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12/08/2011 - 05:25

Participação de produtos importados no consumo atinge nível recorde de 22,9%, aponta o CEI

Valorização cambial continua sendo vilão da competitividade industrial brasileira.

A participação de mercadorias importadas no consumo brasileiro aumentou 1,3 ponto percentual no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2010 e chegou a um patamar recorde na série histórica iniciada em 1997. Essa participação chegou a 22,9%, indicando a dificuldade dos produtos nacionais em concorrer com importados. Os dados fazem parte do Coeficiente de Exportação e Importação (CEI), levantamento feito pelo Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Derex, divulgado no dia 11 de agosto (quinta-feira). As exportações também registraram alta no período avaliado.

“Estamos atravessando um momento grave da indústria brasileira, principalmente por fatores externos, como o caso da sobrevalorização do real”, alertou o diretor do Derex, Roberto Giannetti da Fonseca.

No segundo trimestre de 2010, o nível de participação dos importados no consumo doméstico era de 20,7%, aumento de 2,2 pontos percentuais comparado com o mesmo período deste ano. Isso sinaliza que a indústria nacional não tem conseguido atender ao aumento da demanda no mercado local, que vem sendo atendida pelos importados.

A crise financeira nos Estados Unidos e na Europa, que por um lado desaquece a atividade exportadora, tem derrubado o dólar e barateado os importados, gerando um aumento no consumo brasileiro "de forma preocupante", mostra o CEI

Em relação às exportações, a participação das vendas externas na receita do setor também cresceu de 17,7% no segundo trimestre de 2010 para 19,9% em igual período deste ano. Nos primeiros três meses do ano, o coeficiente de exportação chegou a 17,5%, 2,4 pontos percentuais a menos.

Apesar de mostrar expansão da atividade, Giannetti afirma que o crescimento é modesto e não pode ser encarado como positivo, já que se trata de um ajuste sazonal, dado o fortalecimento das vendas externas no agronegócio, como as commodities agrícolas e minerais, e na exportação esporádica de uma plataforma de petróleo.

“Às vezes as estatísticas enganam. Algumas pessoas, por exemplo, veem que as exportações crescem e falam que os exportadores estão chorando de barriga cheia. Mas o que significa para a indústria crescer a exportação de commodities? Muito pouco. Em manufaturados, ao contrário, nós temos um déficit de quase 100 bilhões de dólares por ano”, acrescentou.

Setores-De 31 setores da indústria avaliados pela Fiesp, 28 apresentaram alta em seu coeficiente de importação. O setor de máquinas e equipamentos para extração mineral se destacou entre os que mais consumiram importados, com variação positiva de 11 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre de 2010.

Em seguida vieram tratores e máquinas e equipamentos para agricultura e máquinas e equipamentos para fins industriais, com aumento de 8,8 e 7,5 pontos percentuais, respectivamente.

Quanto ao coeficiente de exportação, o levantamento ainda apurou que os setores de Outros Equipamentos de Transporte e de Indústria Extrativa contribuíram com 45% para o aumento da participação das vendas externas na receita da indústria na leitura anual.

No segundo trimestre do ano, a indústria produziu 2% a menos para o mercado interno contra o mesmo período de 2010, enquanto o consumo aparente cresceu 0,7% na comparação anual.

Câmbio-Para Giannetti, o problema do real excessivamente valorizado está no mercado futuro do dólar. Embora tenha elogiado as medida do governo para conter a valorização do Real, entre elas a taxação de até 25% sobre as operações de derivativos feitas por investidores estrangeiros, ele acredita que são necessários outros ajustes.

“Essas medidas para o mercado futuro de câmbio são muito importantes porque pela primeira vez o governo está atingindo o alvo certo que é o mercado futuro, onde de fato está se formando a taxa de câmbio no Brasil”, afirmou.

Um estudo do Derex da Fiesp aponta que o mercado futuro de câmbio no Brasil é cinco vezes superior às transações no mercado à vista, um fenômeno que não acontece nos outros países do G-7.

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