação começa na cabeça da gente. Se eu não paro e imagino situações, eu não crio. É preciso questionar aquilo que está consolidado e pensar como é possível fazer diferente”, frisou ela.

Maria Inês esclareceu que todo o ser humano é criativo e que somente precisa de estímulo e exercício. Ela alegou que para se chegar a uma boa ideia é necessário ter muitas delas e o pensamento deve ser livre, sem apego ao passado. Ainda segundo ela, algumas características são desejáveis por parte das lideranças na gestão desse processo criativo de inovação: abertura para o novo, buscar várias respostas (brainstorm longo com colaboradores), conciliar personalidades opostas, ter humor para estimular as ideias, valorizar pequenos projetos de grande valor e comemorar durante as etapas. “As portas se abrem para os perceptivos e se fecham para os desligados”, resumiu.

O executivo para Desenvolvimento de Negócios da IBM Brasil Roberto Carlos Gomes de Lima complementou que a gestão da inovação tem que estar aberta às influências de forças internas e externas. Ele divulgou que a IBM investe $6 bilhões em pesquisa ao redor do mundo para criar novos produtos e serviços. Como prova do estímulo da inovação da empresa, seus funcionários são responsáveis por quatro mil patentes por ano.

O coordenador de Projetos da Inventta, empresa de consultoria de São Paulo, Eduardo Thoma, explicou que só é inovação se tiver sucesso no nível mais abrangente. Ele apontou a visão de curto prazo, o desconhecimento sobre o potencial de um novo mercado, o custo menor de copiar e a defesa da posição de mercado como empecilhos para a inovação.

Thoma mostrou aos participantes um modelo de gestão de inovação. Para ele, o papel da alta direção da empresa é direcionar, apoiar, organizar e engajar os colaboradores, para que eles possam detectar sinais e tendências, capturar e gerar ideias inovadoras. Na sequência ocorre a seleção e a viabilização para desenvolvimento dessas ideias. O processo final é a implementação. “Durante o processo de inovação deve-se aprender com as experiências em todas as etapas e realizar os ajustes necessários”, ressaltou.

A cooperativa Nova Aliança é um exemplo de inovação na gestão. Conforme seu presidente, Alceu Dalle Molle, quatro cooperativas vinícolas e uma vitivinícola decidiram somar esforços em 2008 para garantir a sobrevivência e fortalecer o negócio. “Precisávamos de uma vantagem competitiva e isoladamente não conseguíamos fazer isso”, explicou Dalle Molle. A união das vinícolas São Victor, São Pedro, Linha Jacinto e Santo Antônio, mais a vitivinícola Aliança representam 800 associados, 520 famílias, 130 colaboradores, 1.400 hectares de vinhedos, 37 milhões de quilos de uva e 30 milhões de litros de vinhos, sucos e espumantes. Como estratégia competitiva, Dalle Molle vislumbra para a nova cooperativa uma nova produção de suco de uva, sem a utilização de conservantes, com alta tecnologia e assistência técnica voltada à redução de agrotóxicos e diversificação de culturas.

Em se tratando de produtos, a DuPont tem cases inovadores de sobra. Seu diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios Marcos Gaio foi o último a palestrar no Fórum. Ele afirmou que a empresa está atenta às tendências e oportunidades globais, especialmente quanto ao aumento da produção de alimentos, a diminuição da dependência de combustíveis fósseis e proteção da vida e do meio ambiente. Focando nos mercados de países emergentes, ele apresentou três exemplos de novos produtos lançados, que demonstram a diversidade de atuação da empresa.

O primeiro se chama Solecina e é um produto que imita a carne bovina, mas é feito de soja. “Tem gosto de carne, cheiro de carne e aspecto de carne. E pode ser encontrada em diversos formatos. Esse produto foi desenvolvido para atender à classe baixa do México que desejava comer carne, mas não tinha condições de pagar”, explicou. Já o segundo produto, denominado Armura, é um kit de blindagem de carro, resistente a 97% dos assaltos. Voltado ao mercado brasileiro, o produto custa e pesa menos da metade da blindagem convencional.

O último exemplo mostrou como a inovação pode colaborar para as desigualdades sociais e os déficits habitacionais dos países subdesenvolvidos. A Polymer Housing, outra patente da DuPont, é uma casa de plástico para famílias de baixa renda. Ela tem a aparência de uma casa convencional e apesar de ser feita de plástico possui resistência, isolamento acústico e térmico. Além do custo baixo, outra vantagem é que ela pode ser construída em uma semana.

As rodadas de negócios com técnicos do BRDE e Caixa Econômica Federal, que ocorrem ao longo desta terça-feira na entidade, encerram o 2º Fórum de inovação.

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