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27/08/2011 - 13:51

A importância da gestão energética para o desempenho financeiro do varejo e seu crescimento sustentável


Depois de o varejo registrar um aumento nas vendas de 10,9% no acumulado de 2010, o maior resultado desde 2001 segundo o IBGE, e na receita nominal de 14,5%; conhecidas redes varejistas começam a divulgar planos de expansão para esse ano e projeções de crescimento no faturamento que, não raro, ultrapassam os dois dígitos percentuais.

Contudo, esse cenário otimista traz um desafio: conciliar metas comerciais agressivas com a adoção de práticas de negócios sustentáveis, que garantam não apenas resultados financeiros consistentes como também atendam à crescente exigência do mercado por maior responsabilidade sócio-ambiental das empresas.

Neste contexto, o consumo de energia elétrica deve ser um dos principais focos de atenção do setor, dado o seu peso tanto sobre o resultado operacional (tipicamente entre as 5 maiores despesas), quanto sobre os índices de sustentabilidade do negócio (responsável por grande parte das emissões de carbono na cadeia).

Apenas ilustrando, um supermercado com 20 posições de checkout chega a pagar uma fatura de energia média de R$90 mil / mês, o que para uma rede com 10 unidades de porte semelhante representa uma despesa anual superior a R$10 milhões - otimizar esta conta em 10% significa preservar mais que R$ 1 milhão / ano em caixa!

Apesar do setor já estar atento a este potencial, ações de melhoria de desempenho energético ainda não cobrem a maioria das unidades e são tipicamente concentradas em uso conjugado de geradores a diesel (altamente poluentes) e intervenções esporádicas (ex.: upgrades/retrofits de iluminação). Os resultados obtidos muitas vezes frustram expectativas e/ou se perdem com o passar do tempo retornando aos patamares de consumo e despesa originais. Outras ações, como incorporação de fontes renováveis ou migração para o mercado livre, sequer saem do papel por serem consideradas de alto risco.

É necessário abordar o tema de outra forma - sistêmica e continuada. A experiência prática mostra que o sucesso de projetos de eficiência energética depende em grande parte dos seguintes fatores: a) do conhecimento prévio do perfil da loja; b) da capacidade de se projetar cenários que considerem adequadamente as questões regulatórias/tarifárias versus a dinâmica operacional do negócio; c) e por fim, da capacidade de se engajar continuamente os stakeholders (ex.: acionistas, gestores, fornecedores, funcionários) com base em informações acionáveis e transparentes para todos os envolvidos. Em resumo, VISIBILIDADE, INTELIGÊNCIA e COMUNICAÇÃO.

O mercado nacional já conta com soluções acessíveis de monitoração e gestão do desempenho energético, incorporando tecnologia e serviços de valor agregado, que permitem endereçar continuamente os fatores críticos de sucesso acima e proporcionam melhor capacidade de planejamento, mitigação de riscos e perpetuação dos resultados.

Em países como Reino Unido, França e China, as grandes redes já fazem acompanhamentos semelhantes que resultaram em economia de mais de 20% no consumo agregado de energia elétrica. Em uma das maiores redes de varejo alimentar do Reino Unido, intervenções planejadas com base nos dados coletados permitiram, por exemplo, a redução de 75% do consumo de energia em refrigeração, uma aplicação que pode chegar a representar 60% do total da fatura de energia de um supermercado.

Concluindo, o potencial de contribuição da gestão energética para o crescimento sustentável do varejo não é desprezível. Parece óbvio, mas este ponto se perde facilmente na corrida diária por “melhor, mais barato, mais rápido...”. As empresas podem gerar economias significativas e imediatas ao obterem maior visibilidade e controle sobre seu consumo, e ainda melhorar seus índices de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.

. Por: Halley Mestrinho possui especialização em General Management pelo Accelerated Development Programme da London Business School (Inglaterra) e é diretor executivo da Smart Energia.

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