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18/08/2011 - 11:08

Novas drogas mudam realidade de portadores de mieloma múltiplo

Doença não tem cura definitiva, mas avanços no tratamento garantem sobrevida de pacientes, alerta hematologista

Os pacientes com mieloma múltiplo, quando tratados adequadamente garantem a chance de sobrevida, destacou o Dr. Ângelo Maiolino, hematologista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante o XV Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), encerrado ontem (14) no Rio de Janeiro. O especialista, que é diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), abordou no encontro as estratégias de tratamento para o mieloma múltiplo na era das novas drogas.

Segundo ele, com os novos tratamentos, apesar de não existir uma cura definitiva, é possível considerar o mieloma uma doença crônica, assim como o diabete e hipertensão arterial. “Com as novas drogas, podemos ter um controle adequado dos sintomas e deter a progressão da doença, oferecendo qualidade de vida aos pacientes”, ressalta Maiolino. Os estudos apresentados até agora mostram que a melhor estratégia encontrada pelos médicos e pesquisadores em vários países é a combinação de várias drogas, tanto para a manutenção do tratamento como na preparação para o transplante de medula óssea e no pós-transplante.

As combinações envolvem, em diferentes situações, os medicamentos bortezomide, lenalidomida, dexametazona e ciclofosfamida. Os resultados são eficazes com maior taxa de resposta e impacto em termos de sobrevida e qualidade de vida para os pacientes, segundo o especialista. Ele frisou que “houve uma evolução importante desde a década de 1980 quando o tratamento que combinava apenas duas drogas resultava em sobrevida de três anos, até hoje, quando é possível utilizar até quatro drogas com resultado prognóstico muito mais positivo”.

Entre todas as drogas para tratamento de mieloma em uso no mundo, a única ainda não aprovada no Brasil é a lenalidomida, o que na opinião do especialista coloca o paciente em risco, “principalmente após uma recaída”. Sem essa alternativa terapêutica usada em mais de 70 países “você tira a chance do paciente viver mais e melhor”, disse. Durante entrevista o médico citou outros benefícios para o paciente que usa a lenalidomida: não provoca dormência em mãos e pés, com muito menos constipação, sonolência e fadiga. O uso é oral, ou seja, o paciente não precisa ir até a clínica ou hospital para ser medicado. Maiolino comentou que “não existe a menor dúvida de que as novas drogas como bortezomibe e lenalidomida mudaram a realidade do mieloma múltiplo no mundo“.

Dentre as doenças onco-hematológicas, o mieloma é a segunda em incidência no mundo. Segundo a Fundação Internacional do Mielona (IMF, em inglês), há mais de 700 mil novos casos por ano. Só nos Estados Unidos surgem 21 mil deles por ano. No Brasil, na avaliação de Maiolino, não há estatísticas exatas, mas ele calcula em 12 mil novos casos/ano. Oitenta por cento dos pacientes têm mais de 60 anos de idade.

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