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18/08/2007 - 11:32

Bacia de Campos completa 30 anos de produção com fôlego renovado


A Bacia de Campos, maior bacia petrolífera produtora na costa brasileira, completou esta semana 30 anos de produção. Essa bacia é responsável, hoje, por aproximadamente 84% da produção nacional de petróleo. De lá são extraídos diariamente cerca de 1,49 milhão de barris de óleo e 22 milhões de metros cúbicos de gás. E seu potencial está, ainda, longe de se esgotar. Pelas previsões da companhia, ela chegará a 2010 produzindo 1,8 milhão de barris de óleo por dia e 34,6 milhões de metros cúbicos de gás.

A contribuição da Bacia de Campos foi fundamental para o equilíbrio da balança comercial brasileira. Para se ter uma idéia, em 1981, quando o consumo nacional de petróleo era de apenas 1 milhão 117 mil barris por dia, o Brasil gastou 11,7 bilhões de dólares com importações de petróleo. Na época, o país produzia apenas 213 mil barris por dia – cerca de 19% do volume necessário para suprir a demanda interna. Naquele ano, com todo o racionamento e contração do consumo, o Brasil foi obrigado a importar 884 mil e 700 barris por dia. Tendo em vista que hoje o consumo interno gira em torno de 1 milhão e 800 mil barris por dia e, com o preço do Brent no mercado a US$ 70 por barril, se tivéssemos que importar esse volume, o gasto, em divisas, seria da ordem de US$ 104 milhões por dia.

O começo - O primeiro campo com volume comercial descoberto na Bacia de Campos foi Garoupa, em 1974, a uma profundidade de 100 m entre a superfície e o leito marinho. No ano seguinte seria descoberto o campo de Namorado e, em 1976, o de Enchova. Foi ali, em Enchova, no dia 13 de agosto de 1977, que teve início a produção comercial de petróleo na Bacia de Campos.

Pressionada pelos altos custos com a importação de petróleo e a urgência de reduzir a dependência brasileira do óleo importado, a Petrobras criaria, ali, um dos mais avançados conceitos de desenvolvimento da produção, que serviria de modelo para a indústria. Com o objetivo de reduzir o tempo entre a descoberta e o início da produção, técnicos da companhia optaram por instalar em Enchova o primeiro Sistema de Produção Antecipada (SPA) sobre uma plataforma flutuante. Os sistemas convencionais de produção marítima adotados no mundo, com plataformas fixas, tinham um tempo muito longo de maturação, que variava de quatro a seis anos. Com o SPA, o tempo entre a descoberta e o início da produção foi reduzido para apenas quatro meses, o que daria grande agilidade, maior flexibilidade operacional e enorme economia de investimentos. Isso permitiu iniciar a produção de óleo enquanto eram construídas as plataformas fixas definitivas que seriam instaladas posteriormente.

Com 45 campos em produção espalhados por 100 mil quilômetros quadrados, a Bacia de Campos estende-se do Estado do Espírito Santo, nas imediações da cidade de Vitória, até Arraial do Cabo, no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro. Nessa bacia, a Petrobras montou um dos maiores complexos petrolíferos do mundo. São cerca de 2.350 poços perfurados em busca de petróleo e gás, 45 plataformas marítimas das quais 41 de produção e quatro de processamento de petróleo.

Novos desafios - Embora já tenha produzido em toda sua trajetória mais de 6,5 bilhões de barris de óleo e gás, essa bacia abriga ainda cerca de 80% das reservas de petróleo já descobertas pela Petrobras no Brasil. Para aumentar a recuperação do petróleo remanescente de seus campos, a companhia vem investindo pesado em estudos e desenvolvimento de tecnologias capazes de aumentar ao máximo a vida útil dessas áreas. Dos 55 campos existentes hoje na Bacia de Campos, 36 são considerados maduros, ou seja, já atingiram o pico de produção. Com a aplicação dessas novas tecnologias, a Petrobras já conseguiu um aumento de 3% no fator de recuperação de óleo na bacia como um todo, entre 2004 e 2006. Em outros termos, elevou de 32,4% para 35,4% o percentual de óleo extraído dos reservatórios de petróleo desses campos.

Outro importante desafio que a Petrobras terá que enfrentar nos próximos anos, na Bacia de Campos, será partir para águas cada vez mais profundas em busca de novas reservas de óleo e gás. Estudos recentes mostram que 50% das reservas ainda por descobrir no Brasil estão em águas profundas.

A Bacia de Campos já tem contabilizado significativos recordes mundiais de lâminas d’água na exploração e produção de petróleo. Entre eles, destacam-se o de perfuração do poço produtor RO-21, no campo de Roncador. Ali, a perfuração para produzir petróleo chegou a 1.886 metros entre a superfície e o leito marinho. E a perfuração para explorar novas acumulações de óleo chegou a 2.853 metros de profundidade, com o poço 1-RJS-567, localizado no bloco BC-100.

Até o final do ano deverão entrar em operação, ali, duas novas plataformas de produção: a P-52 e a P-54. Com elas, a produção ganhará reforço de 360 mil barris de petróleo e 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Um volume equivalente a 20% da produção atual da companhia, no Brasil, o que contribuirá significativamente para a manutenção da auto-suficiência de petróleo no país, conquistada em 2006.

O sucesso da Petrobras na Bacia de Campos é, sobretudo, resultado da dedicação e competência de milhares de brasileiros e brasileiras. Essa bacia tem sido o grande laboratório a céu aberto da indústria nacional do petróleo. Nela foram testadas as principais tecnologias que fizeram da Petrobras referência na exploração e produção em águas profundas. Um trabalho que contou com a parceria de dezenas de universidades, tanto do Brasil quanto do exterior, de empresas fornecedoras de bens e serviços e órgãos reguladores. Ali trabalham nada menos que 52 mil pessoas, entre empregados da companhia e de empresas contratadas que prestam serviços a ela. Desse total, cerca de 42 mil trabalhadores exercem as suas atividades no mar – tanto em plataformas quanto em serviços de apoio.

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