Focus: Selic não sobe mais em 2011

A mediana das expectativas para o IPCA em 2011 recuou de 6,31% no final de julho para 6,28% na 1ª semana de agosto, de acordo com a última pesquisa Focus. No mesmo sentido, as expectativas medianas para o IPCA de 2012 caíram de 5,30% para 5,27%, enquanto as expectativas médias continuaram em 5,24%, ligeiramente abaixo da expectativa mediana.

A mediana suavizada das projeções para o IPCA acumulado nos próximos 12 meses voltou a subir, passando de 5,40% para 5,42%. As expectativas de 12 meses à frente também avançaram para o IGP-DI (de 5,44% para 5,50%), mas recuaram para o IGP-M (de 5,47% para 5,42%).

A projeção mediana de crescimento do PIB caiu ligeiramente para 2011 (de 3,96% para 3,94%), mas permaneceu em 4,00% para 2012. A expectativa mediana para a Produção Industrial, por sua vez, continuou caindo para este ano (de 3,21% para 3,01%), certamente influenciada pelos números negativos da PIM de junho. Para 2012 a expectativa de crescimento da produção física da indústria também recuou, passando de 4,34% para 4,30%.

Para a Selic, o mercado passou a considerar como encerrado o atual ciclo de alta, apostando que a taxa básica seguirá em 12,50% até o final de 2011. Não obstante, a expectativa mediana ainda sugere que o aperto monetário será retomado no início de 2012, através de mais uma elevação de 0,25 p.b. em janeiro. Com isso, a taxa básica permaneceria em 12,75% por praticamente todo o próximo ano, recuando para 12,50% somente no último trimestre. Este cenário ainda deverá sofrer mudanças nas próximas semanas, provavelmente indicando estabilidade da Selic (em 12,50%) também em 2012.

A Ata da reunião do Copom de julho parece deixar claro que a autoridade monetária não mais se compromete com a continuidade do ciclo de elevação da taxa básica. A evolução do cenário externo, a LCA avalia que foi determinante para essa nova abordagem, bem como para as significativas revisões nas expectativas para a Selic.

Com efeito, a LCA reconhece que aumentaram as chances de que o aperto monetário seja interrompido já na próxima reunião de agosto.

Não obstante, a LCA avalia que os fatores de pressão no âmbito doméstico pouco se alteraram desde a última reunião do Copom: (i) o mercado de trabalho segue aquecido, pressionando os preços de serviços; (ii) o crédito parece estar em gradual recuperação, após a “pancada” macroprudencial; e (iii) as expectativas inflacionárias não esboçaram melhora alguma até o momento. O comprometimento prévio com a meta de 4,5% em 2012 é fator adicional que não autoriza o afrouxamento do discurso por parte do BC.

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