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13/08/2011 - 12:29

De debate nacional a fenômeno internacional

A publicação em francês de “Don't Speak English, Parlez Globish”, em 2004, foi destinada apenas para discutir a respeito de um tema linguístico, mas ao invés disso, provocou um movimento mundial. A Academia Francesa estava resistindo ao fluxo de palavras em inglês introduzidas na essência da língua francesa pura. O livro argumentava que uma segunda língua, para uso em toda a Europa e pelo resto do mundo, poderia de fato proteger as qualidades culturais e históricas do idioma francês e, mais, eles poderiam coexistir!

Além disso, o inglês seria a escolha natural para o aprendizado de uma segunda língua. Mas que tipo de inglês? Em que nível esse idioma poderia ser mais útil? Observou-se que, quando a linguagem era usada por uma maioria de falantes não-nativos do inglês, fazia mais sucesso do que quando com os falantes nativos. Com isso, passou-se a supor que existe um conjunto de limitações comuns entre os não-nativos, que lhes assegura mais conforto e compatibilidade quando falam entre si. Determinado e codificado aquilo que se percebeu como o grupo de restrições, passou-se a chamar o dialeto de Globish – Global English - para que não fosse confundido com a definição geral de inglês.

“Parlez Globish” fez sucesso entre os leitores franceses e já se encontra em sua terceira edição. No entanto, pessoas em toda a Europa começaram a protestar contra o seu argumento e os protestos não eram da Academia Francesa. Eram provenientes de dois tipos de personagens: em primeiro lugar, os esperantistas, adeptos do esperanto, os quais acreditavam que apenas uma língua artificial podia libertá-los do "imperialismo cultural". Esses indivíduos ainda escrevem para reclamar, toda vez que o Globish é mencionado em algum fórum público - e, estranhamente, o fazem em inglês.

Em segundo lugar, as queixas vêm das tradicionais escolas de inglês e dos profissionais da English School Language. Seus lamentos vão desde "Você não pode fazer nada com apenas 1.500 palavras!" até "Por que não chamá-lo de simplesmente de inglês?". Na verdade, os comentários sempre são originados onde há algum interesse sobre alguma uma fonte permanente de renda, daqueles têm a intenção de atingir as fileiras da elite, ou ambos.

O temor amplamente expresso, de que nada poderia ser feito com um "inglês incompleto" com apenas 1.500 palavras, aguçou o debate. Para o nativo médio entender a premissa do Globish tem que compará-lo ao aprendizado de espanhol: enquanto um falante natural de língua inglesa não pode se fazer entender claramente pelos nascido naquele idioma, o mesmo indivíduo consegue falar espanhol com os índios Quechua nos Andes, com russos e com outros estrangeiros, cujo comando da língua é feito com uma empatia de suas limitações comuns.

Foi então que surgiu a ideia de se redigir um livro inteiro em Globish, usando apenas as 1.500 palavras em inglês e alguns poucos termos técnicos permitidos no idioma. Partimos da proposição que o "Globish correto é o inglês correto" e não deficiente como defendiam seus opositores.

Assim, em 2009, publicamos o primeiro livro sobre Globish, escrito inteiramente em Globish. Nosso objetivo é encontrar um equilíbrio entre os contendores. Os falantes nativos de inglês podem lê-lo sem hesitação ou queixa, mas os não-nativos, que têm apenas o nível Globish podem entendê-lo também. O livro foi chamado “Globish para o Mundo”***.

Robert McCrum, editor literário do London Observer, lançou um livro no ano seguinte (2010) que intitulou “Globish: como o inglês tornou-se uma língua mundial”. A obra foi redigida em inglês convencional e explica, de um modo mais geral, sobre o fenômeno da história do inglês, uma linguagem que evoluiu e tornou-se amplamente utilizada, devido ao colonialismo no século 19. Fala também sobre o apogeu americano durante o século 20. Ele cita nosso livro, que mais especificamente define a linguagem limitada de Globish: "I must congratulate you on Globish The World Over. It's a pioneering text of great importance, full of enthralling insights for native and non-native users of English alike." ("Felicito-os por ‘Globish para o Mundo’. É um texto pioneiro, de grande importância, cheio de sacadas cativantes para usuários nativos e, da mesma forma, para não nativos do inglês."

Na verdade, a mensagem de “Globish para o Mundo” é sobre a definição de valor do novo dialeto. O Globish não é destinado, de fato, aos falantes originais do inglês, mas para aqueles de outras culturas, que se sentem frustrados pela aparente necessidade de falar inglês, com toda a sua variedade e com um vocabulário enorme. É claro que você pode aprender apenas "o suficiente" e se dar bem na língua, especialmente com outros falantes não-nativos, independentemente da sua cultura.

Desde o primeiro livro, a palavra Globish se generalizou como o “inglês descomplicado", principalmente na Internet, mas publicação atual tornou-se mais incisiva, como uma obra demonstração. É que decidimos responder às dúvidas do mercado literário, traduzindo “Globish para o Mundo”, lado a lado, para beneficiar todos os leitores de outras culturas.

“Globish The World Over” foi publicado em 14 idiomas diferentes, durante o ano passado e, em 2011, vendeu mais de 60 mil exemplares, no Japão, nos primeiros quatro meses de seu lançamento. Agora, congratulamo-nos com a sua tradução em português no Brasil e Portugal.

.Por: Jean-Paul Nerrière , mestre em Engenharia Mecânica pela École Centrale de Paris. Na Academia Naval Francesa acrescentou habilidades em Contabilidade, Direito e Administração. Seus trabalhos no exterior lhe forneceram inúmeras oportunidades para viajar ao redor do mundo e, em consequência, questionar as peculiaridades da comunicação global. Essa experiência levou-o a estabelecer, a partir de 1989, o conceito Globish. De lá para cá, já escreveu seis livros sobre o assunto, em quatro idiomas diferentes.

David Hon possui mestrado em Inglês e, atualmente, é presidente da Ixion Inc., uma empresa de desenvolvimento de projetos multimídia e especializada em sistemas de simulação. Na juventude foi fuzileiro naval no Vietnã, e dedicou-se ao ensino da língua inglesa na Ásia e na América do Sul. Conquistou o certificado TESOL - Teachers of English to Speakers of Other Languages pelo website móvel “Business English” (bizeng.mobi), voltado para profissionais de negócios globais, por meio de celulares.

“Globish para o Mundo” foi editado no Brasil pelo selo Bazar Editorial da Edipro [www.edipro.com.br]. |E-mail: [email protected]

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