Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

24/08/2011 - 09:54

A corrida para a nuvem

Muito se fala hoje a respeito dos benefícios para as empresas proporcionados pela computação em nuvem, dando-nos a sensação de que o conceito anda a passos largos e que logo será uma realidade para companhias de todos os portes e setores. Porém, existem alguns gaps entre o desejo de migrar e as possibilidades reais de se atingir esse objetivo com sucesso.

De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pela consultoria IDC, o Brasil é o país da América Latina mais interessado em aderir à corrida para a nuvem. O estudo indica que 18% das nossas grandes e médias companhias já contam com algum tipo de recurso de cloud computing. Acredita-se ainda que esse número deva crescer de 30% a 35% até 2013. Em média, os países latino-americanos titubeiam com esse índice em 14,5%, mas a verdade é que nossos números ainda são inexpressivos quando comparados a um país como os Estados Unidos, onde se estima que até 55% das organizações desse porte atualmente estejam com pelo menos alguma parte na nuvem.

Hoje, no Brasil já existem exemplos interessantes de instituições que conseguiram resultados positivos em cloud. É o caso da Receita Federal, cujo site já suporta mais de 235 mil acessos por minuto. Enfim, uma solução de utilidade pública explorada de maneira inteligente, um modelo em termos de segurança e flexibilidade, capaz de abranger um sistema tributário altamente complexo.

Em contraste ao exposto acima, ainda não é possível migrar absolutamente tudo para a nuvem. O ERP é um exemplo. Por essa razão, diversas organizações da área de TI ainda não foram afetadas pelos impactos da nova tendência. Além disso, devemos considerar que o status do site da Receita se deve a um investimento bilionário.

Mesmo multinacionais gigantes do mercado de TI, como Oracle e Microsoft, ainda não estão 100% dentro da nuvem, por mais que trabalhem com a oferta. A questão é que se trata de um processo que exige muito além de iniciativa e capital. Estamos falando de uma transformação completa em estruturas que já existem há mais de 20 anos, criadas em um tempo em que não havia nem mesmo acesso público ao Google – o primeiro a nos mostrar que a computação em nuvem era possível.

Grandes empresas hoje estão convictas de que esse não será um caminho tão fácil e objetivo e que, por esse motivo, deve ser traçado de forma consciente. É muito mais simples e rápido migrar uma pequena e jovem empresa, mas é importante que ela saiba exatamente o que está fazendo e quais as consequências para o seu negócio em termos de segurança, criptografia de dados, manutenção, cobranças e o trato com sistemas híbridos.

Certamente estamos falando de um caminho sem volta, pois conforme o IDC 98% das empresas brasileiras acreditam que o conceito será permanente. Só que apenas 18% delas sabem defini-lo. Com isso, acredito que ainda serão necessários pelo menos cinco anos, ou até mais, para uma consolidação real. Quem não participar da corrida para a nuvem está arriscando perder lugar no mercado, mas é necessário pensar que é preciso tempo para atingir esse nível de maturidade e respeitar seu próprio ritmo.

. Por: Marcos Perez, presidente da Digisystem

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira