Selic deve permanecer inalterada, diz professor da FGV

De acordo com o professor da Escola de Economia da FGV-SP, Rogério Mori, o Copom não irá alterar a taxa Selic nesta reunião. “Ocorreram mudanças substanciais no cenário econômico em relação à última reunião do Comitê. A economia global passou a mostrar novos sinais de debilidade, com elevação dos níveis de risco em várias economias. Do lado europeu, os problemas fiscais de vários países do euro e seu excesso de endividamento colocam em xeque o sistema bancário daquela região”, afirma Mori.

De acordo com o economista, as perspectivas de uma solução definitiva a curto prazo ainda parecem distantes. “Do lado dos EUA, a perspectiva de diminuição dos gastos públicos sinaliza para uma nova desaceleração da atividade econômica no país. O rebaixamento da classificação de risco para a dívida americana pela Standard & Poors apenas reforça a perspectiva negativa para a economia dos EUA”, explica Mori. Do lado do Brasil, ele explica, embora a inflação comece a dar mostras de que vai subir nos próximos meses, a atividade econômica dá sinais de enfraquecimento e as projeções de crescimento econômico brasileiro começam a ser revistas para baixo.

“Em função desse quadro, é bem provável que o Copom realize uma parada técnica na política monetária e aguarde maior clareza no cenário internacional e nos indicadores domésticos antes de realizar novos movimentos da taxa de juros”, explica Mori.

Com relação a opções de investimentos diante deste cenário econômico Mori recomenda que “a renda fixa continua a ser atrativa nesse momento, uma vez que a taxa de juros ainda permanece em nível relativamente elevado. Nesse sentido, fundos de renda fixa, CDBs e títulos públicos atrelados a Selic são interessantes. A bolsa ainda deve continuar a exibir volatilidade e permanece como aplicação de risco nesse cenário de incerteza”, analisa.